segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

OS FILHOS DE JOAQUINA DAS MERCÊS PEREIRA GOMES E ANTONIO PEREIRA GOMES

ANTÔNIO PEREIRA GOMES, nasceu em Santa Eulália de Cabanelas, Vila Verde, Portugal, em 28/08/1850 . Era irmão de MANOEL PEREIRA GOMES (meu bisavô).

Chegou ao Brasil com 23 anos, exatamente no dia 31/12/1883, no Rio de Janeiro, a bordo do navio Tagus. Foi morar com seu irmão em Três Rios/RJ (na época se chamava ENTRE RIOS).

Casou com sua sobrinha (filha do irmão Manoel) JOAQUINA DAS MERCES PEREIRA GOMES no dia 27/09/1898 em Três Rios, mas o casal fixou residência em Alberto Torres/RJ

O casal teve quatro filhos

1) Maria Amélia Pereira Gomes, nasceu em 5/3/1892 em Três rios/RJ

2) José Pereira Gomes, nascido em 21/02/1894 em Três Rios e falecido em 26/08/1987.

3) Carlos Gomes Pereira, 

Casamento de Carlos (Petito) com Aurora Pachoal Esteves realizado em 27/12/1922, em Paraíba do Sul/RJ.


4) Antonio Pereira Gomes , nascido em 1904

Os apelidos dos filhos de Joaquina ( noticia de 1913), José (Nito), Maria Amélia  (Lili), Carlos (Pitito) e Antônio (Bilico)




segunda-feira, 7 de junho de 2021

MINHA ASCENDÊNCIA ATE MANUEL AFONSO PAVÃO

 

! -  MANUEL AFONSO PAVÃO, o Velho, , veio de Portugal já casado para a Ilha de São Miguel nos Açores, Segundo Rodrigo Rodrigues , “ no tempo do 5.º capitão donatário, Rui Gonçalves da Câmara (Vide Frutuoso, Livro IV, Cap.º XXIX). Foi morador primeiramente em Água de Pau.” Casou com Isabel Manuel, citada pelo genealogista micaelense Padre Belchior Manuel, que diz que a mulher deste Manuel Afonso Pavão fora ISABEL MANUEL. Foram os primeiros povoadores da Vila de Agua de Pau, em São Miguel e tiveram

2 - JOÃO MANOEL RODRIGUES PAVÃO, também conhecido como João Manuel Pavão, que também se chamou João Manuel de Vasconcelos (Vide Frutuoso, Livro IV, Caps. XXIX e CX),se CASOU INÊS DE OLIVEIRA DE VASCONCELOS, tiveram

3 - GUIOMAR DE OLIVEIRA, a quem Frutuoso chama também Isabel de Oliveira Vasconcelos (Vide Frutuoso, Livro IV, Cap.º CX)   se casou com na Bretanha, Ilha de São Miguel Nos Açores com o capitão SEBASTIÃO AFONSO DE SOUSA LEDO (filho de Afonso Ledo e de mãe desconhecida)  tiveram

4 - FILIPA DE VASCONCELOS , nascida aproximadamente em 1550, segundo Rodrigo Rodrigues era moradora nos Mosteiros com o marido, onde ambos venderam uma terra nos Ginetes por escritura de 30.9.1607 ( Fructuoso Liv.º IV, Cap.º CX § 3.º onde diz ser já casada e com filhos). Casou com PEDRO DE TEVE DE MESAS, capitão dos Mosteiros , tiveram:

5 - CLARA DE TEVE DE VASCONCELOS, moradora nos Mosteiros. Casou com ANDRÉ GONÇALVES tiveram:

6 -  MANUEL DE TEVE, casou em S. José de Ponta Delgada a 4.3.1651 com ANA CABRAL Tiveram

7 -       TERESA CABRAL, casou em S. José de Ponta Delgada a 16.11.1681 com JOÃO DA COSTA, filho de Manuel da Costa e Bárbara Garcia, da freguesia de S. José de Ponta Delgada.Tiveram:

8 - AGUEDA CABRAL OU DOS SANTOS, casou em S. José de Ponta Delgada a 5.4.1706 com MATIAS DE SOUSA, filho de Sebastião de Sousa a Ana de Andrade, da freguesia de S. Pedro de Ponta Delgada.

Tiveram:

1-       Josefa da Conceição, natural da freguesia de S. Pedro de Ponta Delgada e aí casou a 8.3.1734 com Lourenço Borges (Cap.º 146.º § 1.º N.º 10).

