sábado, 17 de outubro de 2015

FILHOS DE ESCRAVOS - LEI DO VENTRE LIVRE - ARARUNA/PB


THEREZA - Batizada em 24/05/1874 em Nova Cruz/RN, filha natural de Leocádia, escrava de Miguel Marques da Costa morador em Araruna. Padrinho Manoel Pereira  Camara e Rosalina Maria da Conceição. Testemunha Miguel Marques da Costa e José Paulino de Albuquerque.
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ANTONIO - Batizado 23/03/1875 em Araruna/PB, filho natural de RAQUEL, escrava de Targino Ernesto Bananeiras. Padrinho: João Horácio Fernandes Bezerra e testemunha João Baptista Pereira Barroso e José Joaquim Teixeira.
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EUGENIA - Batizada aos 16/02/1875, filha natural de THEODOSIA, escrava de Herculino Pompilio de Freitas Pessoa. Padrinho: Guilhermino Pereira da Cruz e testemunha Jacintho Xavier da Penha e Germano Correia Feio.
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JOANA - Batizada aos 8/8/1875, filha legitima de Antonio Francisco dos Santos e Josefa, escrava de José Joaquim Teixeira. Padrinhos: José Ferreira Pontes e sua mulher Candida Francisca Euphrazina e testemunhas José Baptista Barrozo e Nuno de Magalhães Teixeira. 
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BASÍLIO - Batizado aos 4/12/1875 em Cacimba de Dentro, filho natural de Camilla, escrava dos herdeiros de Manoel Domingos da Costa Lima. Padrinhos: José Ferreira de Mello e Galdina Maria da Conceição e testemunhas Manoel  Gregório de Sena e Herculino Pompilio de Freitas Pessoa.
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CHRISOSTOMO - Batizado em 23/03/1876, filho legítimo de Galdino e Thomazia, escravos de D. Joaquina Maria de Jesus Ferreira moradora no sítio dos Tanques. Padrinhos: Alferes José Gomes Torres e sua mulher D. Candida Umbelina da Conceição e testemunhas João Timotheo de Queiroz e Antonio Vianna Cavalcanti.
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MARIA - Batizada em 5/11/1876, filha natural de Romana, escrava de Francisco Thimóteo de Queiroz, morador no Riachão. Padrinhos: João Cypriano Lopes e Josefa Maria do Espírito Santo e testemunhas João Thimótheo de Queiroz e José Ferreira Azevedo.
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THOMAZIA, Batizada aos 4/1/1876, filha natural de Cosma, escrava de Manoel Soares do Nascimento Júnior. Padrinhos: Paulo Soares da Silva e sua mulher Romana Maria da Conceição e testemunhas João Soares de Avelar e Sinésio Pereira da Cruz.
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ZACARIAS - Batizado aos 24/01/1876, filho de Silveria, escrava de Francisco Antonio Babalho. Padrinho Francisco Augusto de Menezes e testemunhas Thomaz da Costa Souza e Manoel Soares de Oliveira.
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BERNARDO - Batizado aos 25/04/1876, filho de Raquel, escrava de José Gomes Torres. Parinhos Marcelino Pereira da Cunha e Anna Maria do Espírito Santos e testemunhas Manoel Barbosa da Silva e Jacintha Xavier da Rocha.
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JOSÉ - Batizado em 29/09/1872, filha de Ismira, escrava de João Paulo Bizerra. Padrinhos Luiz Gomes Ferreira e sua irmã Maria Francisca do Livramento. Testemunhas Manoel Gomes da Silva e João Alves de Mendonça.  

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BÁRBARA - Batizada aos 23/04/1872, filha legítima de José de Morais e Luzia de Morais Pernambuco, escravos de Francisco Soares de Moais. Padrinhos Etelvino José da Silva e Faustina Brasilina do Amor Divino

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 FELÍCIA - Batizada aos 25/12/1872, filha legítima de Galdino e Thomazia, escravos de D. Joaquina, viúva de José Antonio Ferreira, morador nos Tanques. Padrinhos: José Ferreira de Sousa e Therea Magdalena Ferreira

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CAPELA DE CUITÉ/PB 1786



Rever antigos livros paroquiais é como voltar no tempo. 
Quando menos se espera surge um registro importante que vem dar suporte às pesquisas genealógicas.
Antigas capelas aparecem nos registros que comprovam o surgimento das atuais cidades, como no registro abaixo do batismo de Anna, filha de Antonio de Oliveira de Azevedo e sua mulher Anna Maria de Azevedo, moradores na freguesia de Mamanguape, feito na Capella das Merces da Serra de Coyté em 3/12/1786, quinze anos antes de se tornar Matriz e freguesia (1801).

