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quarta-feira, 1 de julho de 2020

MORADORES DE SOLÂNEA - PB (1925/1936)


                                                                                                        
MORADORES DO DISTRITO DE MORENO (SOLÂNEA) DE BANANEIRAS (1925/1936)
                                                                                              
ALFREDO FABRÍCIO DE OLIVEIRA
AMANCIO FERREIRA DOS SANTOS     Natural de Jardim do Seridó
AMARO MARCOLINO DA SILVA
ANISIO DAS CALDAS BARROS                                    VILA
ANTONIO CARRIELO DOS SANTOS                           COVÃO
ANTONIO GABRIEL DOS SANTOS
ANTONIO MARINHO DOS SANTOS
ANTONIO SOARES DE OLIVEIRA MACHADO          CANNA BRAVA
CAPITÃO IRINEU RANGEL DE FARIAS
FELINTO ANTONIO DE LIMA                                         PODEROZA
FRANCISCO BORGES DA FONSECA                        COVÃO
FRANCISCO DA COSTA MARANHÃO                   CHÃ DA CRUZ
FRANCISCO FERREIRA PINTO                            VILA (Rua Treze de Maio)
FRANCISCO PAULINO DE SOUZA                         FAZENDA VELHA
FRANCISCO VICENTE DE AZEVEDO                          CHÃ DE SANTA THEREZA
GABRIEL FERNANDES DE MELO                                ALDEIA
HELMO IGNACIO DOS SANTOS                                   CHÃ DO MORENO
HERMÍNIO BERNARDO DA SILVA                               MATIAS
ISAIAS VIEIRA DA SILVA                                                VIDAL
JAYME NOBREGA
JOÃO ALVES DE SOUZA  casado com Luiza de França (ela da família de Franco de Oliveira)
JOÃO ALVES DOS SANTOS                                          SOMBRIO
JOÃO CAVALCANTE DE SOUZA
JOÃO FELIX DE SOUZA (família Pinto)
JOÃO FELIZ PEREIRA DA COSTA de Araruna morava em CANNA  BRAVA
JOÃO FONTES DE SOUZA (FAMÍLIA PINTO)
JOÃO LALI DA SILVA PINTO
JOÃO MARCELINO PEREIRA (escrivão)
JOÃO MOREIRA FILHO                                               POVOAÇÃO
JOÃO NÓBREGA FILHO
JOAQUIM PEDRO DA SILVA                                          FAZENDA VELHA
JOSÉ AQUINO LEITE
JOSÉ PEDRO DOS SANTOS                                         GRUTA DE SANTA THEREZA
JOSUÉ SOARES BARBOSA                                           VILA
JUVINIANO GOMES DA SILVA                                       AÇUDE VELHO
MALACHIAS JOSÉ PINTO (nasceu por volta de 1859 no Sitio Buraco em Bananeiras, seus pais Manoel Barbosa de Souza e  Ana eram da família Pinto)
MANOEL RODRIGUES DE OLIVEIRA                          MALHADA DOS BOIS
MANOEL DE AZEVEDO COSTA VILA
MANOEL PEDRO FLORENTINO                                 JATOBÁ
MANOEL RANGEL DE FARIAS
MANOEL RODRIGUES DE OLIVEIRA
MANOEL SEVERINO PEREIRA COVÃO
MANOEL SIMPLÍCIO DA SILVA PINTO                       ALDEIA  
MANOEL THEODORO (natural de Cacimba de Dentro e morador no VIDAL
MANOEL TOMAZ DE AQUINO
OTÁVIO VASCONCELOS DE OLIVEIRA
PEDRO ALVES BASTOS  VILA
PEDRO SOARES DE MELO                                      LAGES
SEBASTIÃO LUIZ DOS SANTOS                               LAGOA FUNDA
SEVERINO CANDIDO DE SOUZA
SEVERINO RAMOS DE AZEVEDO MAIA                  VILA
SEVERINO SANTOS                                                 VILA
SILVINO NUNES                                                       AÇUDE VELHO

domingo, 28 de junho de 2020

FAMÍLIA PINTO EM SOLÂNEA (PB)


