sexta-feira, 31 de maio de 2013

RAIMUNDO DE OLIVEIRA PINTO

Registro de batizado:
“Aos dezoito de setembro de mil nove centos trinta e um, na matriz, baptisei  solenemente a Raymundo, nascido aos trinta e um de maio do dito ano, filho legitimo de Luiz Severiano da Costa e Isabel Alexandrina da Costa, foram padrinhos Theophilo Ferreira da Rocha e Maria Augusta da Rocha, do que mandei fazer este termo que assigno. Vigário José de Oliveira Barbalho. (Livro 34, fl. 5 verso, registro 735 – Batismo – Paróquia de Santa Cruz (RN)).


imagem: arquivo pessoal

Raimundo era o oitavo filho, de um total de catorze, do casal LUIZ SEVERIANO DA COSTA E ISABEL ALEXANDRINA BORGES. Segundo consta na sua certidão de nascimento, nasceu no sítio Terra Firme no município de Santa Cruz (RN).
Até os 18 anos,  viveu na zona rural de Santa Cruz, junto com seus pais e irmãos, como agricultor. Durante toda a sua vida adorava plantar e lidar com animais.
Foi alfabetizado e cursou o antigo primário no Grupo Escolar Quintino Bocaiúva de Santa Cruz entre 1945 e 1949.
Participou do Grupo de Escoteiros naquela cidade e, também foi um dos primeiros alunos no curso de datilografia em 1948.
 imagem arquivo pessoal
 imagem arquivo pessoal
Astuto e esperto, com memória privilegiada, Raimundo se destacou entre seus colegas, e sempre dizia que foi uma professora que lhe aconselhou a seguir a carreira militar. Fez o alistamento eleitoral junto aos fuzileiros navais em 1949.
imagem: arquivo pessoal

Naquela época, a base naval mais próxima era em Natal (RN), distante 110 km de Santa Cruz, para onde seguiu.
De Natal foi mandado para o Rio de Janeiro, aonde chegou depois de uma viagem de nove dias a bordo do navio Pará. Raimundo serviu como fuzileiro naval por três anos, deu baixa e depois, aprovado em concurso, entrou para o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal.
Soldado do fogo, foi galgando todas as patentes até se aposentar como subtenente e, posteriormente, segundo tenente. 
imagem: arquivo pessoal
Corajoso, estava sempre pronto a ajudar quem quer que fosse. Gostava de contar para seus filhos as histórias de Mané Franco e de Trancoso. Os netos ainda guardam na lembrança o início da história que dizia “... meu pai e minha mãe vejam que eu com Pinta matei sete, dos sete escolhi o melhor (Veja História de Trancoso em outro post)”.
imagem: arquivo pessoal
imagem: arquivo pessoal
Era um profundo conhecedor das leis militares, embora só tenha concluído o nível médio (antigo segundo grau que concluiu mediante exames supletivos). Era respeitado por seus colegas de farda e mantinha contato com seus antigos companheiros até falecer.
Ele mantinha contato frequente, até morrer, com seus ex-companheiros de 40/50 anos atrás e, com todos de sua família, embora tivesse deixado a sua terra natal há mais de 50 anos.
imagem: arquivo pessoal
Raimundo faleceu no dia três de julho de 2005, quando contava com 74 anos. Teve morte trágica em acidente de trânsito na rodovia federal BR 020, perto da cidade goiana de Formosa, quando estava acompanhado de seu enteado PAULO ROBERTO AUDEBERT DOMINGOS e voltava de uma festa junina ocorrida na fazenda de seu filho Marcos, localizada em Bezerra (GO), distante uns 100 km de Brasília, local onde ele morava.

