Registro de batizado:
“Aos dezoito de
setembro de mil nove centos trinta e um, na matriz, baptisei solenemente a Raymundo, nascido aos
trinta e um de maio do dito ano, filho legitimo de Luiz Severiano da Costa
e Isabel Alexandrina da Costa, foram padrinhos Theophilo Ferreira da Rocha e
Maria Augusta da Rocha, do que mandei fazer este termo que assigno. Vigário
José de Oliveira Barbalho. (Livro 34, fl. 5 verso, registro 735 – Batismo –
Paróquia de Santa Cruz (RN)).
imagem: arquivo pessoal
Raimundo era o oitavo
filho, de um total de catorze, do casal LUIZ SEVERIANO DA COSTA E ISABEL
ALEXANDRINA BORGES. Segundo consta na sua certidão de nascimento, nasceu no
sítio Terra Firme no município de Santa Cruz (RN).
Até os 18 anos, viveu na zona rural de Santa Cruz, junto com
seus pais e irmãos, como agricultor. Durante toda a sua vida adorava plantar e
lidar com animais.
Foi alfabetizado e
cursou o antigo primário no Grupo Escolar Quintino Bocaiúva de Santa Cruz entre
1945 e 1949.
Participou do Grupo
de Escoteiros naquela cidade e, também foi um dos primeiros alunos no curso de
datilografia em 1948.
imagem arquivo pessoal
imagem arquivo pessoal
Astuto e esperto, com
memória privilegiada, Raimundo se destacou entre seus colegas, e sempre dizia
que foi uma professora que lhe aconselhou a seguir a carreira militar. Fez o
alistamento eleitoral junto aos fuzileiros navais em 1949.
imagem: arquivo pessoal
Naquela época, a base
naval mais próxima era em Natal (RN), distante 110 km de Santa Cruz, para onde
seguiu.
De Natal foi mandado
para o Rio de Janeiro, aonde chegou depois de uma viagem de nove dias a bordo
do navio Pará. Raimundo serviu como fuzileiro naval por três anos, deu baixa e
depois, aprovado em concurso, entrou para o Corpo de Bombeiros do Distrito
Federal.
Soldado do fogo, foi
galgando todas as patentes até se aposentar como subtenente e, posteriormente,
segundo tenente.
imagem: arquivo pessoal
Corajoso, estava
sempre pronto a ajudar quem quer que fosse. Gostava de contar para seus filhos
as histórias de Mané Franco e de Trancoso. Os netos ainda guardam na lembrança
o início da história que dizia “... meu pai e minha mãe vejam que eu com
Pinta matei sete, dos sete escolhi o melhor (Veja História de Trancoso em outro
post)”.
imagem: arquivo pessoal
imagem: arquivo pessoal
Era um profundo
conhecedor das leis militares, embora só tenha concluído o nível médio (antigo
segundo grau que concluiu mediante exames supletivos). Era respeitado por seus
colegas de farda e mantinha contato com seus antigos companheiros até falecer.
Ele mantinha contato
frequente, até morrer, com seus ex-companheiros de 40/50 anos atrás e, com
todos de sua família, embora tivesse deixado a sua terra natal há mais de 50
anos.
imagem: arquivo pessoal
Raimundo faleceu no
dia três de julho de 2005, quando contava com 74 anos. Teve morte trágica em
acidente de trânsito na rodovia federal BR 020, perto da cidade goiana de
Formosa, quando estava acompanhado de seu enteado PAULO ROBERTO AUDEBERT
DOMINGOS e voltava de uma festa junina ocorrida na fazenda de seu filho Marcos,
localizada em Bezerra (GO), distante uns 100 km de Brasília, local onde ele
morava.
Morreu fazendo o que
mais gostava na vida: dirigir. Morreu por imprudência de outro motorista que,
na contramão de direção, atingiu o seu carro. Chegou a ser atendido no Hospital
de Formosa, mas não resistiu ao traumatismo decorrente do acidente.
Católico,
extremamente religioso, fez um pequeno altar no seu quarto onde tinha várias
imagens sacras onde rezava sempre. Devoto, assistia as missas e não deixava de
fazer suas penitências. Sempre alegre e carinhoso, era extremamente amoroso com
a família. Adorava música. Tocava clarinete e chegou a participar de bandas na década
de 50.