2 -        José de Sousa, c. em S. Pedro de Ponta Delgada a 6.1.1749 com Francisca Rosa, filha de Paulo Vieira e Ana da Silva.

3 -        Agostinha Francisca, natural de S. Pedro desta cidade e casou em S. José de Ponta Delgada a 28.4.1751 com Miguel Tavares do Rego, filho de José Velho e Maria Tavares do Rego

Josefa e Lourenco tiveram

9 - BARBARA FRANCISCA nascida em 3/12/1741 em São pedro de Ponta Delgada, Ilha de São Miguel, Açores. Casada com ANTONIO JOSÉ TORRES, tiveram

10 - FRANCISCO BERNARDO casado com Laureana Joaquina,  triveram

11 -  ANTONIO JACINTO BORGES Casado a 27 de Novembro de 1809 ANA JACINTA DE JESUS, nascida a 6 de Outubro de 1792, São Pedro de Ponta Delgada, Ilha de São Miguel tiveram :

12 -  JOAQUIM ANTONIO DE MEDEIROS, nascido a 14 de junho de 1827, Rosário da Lagoa, Ilha de São Miguel, faleceu a 15 de julho de 1913, Três Rios/ RJ/ BRASIL, Casado com JACINTHA CÂNDIDA BOTELHO, nascida a 26 de julho de 1838, São Roque do Rosto de Cão/São Miguel... tiveram:

 13-   MARIA DAS MERCÊS BOTELHO DE MEDEIROS, nascida a 21 de setembro de 1856, Lagoa, Ponta Delgada, Ilha de São Miguel, Açores, falecida em 1905, Três Rios/RJ – Brasil. Casada com MANOEL PEREIRA GOMES, nascido a 6 de agosto de 1842, Santa Eulália, Cabanelas, Vila Verde, Braga, Portugal, tiveram:

14.  ELVIRA PEREIRA GOMES, nascida a 20 de outubro de 1883, Três Rios, Rio de Janeiro, Brasil, batizada a 24 de fevereiro de 1884, TRES RIOS/ RJ/ BRASIL. Casada com Pierre AUDEBERT, nascido a 23 de Setembro de 1879, Les Charreaux, Dordogne, França, falecido a 26 de Novembro de 1944, Rio de Janeiro/RJ . tiveram:

15.  DAGMAR PEREIRA GOMES AUDEBERT (minha mãe)

 

 

segunda-feira, 31 de maio de 2021

ALGUMAS FAMÍLIAS DE BANANEIRAS/PB – 1936/1840

 

AGUIAR

ALMEIDA

AVELAR

 BEZERRA  (BEZERRA CAVALCANTE, BEZERRA DE MENEZES, BEZERRA   DA SILVA)

CARNEIRO (CARNEIRO DA CUNHA)

CARNEIRO (CARNEIRO MACHADO)

CASTRO

DAS NEVES (ASSUNÇÃO DAS NEVES)

DUARTE

FERNANDES (FERNANDES DE LINHARES)

FERREIRA ( FERREIRA DA SILVA, FERREIRA DA ROCHA)

LEITE (LEITE CAVALCANTI)

LIMA

OLIVEIRA (PEREIRA DE OLIVEIRA, NUNES DE OLIVEIRA, GOMES DE  LIVEIRA. OLIVEIRA FREIRE)

PEREIRA (PEREIRA DA SILVA)

PINTO (TEIXEIRA PINTO, SOUZA PINTO)

RIBEIRO (RIBEIRO DA COSTA , RIBEIRO DE SOUZA, LOPES RIBEIRO DA COSTA, SOARES RIBEIRO)

SILVA (SILVA BARBOSA)

SILVA (SILVA OLIVEIRA)

SOARES (SOARES DE ARAUJO)

SOUZA (SOUZA CAVALCANTI)

sexta-feira, 30 de abril de 2021

BEATRIZ MARQUES - CRISTÃ NOVA - FILHA DE INÊS DE XEREZ E MARCOS AFONSO

Devido ao grande interesse que tem despertado ultimamente, em grande parte fundado na possibilidade de certificação junto à Comunidade Israelita de Lisboa, que é fundamental para obtenção de nacionalidade portuguesa considerada a ascendência Sefardita, muitos passaram a se interessar pelos processos do Tribunal do Santo Ofício com acusações de práticas judaizantes.

Alguns de meus ancestrais cristãos novos.

Atualmente, tenho conhecimento de 4 ancestrais, que já foram certificados pela CIL. São eles:

- Beatriz Marques (da Ilha de São Miguel, Açores – Portugal), através de sua sobrinha Águeda Moniz.