A IMENSA FAMILIA PINTO
Recentemente, mais um membro da família Pinto entrou em contato comigo. Tinha dúvidas se realmente era da família e prometi que iria escrever uma postagem explicando tudo.
Não é e nunca foi minha pretensão de compilar todos os membros. Fato que seria quase impossível, considerando o número de descendentes.
Mas, como este ramo ainda tem muitos descendentes, tanto em Solânea como em Bananeiras, achei se trata necessário esclarecer.
Inicialmente, devo esclarecer que não sei quantos irmãos meu quinto avô MANOEL JOSÉ PINTO teve.
Só sei o nome dos 14 filhos
1) MARIA FRANCISCA DA CONCEIÇÃO, casada com JOÃO GOMES DOS SANTOS.
2) JOAQUIM JOSÉ PINTO (meu tetravô) casado com INÁCIA FRANCISCA DE JESUS.
3)  MANOEL JOSÉ PINTO, casado ANTONIA MARIA DA CONCEIÇÃO.
4) ANTONIO JOSÉ PINTO. Casado com JOAQUINA MARIA DE LIMA CAVALCANTI em 1870.
5) JOSÉ PINTO DE SOUZA ou JOSÉ PINTO DA SILVA. Casado com JOANA EULANA DO NASCIMENTO.
6) JOÃO SIMPLÍCIO DA SILVA PINTO, casado com LUDOVINA MARIA DA CONCEIÇÃO.
7) ANTONIA MARIA DA CONCEIÇÃO, casada com MANOEL JORGE TEIXEIRA.
8) IGNÁCIO JOÃO PINTO, casado com ALEXANDRINA. Filhos conhecidos FRANCISCO DA SILVA e JOÃO IGNÁCIO DA SILVA.
9) MARIA FRANCISCA DA CONCEIÇÃO, 17 anos, casada com FRANCISCO SEVERINO DE OLIVEIRA. Filho MANOEL, nascido em 12/11/1864. CLAUDINO JOSÉ DE SOUZA (1871) casado em 14/02/1889 com Felismina Maria da Conceição.
10) CATHARINA MARIA DE JESUS,
11) BERNARDINA. Casada com JOAQUIM ALVES TEIXEIRA (fato que só descobri recentemente).   
12) JOANNA
13) MANOEL
14) ANNA (tenho notícias que se casou Areia/PB)
Esses eram os filhos vivos a época do inventário de Manoel José Pinto (1865) não aparecendo os filhos Joaquina, Virgínio, Francisco e Isabel os quais deviam ser falecidos e dos quais não tenho maiores informações.

Todos esses filhos nasceram em Bananeiras, mas muitos viveram em Moreno (Solânea) a exemplo de Manoel José Pinto, Antônio José Pinto (este foi morar em Solânea a partir de 1870, onde criou todos os seus filhos, inclusive Manoel Simplício da Silva Pinto). Deixou muitos descendentes que ainda hoje moram lá.


Meu trisavô Joaquim José Pinto, nascido por volta de 1818, foi casado com Inácia Maria da Conceição (tinham bisavós em comum), morava no Buraco, localidade de Bananeiras lindeira a Moreno, local onde tinha terras na Aldeia.
Entre um e outro local a distância não chega a 3 Km.
O casal teve muitos filhos, dos quais são conhecidos
1)    ANA FRANCISCA DO SACRAMENTO PINTO, nascida em julho de 1840, casada em 1857, com José Felix de Souza (nascido em 1827). Se fixaram em Moreno.
2)    JOÃO JOSÉ DE SOUZA, nascido em janeiro de 1842 casado com Maximiana Maria da Conceição . Tenho notícias que viveram nos Melões (atual Coronel Ezequiel onde seu pai tinha terras com criação de gado).
3)    FRANCISCO, nascido em junho de 1845. Desconhecidas maiores informações, até se sobreviveu à vida adulta.  
4)    EMYGDIO JOSÉ DE SOUZA PINTO, nascido em 1844, provavelmente em Araruna ou Cacimba de Dentro. Meu trisavô casado com Isabel Francisca de Lima. O casal teve 16 filhos sendo que 6 viveram e morreram em Solânea.
5)    ANTONIO JUSTINO DE SOUZA, nascido em 1845.
6)    LUIZA MARIA DA CONCEIÇÃO (LUIZA PINTO), batizada em 14/01/1849 em Bananeiras. Recebeu o nome da madrinha Luiza Mendes casada com Pedro Rodrigues das Neves.
7)    IGNÁCIO FRANCISCO DE SOUZA, nascido em 1850 em Solânea. Casado com Alexandrina Francisca de Lima, sua prima de segundo grau.
8)    GABRIEL ELPIDIO PINTO DE SOUZA, nascido em 1851