Conheceu a sua esposa
Dagmar (minha mãe) em uma viagem de trem no Rio de Janeiro, no ano de 1951,
quando ambos se dirigiam ao trabalho. Dagmar, nesta época, trabalhava como
chefe de costura (estilista) para Madame BASTOS, que tinha um atelier de alta
costura. Raimundo, por sua vez, era soldado dos Fuzileiros Navais.
O início do namoro
foi diferente, pois no primeiro encontro, ainda dentro do trem, Raimundo teria
ficado muito interessado em Dagmar, que não deu qualquer atenção a ele. Mas,
quando a viu descer em uma estação, ele também desceu e nos dias seguintes fez
a mesma coisa até conseguir “puxar um papo” (como ele dizia) com Dagmar.
Ela gostou da
conversa, mas quando entendeu que ele estava interessado em
um relacionamento
amoroso desconversou, dizendo que ele era muito jovem, e que ela era viúva e
tinha filho para criar. Mas, para sua surpresa, Raimundo não se afastou e
insistiu muito com Dagmar, dizendo que poderiam ser somente “amigos”. A amizade
não durou muito tempo e a insistência de Raimundo deu certo.
Três meses depois de
se conhecerem já estavam casados. Os padrinhos do casamento foram Aparecida e
Heitor (primos de Dagmar).
Raimundo e Dagmar em 1961
imagem: arquivo pessoal
Nem a diferença de
idade entre o casal, nem a diferença de temperamento ou de formação impediu que
fossem felizes durante 53 anos, até a morte de Dagmar, que ocorreu em 18 de
dezembro de 2004, seis meses antes da morte de Raimundo.
Dagmar, minha mãe,
falava pouco, com voz baixa e pausada. Educada e conservadora, tinha
temperamento forte. Raimundo era o contrário. Falava alto, era brincalhão,
adorava festas e era extremamente extrovertido.
Dois opostos que se
atraíram. Mas, tinham muitas coisas em comum. Ambos
adoravam a leitura,
viajar e amavam a família. Sempre tiveram um projeto de vida, que eles diziam
ser o “pacto” que fizeram quando se casaram, qual seja, de viverem juntos e
construírem uma família, um ajudando o outro e ambos com o mesmo ideal.
Após o casamento O
casal morou, inicialmente em Honório Gurgel, subúrbio do Rio de Janeiro, e duas
vezes em Brasília (1964 e 1967/69), antes de fixar residência definitivamente na
Capital Federal em 1975.
O casal teve três filhos: MARCOS ANTONIO, AUGUSTO E ISABEL. Nove netos: EDUARDO, MARCOS ANTONIO, HELOÍSA, VICTOR CÁSSIO, BRÁULIO LUIZ, ARTHUR OCTÁVIO, RICARDO AUGUSTO, FÁBIO ALEXANDRES E CIRUS GUILHERME.
Raimundo e Dagmar com netos em 1989
imagem: arquivo pessoal
Para finalizar esta
pequena biografia de meu pai RAIMUNDO, eu acrescento que dizem que todos nós
temos um anjo da guarda, dependendo do dia do nascimento. Mas, as pessoas
nascidas nos dias 05/01, 19/03. 31/05, 12/08 e 24/10 não possuem um anjo
especifico e são chamados de “gênios da humanidade”, vez que são consideradas
especiais e privilegiadas e têm o direito de escolher qualquer um dos 72 anjos
como seu protetor, ou seja, com aquele com quem mais se identifica. Não têm um
anjo específico, pois são protegidas por todos os anjos de todas as categorias.
Dizem que essas
pessoas têm a missão de guardar a humanidade e, em outras vidas, fizeram
sacrifícios pelo grupo em que viviam, por isso tem um “ nível superior de
consciência. Têm uma essência angelical muito forte por causa dos atos humanitários
que praticaram em outras vidas. Os “gênios da humanidade” são pessoas inteligentes,
possuem forte senso de moral e justiça, semeiam o bem, a harmonia e os bons
sentimentos, sem fazer nunca algo que sua consciência desaprove. São consideradas
pessoas especiais.”
Não sou espírita ou
esotérica, mas meu pai nasceu no dia 31/05 e, sem dúvida, era uma pessoa
especial. Um verdadeiro “gênio da humanidade".
imagem: arquivo pessoal
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