- Camila Fernandes e Domingos Gonçalves, que viveram em Barcelos, Braga, Portugal entre 1570/1630 (vide postagem no blog)

- Guiomar Alvares, da Ilha de São Miguel, através do processo de seu irmão o advogado Henrique Soares (vide postagem no blog)

- Isabel Dias, nascida por volta de 1590 na Ilha de Santa Maria (através dos Borges).

E, outra ancestral ANA DE SOUSA, também da ilha de São Miguel nos Açores, que foi certificada, mas que ainda estou pesquisando os documentos comprobatórios. Oportunamente, farei uma postagem.

Quanto a BEATRIZ MARQUES, ela é também ancestral dos irmãos Medeiros – muito conhecidos no Seridó, por terem deixado muitos descendentes.

Ela descende de Inês de Xerez, cristã nova castelhana, que viveu na ilha de São Miguel nos Açores. Ela foi casada com Marcos Afonso, um mercador rico, também castelhano, tendo o casal vivido na Ribeira Grande na Ilha de São Miguel, nos Açores.

            Segundo Gaspar Fructuoso, em seu livro Saudades da Terra[1]:

“Casou Mécia Roiz, a segunda vez, como Diogo Anes, nessa Ilha de São Miguel onde veio ter, muito rica, depois de viúva, de quem houve esses filhos: Pedro Anes Furtado, clérigo, beneficiado na Vila da Ribeira Grande. Manuel Roiz Furtado que se casou com BEATRIZ MARQUES, filha de Marcos Afonso e Inês de Xerez, natural de Xerez da Fronteira”.

Extrai-se a informação da filiação de BEATRIZ MARQUES, como sendo filha do casal e, ainda, o marido dessa como Manuel Roiz Furtado, além da procedência do casal como sendo de “Xerez da Fronteira[2].

            Fructuoso também aponta como filha do casal ELVIRA MARQUES, casada em segundas núpcias com JOÃO MARTINS, filho de Cristóvão Martins, também castelhano da cidade de Xerez. 

“Outro filho de Cristóvão Martins e de Isabel Muniz, chamado João Martins se casou com ELVIRA MARQUES, viúva, filha de Marcos Afonso, de quem houve um filho e duas filhas, Catarina Muniz, casada com Braz Martins e Águeda Muniz, casada com Álvaro Lopes da Costa, filho de João Carneiro Lopes. ”    

 

                   Rodrigo Rodrigues[3] afirma que “João Martins Moniz, (Vid. Frutuoso Liv. IV Cap.º XX § XXIV). Casou com Elvira Marques, viúva de Fernão Tavares e filha de Marcos Afonso e Inês de Xerez. Tiveram: Agueda Moniz, casada com Álvaro Lopes da Costa e Catarina Moniz.” A terceira filha conhecida do casal é LEONOR MARQUES, cuja filiação vem comprovada pelo Livro de Reconciliações da Visitação das Ilhas dos Açores e Continente [4], acusada de práticas judaizantes, onde a mesma declara ser filha de Inês de Xerez.

Assim, são conhecidas como filhas do casal MARCOS AFONSO e INÊS DE XEREZ: 1) BEATRIZ MARQUES, ao que tudo indica era filha mais velha, 2) ELVIRA MARQUES (mãe de ÁGUEDA MONIZ[5]) e 3) LEONOR MARQUES (mãe de INÊS MARQUES).


“Aos vinte e nove dias do mês de novembro de mil quinhentos e setenta e cinco, na cidade de Ponta Delgada da ilha de São Miguel, na pousada do senhor Licenciado Marcos Teixeira, Inquisidor e visitador em todas as ilhas doa Açores, perante ele apareceu Leonor Marques[1], viúva, mulher que foi de Francisco Peres, mercador, já defunto, morador que foi nesta cidade, o qual Francisco Peres era castelhano, a qual disse que se vinha acusar de um jejum que fizera da Rainha Ester, e para em tudo falar verdade lhe foi dado o juramento dos Santos Evangelhos, em que pôs sua mão e prometeu de a dizer; e logo disse que Inês de Xerez, sua mãe, castelhana já defunta...”



[1] Leonor Marques, cristã nova, restou sentenciada pelo Santo Ofício, na Inquisição de Lisboa. Condenada a ser queimada na fogueira (auto de Fé de 1/04/15820.

             Segundo Rodrigo Rodrigues, na obra citada (Genealogias de Santa Marta e São Miguel) MANUEL RODRIGUES FURTADO, que aparece também como Manuel Roiz Furtado, se casou com BEATRIZ MARQUES.