LUZIA MARIA DA CONCEIÇÃO ou LUZIA PINTO, como aparece em alguns documentos, casada com JOSÉ FONTES DE SOUZA por volta de 1866. O casal sempre residiu em Moreno, onde tiveram muitos filhos.  Dentre os quais:
1)    ISABEL MARIA DA CONCEIÇÃO, que faleceu aos 82 anos em 21/02/1963 Solânea, sendo que a época morava na rua Celso Cirne em companhia de um irmão. Era solteira e sem filhos.
2)    MARIA LUIZA D0 ESPÍRITO SANTO OU MARIA FONTES, casada com Luiz Ribeiro dos Santos (seu primo), ambos moradores no Olho Seco de Solânea. Luiz era filho legítimo e Porfíro Ribeiro dos Santos e Maria Joaquina do Espírito Santo, antigos moradores da Aldeia. Tiveram muitos filhos e deixaram descendentes que vivem até hoje em Solânea.
3)    ANGELA DA CONCEIÇÃO, falecida em 14/05/1968 em Bananeiras. Foi casada duas vezes. A primeira com Felinto de Tal e a segunda com José Francisco dos Santos. Não teve filhos. Era muito conhecida em Bananeiras onde residia na Rua Alfredo Guimarães.
4)    JOSÉ FONTES DE SOUZA, casado com Claudia Maria da Conceição, filha de MANOEL OLEGÁRIO DE SOUZA PINTO e de Emília Maria da Conceição. Manoel era filho de Antônio José Pinto (filho de Manoel José Pinto). Ambos residentes em Solânea.
 O número de filhos alcançou o número 9, mas desconheço o nome dos outros já que não pesquisei nos livros de Solânea/Bananeiras.

Não confundir essa LUIZA PINTO com outra de nome LUIZA MARIA PINTO, nascida em 23/02/1919 na Aldeia, filha de MANOEL SIMPLÍCIO DA SILVA PINTO e LEONCIA COSTA, outro filho de Antônio José Pinto, neto de Manoel José Pinto, que viveu em Solânea.
Essa Luiza se casou em 18/04/1952 com Severino Pessoa da Costa, filho de Luiz Pessoa da Costa e Josepha Leopoldina. Ele era viúvo quando se casou com Luiza.
Outra filha de Manoel Simplício da Silva Pinto foi JOANA GOMES PINTO, nascida em 1903 e falecida em 1967 em João Pessoa. Na época, viúva de Manoel Galdino Gomes.com quem se casou em 1917. Seus filhos : Derci, Eliane, Edisio, Darci, Adelcio, Iranir, Nair e Jovenir.

De fato, a família Pinto está há muito tempo em Solânea/PB. No meu tronco tenho documentos que comprovam que já habitavam aquela localidade por volta de 1836. Muitos de seus descendentes vivem lá até hoje. Muitos não sabem que pertencem a família. Outros sabem, mas não conhecem seus ancestrais.   

Essa postagem “encomendada” visa esclarecer o vínculo de parentesco entre alguns membros da família Pinto.
Resta aos descendentes continuarem construindo a arvore genealógica. Colhendo documentos comprobatórios (escrituras, registros de terras, inventários, etc.) que nos ligam ao povoamento da antiga Moreno. Reconstruindo os fatos passados e não permitindo que o nome dos nossos ancestrais seja apagado da história de Solânea.