imagem do arquivo pessoal 

Cabe ressaltar que na mesma época já estavam em pleno funcionamento a Capela de Bananeiras e do Brejo de Areia, razão pela qual a Capela de Nossa Senhora das Merces atendia mais aos fregueses do Rio Grande do Norte, principalmente aqueles que moravam nos municípios atuais de JAÇANÃ, SANTA CRUZ e CORONEL EZEQUIEL, este último denominado antigamente de MELLÕES.
Mellões, aparece no registro abaixo do livro de óbitos da freguesia de Nossa Senhora das Mercês de 1845 (Cuité/PB), como pertencente à Freguesia de Santa Ritta do Trairí (Santa Cruz/RN).
Óbito de Maria, filha de Manoel de Lyra e Maria Joaquina de 1/5/1845,
imagem do arquivo pessoal 
Já o oratório de Mellões também é antigo como comprova o registro abaixo de 1869, do casamento de FELIX ALVES DA COSTA E MARIA FRANCISCA DO AMOR DIVINO.  
                                                                                 imagem do arquivo pessoal 



"SANTA RITTA DE CUITÉ/PB" e a "FREGUESIA DE SANTA RITTA DO TRAIRÍ/RN"

É fato que grande parte da confusão na pesquisa genealógica se deve à denominação das "freguesias", que na época do Brasil Colonial  era sinônimo de "paróquia".
Como a religião oficial era a Católica e os padres eram mantidos pelo Estado a divisão administrativa era igual.
Após a independência (1822), com a constituição de 1824, nada mudou, já que determinava:
"Art, 5. A religião Catholica Apostolica Romana continuará a ser a Religião do Império, Todas as outras Religiões serão permitidas com seu culto domestico, ou particular em casas para isso destinadas, sem forma alguma exterior do Templo."

Assim, o catolicismo se impunha e estava presente em todos os eventos da vida social e desempenhava as funções de registro civil (nascimentos, casamentos e óbitos), resultando que todos os documentos de interesse genealógico só podem ser encontrados nos registros da Igreja Católica.

Mas, como diferenciar a freguesia do município? Como separar o nome da vila ou da povoação do nome da freguesia?
Algumas vezes uma questão fácil de se resolver, mas outras vezes a coisa se complica.
Quando encontramos uma menção como, por exemplo, " Freguesia de Nossa Senhora do Livramento de Bananeiras" , temos a indicação da freguesia e do lugar o que facilita muito. 
Todavia, a coisa se complica quando encontramos apenas o nome da freguesia ou apenas o nome do local.    
Pior ainda quando encontramos nos mesmos registros nomes iguais de locais e freguesias, o que pode gerar uma confusão.

Nos registros paroquiais de Cuité/PB, encontrei a menção de "Santa Ritta" pertencente à Freguesia de Nossa Senhora das Mercês de Cuité.
Santa Ritta, ou sítio Santa Ritta, era um antigo agrupamento humano que data da segunda metade do século XVIII, localizado na rota dos tropeiros que iam para o sertão. Existindo referência de que existiu um engenho no local.

Na imagem abaixo, temos o sepultamento de uma criança (sem nome) de três dias, filha de FRANCISCO BORGES DE MORAES e de MARIA TAVARES, moradores em Santa Ritta da freguesia de Nossa Senhora das Mercês de Cuité (PB), feito em 23/03/1845.  
A localidade fica próxima à Barra de Santa Rosa/PB, outro local que fazia parte do caminho dos tropeiros que vinham de Areia/PB rumo ao sertão.
Atualmente, apenas um aglomerado rural do município de Cuité.   

 fonte: arquivo pessoal 
No mesmo livro de óbitos encontramos muitos registros da Freguesia de Santa Ritta do Trairi ou, simplesmente Freguesia de Santa Ritta, que na verdade era a freguesia que atendia a povoação de Santa Cruz/RN.

Nos registros abaixo, temos o sepultamento de GERTRUDES, filha de JOAQUIM JOSÉ DA FONSECA e BERNARDINA DE SCENA, sepultada em 25/01/1845.
E o de FRANCISCO DA SILVA BEZERRA, de mais de 90 anos de idade, morador na Tabua da Freguesia de Santa Ritta do Trairi.

  
  fonte: arquivo pessoal
  fonte: arquivo pessoal

Pelos registros acima temos que na época (1845), temos que a Freguesia de Nossa Senhora das Mercês de Cuité, desde a sua criação em 1801, já atendia também os moradores da Ribeira do Trairi, cuja freguesia só foi criada. em 27/03/1835.
Na leicde sua criação consta que "fica elevada à Cathegoria de Matriz, a Capella de Santa Rita, erecta na Povoação de Santa Cruz da Ribeira do Trahiri do Município desta Cidade."
Ficando claro que a povoação se chamava, desde sempre, SANTA CRUZ DA RIBEIRA DO TRAIRI ou, simplesmente, SANTA CRUZ DO TRAIRI e a freguesia a que pertencia SANTA RITTA DO TRAIRI. 

  

fonte o Correio Official de 16/10/1835