" Manuel Rodrigues Furtado, que casou com Beatriz Marques, que morreu a 19.7.1568 na Matriz da Ribeira Grande com testamento sendo testamenteiro o marido. Era filha de Marcos Afonso e Inês de Xerez”.

            Consta da Nota número 2.


Sua mulher Beatriz Marques era irmã de Elvira Marques que casou em primeiras núpcias com Fernão Tavares e em segundas com João Martins (Cap.º 164.º § Único, N.º 2). É a uma filha destes, Águeda Moniz, mulher de Álvaro Lopes da Costa que fez o Padre Matias Nunes Furtado uma doação por escritura de 27.8.1578 para a mesma Agueda [Moniz] casar com o dito Álvaro Lopes [da Costa]. Dos bens e encargos desta doação deu contas a dita Agueda Moniz e depois Pedro Furtado do Canto e sua mulher Isabel Pacheco, que desistiram dos bens em 1677.

                         BEATRIZ MARQUES morreu a 19.7.1568 na Matriz da Estrela, Concelho da Ribeira Grande, Ilha de São Miguel, Açores, com testamento, sendo testamenteiro o marido Manuel Rodrigues Furtado, que aparece nos documentos paroquiais como Manoel Roiz ou Manuel Roiz Furtado, o qual faleceu antes de 1582, também na Ribeira Grande, Ilha de São Miguel de Açores, Portugal.

                        Filho do casal : Padre Manoel Roiz Furtado conforme informou Agueda Muniz em suas confissões. Foi cura da Igreja de Maia, na Ribeira Grande (segundo Gaspar Fructuoso).  Nas confissões de Águeda Muniz e duas denúncias apresentadas contra ele à Inquisição em 1592, afirma Águeda Muniz ser ele pai de duas crianças chamadas Beatriz e Mateus, ambas criadas por ela.

                               Beatriz Furtado se casou em 09/07/1607, na Matriz de Nossa Senhora da Estrela, Ponta Delgada, Ilha de São Miguel, Açores, Portugal com  Manuel Roiz da Rocha. Foi batizada na mesma igreja como filha de pais ignorados, sendo padrinhos o Beneficiado daquela Matriz, Padre Duarte Lopes e Águeda Muniz, que a criou, conforme a própria disse nas confissões perante o Tribunal do Santo Ofício.

                        A mãe não foi identificada e, não há indicação de quem fosse, embora tenha o parto sido feito em casa, o que indica que era conhecida por Águeda, mas a mesma não apontou quem fosse.

                         Uma filha de Beatriz Furtado com Manuel Roiz da Rocha foi Maria de Medeiros, se casou  com Francisco Lopes da Costa  em  15/10/1650 em São Pedro da Ribeira Seca, Ilha de São  Miguel, Açores, Portugal.  Faleceu em 29/09/1676, na Ribeira Seca, ilha de São Miguel, Açores, Portugal. 

                        O casal teve Maria de Medeiros Rocha, foi batizada em 11/07/1653, na Ribeira Seca, Ilha de São Miguel. Açores, Portugal. Casou em 21/11/1674, com Bartolomeu Frias Camelo, na Ribeira Seca, Ilha de São Miguel, Açores, Portugal.

                        O casal teve a filha Maria de Medeiros Pimentel, batizada na Ribeira Seca, Ilha de São Miguel, Açores, Portugal, em 10/01/1675. Casou com o alferes Manuel de Matos em 17/06/1693. Faleceu em 21/11/1734 na Ribeira Seca., Ilha de São Miguel, Açores, Portugal.

                        Seus filhos SEBASTIÃO DE MEDEIROS MATOS, nascido em 19/01/1716, na Ribeira Seca, imigrou para o Brasil, onde se casou, por volta de 1740 com ANTONIA DE MORAIS VALCÁCER, em Santa Luzia , Paraíba. e RODRIGO DE MEDEIROS ROCHA, nascido em 21/01/7109 na Ribeira Seca, Ilha de São Miguel, Açores, Portugal. Casou-se em Santa Luzia, no estado da Paraíba , Brasil com APOLONIA BARBOSA. Falecido em 12/01/1757 em São João do Sabugi, Estado do Rio Grande do Norte, Brasil.

                        Esta é a origem  judaica de um ramo da família Medeiros do Seridó brasileiro, descendentes  dos irmãos SEBASTIÃO E RODRIGO.



[1] Fructuoso, Gaspar. Saudades da Terra, 1590. Liv. IV, Cap.º XX § XXIV.