SOLÂNEA (ANTIGA MORENO/PB)

SOLÂNEA – SUA HISTÓRIA QUE SE CONFUNDE COM A DE ALGUNS DE MEUS ANCESTRAIS
A ligação de alguns de meus ancestrais com Solânea (PB) remonta ao final do século XVIII, podendo ser bem mais antiga se considerada minha ancestralidade indígena, constatada em testes de DNA, que acusam entre 3 a 5,2 % de nativos sul-americanos, que só podem ser oriundas de meu lado paterno, já que o materno é todo de origem europeia.
A ocupação indígena no território onde hoje está localizado o município de Solânea (Antiga Chã do Moreno) é antiga, mesmo antes da chegada dos colonizadores portugueses.
Vários de meus ancestrais comprovadamente viveram na antiga Moreno. Muitos nasceram lá, como minha avó materna ISABEL ALEXANDRINA BORGES (8/09/1902).
Descendo de antigos colonizadores das famílias Borges, Pinto, Oliveira, Lima, Souza e Costa, que através de enlaces matrimoniais sucessivos (endogamia) deixaram inúmeros descendentes, não só em Solânea, como pelo mundo agora.
Necessário esclarecer que não se sabe ao certo quando começou a ocupação daquele território, nem pelos indígenas e muito menos pelos portugueses.
O que se sabe com certeza é que Duarte Gomes da Silveira, que foi um rico senhor de engenho na Paraíba, com ânsia de conquistar terras para a agricultura e criação de gado, destruiu totalmente várias aldeias indígenas, entre elas a que foi chamada de “Vila de Ararembé” que era uma grande aldeia, cujo líder era chamando Ararembé (alguns chamam de Zorababé) que foi capturado por Duarte Gomes da Silveira em 1587, depois que destruída a aldeia dele.
Essa aldeia era “localizada na Serra da Copaoba, que é um dos contrafortes da Borborema a qual corta a Paraíba de Norte a Sul, começando no Rio Grande do Norte e termina em Pernambuco.
Foi nessa serra onde ocorreram muitas das “guerras” entre os potiguaras e os portugueses.
O mapa de Marcgrave (1643) indica onde seria localizada a aldeia de Ararembé, o que acredito ter sido no município de Solânea.
Mas, pode ter sido no território de Pilões.
O interessante é que quase um século depois de sua destruição surge um aldeamento indígena, que segundo Domingos Monteiro da Rocha (in relação dos lugares e povoações de Mamanguape de 1757) ficava localizado na “Serra das Bananeiras” a qual chamavam de Boa Vista, que posteriormente ficou conhecida como “Aldeia de Santo Antônio da Boa Vista”.
Esse aldeamento já era conhecido por volta de 1700 e estava a cargo dos religiosos de Santa Tereza.
Acredito que por conte desse aldeamento o colonizador português se viu atraído pelo lugar. Terras boas para o cultivo, índios pacificados disponíveis para o trabalho (mão de obra) e serviço religioso eram atrativos que não poderiam ser desprezados pelo colonizador.
Durante algumas décadas a vida na aldeia seguia tranquila, e em 1780 já era notável o número de habitantes nas redondezas. Meus ancestrais, como de muitas outras famílias antes de se fixarem nesses “sítios de terra” passaram pela Alagoa do Pahó (atual Alagoa Grande) que era a porta de entrada para o Brejo Paraibano.
Por Brejo entende-se a região intermediária entre o litoral e o sertão e abrange a Serra da Borborema.
Mas, é necessário dizer que em os Sucurús conseguiram sesmaria em 1718, próximos ao lugar em que já estavam aldeados.
Consta que, em 1744, o Conselho Português escreveu carta ao rei sobre a devassa que se instaurou na Paraíba e, pelos ferimentos causados aos índios no “distrito de Bananeiras”, o qual nessa época pertencia a Mamanguape.
Esse conflito resultou na morte de 8 indígenas e 3 feridos, fato que teria acontecido em 14/11/1739 na “aldeia dos índios”.
Vemos assim que o passado de Solânea (antiga Moreno) está ligado aos agrupamentos indígenas, mais precisamente a localidade denominada ALDEIA, que ainda hoje carrega esse nome e faz parte no município de Solânea.
Território que compreendia desde a “Chã de Santa Tereza” (nome dado pelos religiosos por conta de sua Ordem) até à Aldeinha entre os riachos das Lages e o da Gruta de Santa Tereza.