Morreu fazendo o que mais gostava na vida: dirigir. Morreu por imprudência de outro motorista que, na contramão de direção, atingiu o seu carro. Chegou a ser atendido no Hospital de Formosa, mas não resistiu ao traumatismo decorrente do acidente.
Católico, extremamente religioso, fez um pequeno altar no seu quarto onde tinha várias imagens sacras onde rezava sempre. Devoto, assistia as missas e não deixava de fazer suas penitências. Sempre alegre e carinhoso, era extremamente amoroso com a família. Adorava música. Tocava clarinete e chegou a participar de bandas na década de 50.
Conheceu a sua esposa Dagmar (minha mãe) em uma viagem de trem no Rio de Janeiro, no ano de 1951, quando ambos se dirigiam ao trabalho. Dagmar, nesta época, trabalhava como chefe de costura (estilista) para Madame BASTOS, que tinha um atelier de alta costura. Raimundo, por sua vez, era soldado dos Fuzileiros Navais.
O início do namoro foi diferente, pois no primeiro encontro, ainda dentro do trem, Raimundo teria ficado muito interessado em Dagmar, que não deu qualquer atenção a ele. Mas, quando a viu descer em uma estação, ele também desceu e nos dias seguintes fez a mesma coisa até conseguir “puxar um papo” (como ele dizia) com Dagmar.
Ela gostou da conversa, mas quando entendeu que ele estava interessado em
um relacionamento amoroso desconversou, dizendo que ele era muito jovem, e que ela era viúva e tinha filho para criar. Mas, para sua surpresa, Raimundo não se afastou e insistiu muito com Dagmar, dizendo que poderiam ser somente “amigos”. A amizade não durou muito tempo e a insistência de Raimundo deu certo.
Três meses depois de se conhecerem já estavam casados. Os padrinhos do casamento foram Aparecida e Heitor (primos de Dagmar).

Raimundo e Dagmar em 1961
imagem: arquivo pessoal
Nem a diferença de idade entre o casal, nem a diferença de temperamento ou de formação impediu que fossem felizes durante 53 anos, até a morte de Dagmar, que ocorreu em 18 de dezembro de 2004, seis meses antes da morte de Raimundo.
Dagmar, minha mãe, falava pouco, com voz baixa e pausada. Educada e conservadora, tinha temperamento forte. Raimundo era o contrário. Falava alto, era brincalhão, adorava festas e era extremamente extrovertido.
Dois opostos que se atraíram. Mas, tinham muitas coisas em comum. Ambos
adoravam a leitura, viajar e amavam a família. Sempre tiveram um projeto de vida, que eles diziam ser o “pacto” que fizeram quando se casaram, qual seja, de viverem juntos e construírem uma família, um ajudando o outro e ambos com o mesmo ideal.
Após o casamento O casal morou, inicialmente em Honório Gurgel, subúrbio do Rio de Janeiro, e duas vezes em Brasília (1964 e 1967/69), antes de fixar residência definitivamente na Capital Federal em 1975.
O casal teve três filhos: MARCOS ANTONIO, AUGUSTO E ISABEL. Nove netos: EDUARDO, MARCOS ANTONIO, HELOÍSA, VICTOR CÁSSIO, BRÁULIO LUIZ, ARTHUR OCTÁVIO, RICARDO AUGUSTO, FÁBIO ALEXANDRES E CIRUS GUILHERME.
Raimundo e Dagmar com netos em 1989
imagem: arquivo pessoal
Para finalizar esta pequena biografia de meu pai RAIMUNDO, eu acrescento que dizem que todos nós temos um anjo da guarda, dependendo do dia do nascimento. Mas, as pessoas nascidas nos dias 05/01, 19/03. 31/05, 12/08 e 24/10 não possuem um anjo especifico e são chamados de “gênios da humanidade”, vez que são consideradas especiais e privilegiadas e têm o direito de escolher qualquer um dos 72 anjos como seu protetor, ou seja, com aquele com quem mais se identifica. Não têm um anjo específico, pois são protegidas por todos os anjos de todas as categorias.
Dizem que essas pessoas têm a missão de guardar a humanidade e, em outras vidas, fizeram sacrifícios pelo grupo em que viviam, por isso tem um “ nível superior de consciência. Têm uma essência angelical muito forte por causa dos atos humanitários que praticaram em outras vidas. Os “gênios da humanidade” são pessoas inteligentes, possuem forte senso de moral e justiça, semeiam o bem, a harmonia e os bons sentimentos, sem fazer nunca algo que sua consciência desaprove. São consideradas pessoas especiais.”

Não sou espírita ou esotérica, mas meu pai nasceu no dia 31/05 e, sem dúvida, era uma pessoa especial. Um verdadeiro “gênio da humanidade".
imagem: arquivo pessoal

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