[2] Em castelhano,  Jerez de la Frontera  está localizada em  Cádis, na  Andaluzia, Espanha, onde centenas de criptojudeus foram condenados à fogueira pela Inquisição.

[3] Genealogias de Santa Maria e São Miguel.

[4] PT-TT-TSO-IL-038-0796 - https://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=4384802, consulta em 16/01/2021.

[5] Águeda Moniz, cristã nova, foi condenada por judaísmo e abjuração leve, penitências espirituais e pagamento de custas. Luiz Fernando Pereira de Melo – Um ramo judaico dos Medeiros no Seridó -2020.


CRISTÃOS NOVOS NA PENINSULA IBÉRICA

                 Para entender melhor o panorama existente nos Açores em relação aos processos que tramitaram perante o Tribunal do Santo Ofício, território autônomo de Portugal, durante os séculos XVI, XVII e XVIII, necessário se faz explanar sobre a conversão obrigatória dos judeus na Península Ibérica.

Inicialmente, devemos registrar que há provas documentais da presença de judeus na Península Ibérica desde a Antiguidade.

Durante séculos os judeus que viviam no território que hoje conhecemos como Portugal e Espanha não tiveram maiores problemas. Mas, com o passar do tempo, a comunidade prosperou tanto, devido principalmente, ao grande comércio português, pois contava com a participação significativa dos judeus. Tal situação gerou insatisfação, principalmente levando-se em conta que as comunidades judaicas começaram a crescer muito acumulando riquezas que deixavam os demais com muita inveja.

Somando-se a isso, apoiados na expulsão dos judeus da Espanha (Andaluzia), tal fato culminou com a conversão obrigatória de 1497, no reinado de D. Manuel I, quando todos os judeus que não conseguiram sair do país foram batizados compulsoriamente, tiveram que abandonar os seus nomes e adotar nomes cristãos (quer nomes próprios, quer de família).

A princípio, foi dado o prazo de dez meses para que os judeus deixassem o reino. Mas, em face da evidente perda financeira e de mão de obra especializada que ocorreria com a saída dos judeus, foi feita a conversão forçada ao cristianismo, quando foram batizados em pé e à força, sendo designados cristão-novo ou converso/convertido (ele e seus descendentes), em contraposição aos cristãos-velhos. A expressão foi muito difundida pelo Tribunal da Inquisição.

Sem permissão para o funcionamento de sinagogas, sem rabinos reconhecidos, impedidos da leitura de textos sagrados do judaísmo, grande parte desses cristãos novos, mesmo após a conversão, continuavam fieis da sua religião original, o que ameaçava o catolicismo. Esses cristãos-novos (denominados criptojudeus ou, de forma pejorativa, marranos) inventaram formas de esconder sua convicção religiosa. E, não tiveram mais sossego. Muitos foram perseguidos, razão pela qual fugiram para o norte da África, Países Baixos, Brasil e Açores (lugares receptivos para os cristãos-novos por poderem praticar suas atividades com relativa liberdade).

Em Portugal, até a última década do século XV, a situação ainda era melhor que na vizinha Espanha, pois a partir de 1478, com a fundação da Inquisição Espanhola, os cristãos novos viraram foco dela, que, por óbvio, não julgava sincera a adesão forçada ao catolicismo.

Em 1492, veio o decreto de expulsão do reino caso recusassem a conversão. Tal medida dos reis católicos, Fernando e Isabel, buscava a unificação dos reinos de Aragão e Castela. Com isso muitos cristãos novos castelhanos fugiram.

Apesar das conversões forçadas dos judeus para o catolicismo, no qual se tornavam cristãos-novos, como já dissemos, estes, com raras exceções, não se convertiam de fato; apenas se passavam por católicos para usufruírem os mesmos privilégios dos demais cidadãos. Em sua particularidade, viviam sua religiosidade.

O Tribunal do Santo Ofício sabia da prática do criptojudaísmo e por isso, infiltrava-se no seio das famílias hebraicas, como em geral eram chamadas tais famílias.

O Tribunal do Santo Ofício da Inquisição em Portugal foi instituído, definitivamente, depois de diversas tentativas, pela Bula do Papa Paulo III, em 23 de maio de 1536, isto é, quarenta anos após a "expulsão" dos judeus das terras lusitanas, em 5 de dezembro de 1496, por édito promulgado pelo rei Dom Manuel I. Geralmente os “crimes” condenados pela Inquisição eram a bruxaria, bigamia, protestantismo, judaísmo, islamismo, homossexualismo e outras “heresias”.