Na Aldeia existiram várias fontes de água que eram chamados de “olhos d’agua “ e abasteciam a população local e suas criações.
Quanto ao nome originalmente dado –Chã do Moreno – acredita-se ter sido dado em razão de colonizador que lá se fixou que alguns dizem que seria descendente do Gregório da Costa Soares, que teria feito uma doação de terras para a construção da Capela de Bananeiras em 1763.
O documento da época diz que ele tinha idade avançada. Pode ser o mesmo que era chamado de Gregório Soares Moreno.
Na verdade, MORENO podia ser apenas uma alcunha, como era comum naquela época. Mas, nada encontrei a esse respeito, apesar de ser crível que seja o mesmo, já que Chã do Moreno era vizinha da Aldeia e também de Bananeiras. Provavelmente, eram terras dele, daí o nome. Mas, isso é apenas especulação.
O que não é especulação é o fato de que a mais antiga capela da região foi erigida na Aldeia de Santo Antônio da Boa Vista e o orago, como não poderia deixar de ser era Santo Antônio.
Essa capela também era chamada de Capela da Boa Vista foi utilizada até, pelo menos 1836, já que encontrei registro que apontava batizado em seu interior.
Mas, a partir de 1780, quando os sucurus foram transferidos para o litoral por ordem do Governador de Pernambuco os serviços religiosos diminuíram, somando-se a isso uma recém construída capela em local próximo (Nossa Senhora do Livramento em Bananeiras).
Uma outra capela foi construída por volta de 1866 devido ao crescimento populacional da povoação. Essa Capela foi construída no lugar onde foi edificada a Matriz de Santo Antônio.
Infelizmente, a autorização consta nos livros que estão localizados na Cúria de Recife dos quais não tive acesso.
Quanto a própria ocupação do território de Moreno, a mais antiga prova que encontrei (em 2011) foi o registro do batismo de Domingos, filho de Simplício do Nascimento e Lourença Alvares, moradores no MORENO, o qual foi batizado na Capela de Bananeiras, em 26/04/1785, pelo reverendo Antônio Feliz Barreto (conta no meu livro Genealogia Sertaneja, publicado em 2012).
Embora tenha dado ampla publicidade desse registro, até hoje, nenhuma outra pesquisa foi feita e a história do município de Solânea continua sendo contada de forma totalmente destoante da realidade.
Na verdade, não me importo muito com isso, já que minhas pesquisas se baseiam em documentos e sempre tive a preocupação de resgatar a história de meus ancestrais.
 Em relação a esses, posso dizer com segurança que desde o início de século XIX já estavam em Moreno (famílias Pinto, Lima, Borges e Souza).
Meu quinto avó Manoel José Pinto tinha terras na Aldeia e em Chã do Moreno.
Essas terras, por sucessivas heranças chegaram até a minha bisavó ALEXANDRINA DE SOUZA PINTO, que faleceu em Moreno em 1908, deixando casa e terra na Aldeia, conforme comprova o inventário dela.
Alexandrina era bisneta de MANOEL JOSÉ PINTO, filha de Emygdio José de Souza Pinto, que era comerciante em Solânea. Consta que além de fazer comércio com fumo, também plantava café e se dedicava a fabricação e venda de fogos de artificio (antigamente chamados de pirotécnicos). No inventário dele constam pés de café e cordas de fumo e, na Aldeia duas casas, uma de tijolos ( que era mais raro na época).
Residia em Moreno em 1890, quando registrou no cartório de Bananeiras sua filha Rita (12/10/1890).
Por outro lado, meu trisavô Pedro Paulino Borges também morava na Aldeia, pelo menos desde 1855.
Enfim, a ligação de minha família com Solânea é antiga.
A cada dia que passa encontro novos parentes. Muitos que residem lá descendem do mesmo tronco familiar que eu, mas desconhecem tanto a história local como de seus antepassados.
 Infelizmente, o livro de registros de terras de Bananeiras se perdeu e, até hoje, não consegui acesso aos registros cartorários que possam comprovar a da cadeia dominial das terras da antiga Moreno.
Nesses longos 16 anos de pesquisa não encontrei material suficiente  sobre o município, cuja história é riquíssima (sem falar nas inscrições rupestres ). Sempre aguardando novos interessados em pesquisas, trabalhos acadêmicos, etc.
A minha esperança persiste.