“O tribunal do Santo Ofício lançou os seus tentáculos sobre o arquipélago dos Açores em meados dos anos 50 do século XVI. De fato, em 1555, recebeu alguns açorianos enviados presos pelo bispo de Angra. Era a "entrada" no arquipélago de um tribunal que vinha abrindo espaço de manobra por todo o reino e seus domínios. À leva de detidos de 1555, outras se seguiram, as quais, a par com a finta realizada aos cristãos-novos das ilhas em 1558, fizeram de 1555-1559 um quadriénio fundamental para a afirmação do Santo Ofício nos Açores. Em 1575-1576 realizou-se a primeira visitação inquisitorial ao arquipélago. Esta e as duas que se lhe seguiram, a de 1592-1593 e a de 1619-1620, foram momentos fundamentais na implantação do tribunal nos Açores, traduzindo-se por algumas prisões e pela clara e efetiva tomada de consciência, por parte dos açorianos, de que a partir de então nada voltaria a ser como antes”. ***    

A Inquisição processou por judaísmo, entre 1557 e 1802, 112 moradores no arquipélago dos Açores. Mas, muitos foram os que o tribunal inquiriu de outras formas, nomeadamente nas visitações. Nas de 1592-1593 e 1619-1620, foram denunciadas várias pessoas, muitos castelhanos ou filhos e netos desses.

Em geral, eram os hábitos das pessoas que promoviam as denúncias. Por exemplo: se guardavam o sábado, se não comiam carne de porco, se trabalhavam aos domingos, se não observavam os demais preceitos da Igreja Romana, de acordo pleno com suas normas. Podemos dizer que muitos cristãos-novos e seus descendentes mantiveram seus hábitos oriundos do judaísmo, sendo certo que embora tenham teimosamente persistido na religião de Moisés, houve cristãos-novos e/ou seus descendentes que a Inquisição não conseguiu pegar. Logo, o número de cristãos novos nos Açores foi muito maior do que aqueles que foram processados pela Inquisição.

 

*** A INQUISIÇÃO E OS SOLDADOS DOS PRESÍDIOS AÇORIANOS (1592-1619), Paulo Drumond Braga, https://repositorio.uac.pt/bitstream/10400.3/279/1/Paulo_Braga_p. 55-63.pdf

 

 

quarta-feira, 31 de março de 2021

Sebastião Pires de Carvalho

 

 Todos os descendentes do açoriano JOAQUIM ANTONIO DE MEDEIROS ( meu trisavô)  descendem de famílias dos primeiros povoadores da Ilha de São Miguel, nos Açores.

Um deles foi Pedro Anes Preto, o Cavaleiro, natural de Portugal

Segundo Rodrigo Rodrigues 

".veio já casado para esta Ilha de S. Miguel aposentando-se em Água de Pau onde fixou residência. (Vide Frutuoso Livro IV Cap.º XXX s XLI). Instituiu uma capela que vagou para a Coroa por morte do Capitão Bernardo do Rego e foi doada  por uma vida por alvará de 22.9.1756 a Luís Pedro de Sousa, porteiro da Casa Real. 

Pedro Anes Preto serviu à sua custa em África, onde foi armado cavaleiro e donde voltou em 1521; em 1527 já era falecido, como consta de um recibo ou quitação de missas, passado a seu filho João Pires. El-Rei D. Manuel confirmou por carta de 20.6.1514 os privilégios e honras com que o armara cavaleiro em Azamor, Rui Berreto de Aguiar; Nesta carta se diz que ele era escudeiro e morador em S. Miguel (Torre do Tombo, Livro XI de D. Manuel, fls. 38). Casou em Portugal com Catarina Luís Maga que instituiu uma capela e a quem Frutuoso chama Catarina Alvares"

1 - Sebastião (Sebastian) Pires de Carvalho  nascido aproximadamente em 1515, se casou a 1.ª vez com uma filha de João Alvares, o Moço e de sua mulher Margarida Afonso e a 2.ª vez com Teresa Lopes, filha de Lopo Esteves Laio. Teve de ambas as mulheres numerosa geração em Água de Pau.

Teve da primeira mulher:

2 - Manuel Pires de Carvalho, que casou com Violante Vieira.

Tiveram:

3 - Sebastião Pires de Carvalho, cuja mulher se ignora.

Foi seu filho legítimo:

4 - João de Fontes de Resendes ou de Carvalho, cuja filiação consta de uma habilitação. F. com testamento em Água de Pau a 6.10.1675, sendo casado com Isabel Dias, natural desta Vila, onde morreu a 17.1.1679.

Tiveram:

5 - Agostinho de Carvalho, casado no Rosário da Lagoa a 10.12.1650 com Isabel de Sousa, que morreu nesta freguesia a 8.9.1705 e era filha de Manuel de Sousa (que faleceu com testamento na mesma freguesia a 22.3.1659, deixando a sua terça à filha Isabel com encargo de uma missa perpétua) e de sua mulher Isabel de Sousa.


"Aos oito dias do mês de setembro de mil setecentos e cinco anos faleceu de vida presente Isabel de Souza casada com Agostinho de Carvalho, fregueses desta Igreja de Nossa Senhora do Rosário..."

Tiveram:

6 -       André de Sousa Carvalho, casou no Rosário da Lagoa a 7.5.16... com Ana de Sousa, filha de Francisco de Sousa Ribeiro e Isabel Marques.

Tiveram:

7 -       Isabel de Pimentel, que casou no Rosário da Lagoa a 5.2.1724 com seu parente em 3.º grau Manuel da Costa de Sousa, filho de José da Costa, natural de Vila Franca e de sua mulher Águeda Martins (casados no Rosário Lagoa a 4.6.1677) e neto paterno Manuel da Costa, de Vila Franca do Campo, e de sua mulher Águeda Rodrigues e materno Manuel de Sousa e Maria Martins, do Rosário da Lagoa.

8  - Joaquim de Sousa, casou no Rosário da Lagoa a 2.11.1748 com Inês do Sacramento de Sousa, filha de André de Sousa Cabral e Isabel do Couto de Sousa.



Tiveram:

9 – Maria Joaquina, nascida em 10 de setembro de 1759, Rosário, Lagoa, São Miguel. Que se casou em 16/09/1759 com Pedro de Medeiros, nascido em 29/06/1765, filho de João de Medeiros e Victoria Cordeiro.

Tiveram

10- Ana Jacinta de Jesus, nascida a 6 de Outubro de 1792.Casada a 27 de Novembro de 1809 com Antônio Jacinto BORGES, nascido a 4 de Julho de 1787, São Pedro de Ponta Delgada, Ilha de São Miguel
... tiveram :

11 -  Joaquim Antonio de Medeiros, nascido a 14 de Junho de 1827,  Rosário da Lagoa, Ilha de São Miguel,  faleceu a 15 de Julho de 1913, Três Rios/ RJ/ BRASIL, Casado com Jacintha Cândida BOTELHO, nascida a 26 de Julho de 1838, São Roque do Rosto de Cão/São Miguel
... tiveram :

 12-   Maria das Mercês Botelho de Medeiros, nascida a 21 de Setembro de 1856, Lagoa, Ponta Delgada, Ilha de São Miguel, Açores, falecida em 1905, Três Rios/RJ - Brasil
Casada com Manoel pereira gomes, nascido a 6 de Agosto de 1842, Santa Eulália, Cabanelas, Vila Verde, Braga, Portugal, tiveram :

13.  Elvira Pereira  Gomes, nascida a 20 de Outubro de 1883, Três Rios, Rio de Janeiro, Brasil, batizada a 24 de Fevereiro de 1884, TRES RIOS/ RJ/ BRASIL. Casada com Pierre AUDEBERT, nascido a 23 de Setembro de 1879, Les Charreaux, Dordogne, França, falecido a 26 de Novembro de 1944, Rio de Janeiro/RJ .. tiveram:

 14.  Dagmar Pereira gomes Audebert,  nascida a 17 de Março de 1917, Rio de Janeiro - RJ, falecida a 18 de Dezembro de 2004, Brasilia- DF .

domingo, 28 de fevereiro de 2021

ANTEPASSADOS DE DAGMAR PEREIRA GOMES AUDEBERT

 Antepassados de Dagmar Pereira Gomes AUDEBERT 

 1 - Dagmar Pereira Gomes AUDEBERT 1917-2004


 1a. geração (pais)

2 - Pierre AUDEBERT 1879-1944

3 - Elvira Pereira GOMES 1883-1927


2a geração (avós)

4 - Guillaume AUDEBERT 1856

 5 - Marie FAVARD 1857

 6 - Manoel  PEREIRA GOMES 1842-

 7 - Maria das Mercês Botelho MEDEIROS1856-1905

3a. geração (bisavós)

8 - François AUDEBERT  1819
9 - Gabrielle REYNAUD  1826 
10 - Joseph FAVARD 1816 
11 - Jeanne CHANSAUDca 1824 
12 - José Custódio Gomes de CARVALHO 
13 - Joaquina PEREIRA DO LAGO1811
14 - Joaquim Antonio de MEDEIROS1827
15 - Jacintha Cândida BOTELHO1838 

4a. geração  (trisavôs)

16 - Jean AUDEBERT  1797-1857 
17 - JEANNE BARDET 1797 
18 - Guillaume REYNAUD 1789 
19 - Catherine MALAFAYADE 1790 
20 - Pierre FAVARD 1781
 21 - Jeanne BOSCORNUT1788-1854
 22 - Elie CHANSAUD 
23 - Jeanne PEYRAMAURE 
24 - Manoel José Gomes de CARVALHO 
25 - Joanna OLIVEIRA 
26 - Antonio Francisco PEREIRA 
27 - ANA PEREIRA DO LAGO1775 
28 - Antonio Jacinto BORGES1787
 29 - Ana Jacinta de JESUS1792 
30 - Felisberto BOTELHO 
31 - Ana Joaquina 

5a geração (tetravós)

32 - Francois AUDEBERT 

33 - Marie FAURE 

34 - Jean BARDET 

35 - Jeanne MARTISSOU

36 - Leonard REYNAUD 1751 

37 - Marguerite GACHE1763 

38 - Noel MALAFAYADE 1746-1776 

39 - Marguerite THUILIER 1751 

40 - Gabriel FAVARD 1742 

41 - Anne LACOSTE1749 

42 - Etienne BOSCORNUT 1757 

43 - Guilonne JARDON1762 

48 - José de CARVALHO 

49 - Rosa GOMES 

52 - DOMINGOS FRANCISCO 1780 

53 - ÚRCELA PEREIRA

 54 - José LOPES

 55 - Rosa FRANCISCA

 56 - Francisco BERNARDO1759 

57 - Laurena Joaquina SANTOS1759 

58 - Pedro de MEDEIROS1765 

59 - Maria Joaquina de SOUZA1758


6a.geração (pentavós)


7 2 - Pie r r e R E Y N A U D 
7 3 - G a b rielle G O U R S A C † 1 7 7 8
 7 4 - J a c q u e s G A C H E 
7 5 - M a rie V E R G A N A U D 
8 0 - Pie r r e F A V A R D † ? 1 7 0 9
 8 1 - F r a n c ois e L A R O C H E
 8 2 - J e a n L A C O S T E
 8 3 - M a rie R A F AIL L A C 
1 0 4 - M A N U E L G O N Ç A L V E S 1 7 2 0..1 7 5 0
 1 0 5 - M A RIA F R A N CIS C A 
1 0 6 - D O MIN G O S F E R N A N D E S 
1 0 7 - A N A D O MIN G E S P E R EIR A 
1 0 8 - F r a n cis c o L O P E S 
1 0 9 - M a ria P E R EIR A D O L A G O 1 6 8 5 - 1 7 4 3
1 1 0 - C U S T Ó DIO M A R TIN S 
1 1 1 - M A RIA N A D O MIN G U E S 
1 1 2 - A n t o nio J o s e d e T o r r e s 
1 1 3 - B á r b a r a F r a n cis c a 1 7 4 1 
1 1 4 - A n t o nio d o s S A N T O S 
1 1 5 - M a ria F r a n cis c a 
1 1 6 - J o ã o d e M E D EIR O S 1 7 2 9
 1 1 7 - V í c t ó ria C O R D EIR A 1 7 2 8
 1 1 8 - J o a q uim S O U Z A 
1 1 9 - Ig n e z S A N T O S ( S O U S A )

7a, geração (hexavós)


2 1 6 - F R A N CIS C O L O P E S 1 6 3 7 
2 1 7 - M A RIA PIR E S 
2 1 8 - F É LIX P E R EIR A D O L A G O 1 6 4 9 - 1 7 1 1
 2 1 9 - M A RIA F R A N CIS C A 
2 2 6 - L o u r e n ç o P e rin h o B O R G E S
 2 2 7 - J o s e p h a d a C O N C EIÇ A O
 2 3 2 - S e b a s tiã o d e M E D EIR O S 1 7 0 1 
2 3 3 - S e b a tia n a M A R TIN S 1 7 0 1
 2 3 4 - S e b a s tiã o a f f o n s o d e P AIV A 
2 3 5 - M A RIA B E N E VID E S 
2 3 6 - M a n u el d a C o s t a d e S O U Z A 
2 3 7 - Is a b el d e PIM E N T E L 
2 3 8 - A n d r e d e S o u s a C A B R A L
 2 3 9 - IS A B E L D O C O U T O D E S O U S A