domingo, 22 de setembro de 2019

JOSÉ BENTO DE LIMA

Minha família paterna é muito grande, daí ser quase impossível que venha algum dia a identificar todos os membros colaterais da minha árvore genealógica.
Casais ancestrais que tiveram 11, 14 ou 16 filhos e deixaram muitos descendentes. E, muito embora eu tenha norteado minhas pesquisas nos meus antepassados em linha reta, não posso deixar de registrar algumas linhas colaterais. 
Esse é o presente caso.
Trata-se dos descendentes de JOSÉ ANTONIO DE LIMA, nascido aproximadamente em   que foi casado com JOANA MARIA DA CONCEIÇÃO.  Dentre os filhos do casal JOSÉ BENTO DE LIMA, agricultor, que se casou, pelo menos duas vezes, sendo a primeira esposa IGNÁCIA MARIA DA CONCEIÇÃO e a segunda MARIA ANUNCIADA DE CARVALHO, filha de JOÃO RODRIGUES DE CARVALHO E de MARIA THEREZA DA ROCHA (da família Rocha de Bananeiras).


"Aos dezasseis de janeiro de mil oitocentos e setenta e cinco, nesta matriz as onze horas da manhã, observadas as celebrações canônicas, examinados na doutrina cristã, considerado tridentino uni em matrimônio os contraentes os parochianos JOSÉ BENTO DE LIMA e MARIA ANUNCIADA DE CARVALHO, elle viúvo que ficou por morte de Ignácia Maria da Conceição, ela filha legítima de João Rodrigues de Carvalho e da finada Maria Thereza da Rocha e lhes dei as bençãos nupciais, perante as testemunhas Miguel Rodrigues de Carvalho e João Francisco Pinheiro de Carvalho, digo, de Araújo e para constar fiz este registro"  

Registro de nascimento da filha Thereza em Bananeiras. Neste mesmo dia, o Comendador Felinto Florentino da Rocha e sua esposa foram testemunhas de outros nascimentos. Existindo indícios que MARIA ANUNCIADA era sua parente,  pelo lado materno através de sua mãe MARIA THEREZA DA ROCHA.

                    

"Aos trinta dias do mez de agosto do ano de mil oitocentos e noventa neste único distrito de paz do município de Bananeiras do Estado da Parahyba do Norte compareceu em meu cartório JOSÉ BENTO DE LIMA, agricultor, natural e residente no lugar da ALDEIA deste distrito de paz, filho legítimo de JOSÉ ANTONIO DE LIMA e JOANNA MARIA DA CONCEIÇÃO, já falecidos e, em presença das testemunhas abaixo nomeadas e designadas declarou que no dia vinte e cinco do dito mez e ano nasceu do seu legítimo matrimônio contraído no districto de Santa Cruz do Estado do Rio Grande do Norte com MARIA ANUNCIADA DE LIMA, filha legítima de MARIA THEREZA DA ROCHA E  JOÃO RODRIGUES DE CARVALHO uma criança do sexo feminino que foi batizada com o nome de THEREZA e foram padrinhos JOÃO MARQUES FERREIRA e Dona EMÍLIA SALUSTINA DAS NEVES, moradores desta cidade"

 São filhos conhecidos (até agora) de JOSÉ BENTO DE LIMA e MARIA ANUNCIADA  :
1) JOÃO
2) MARIA
3) ANTONIO
4) THEREZA

ANTONIO e outros filhos do casal se fixaram na ALDEIA (Solânea), local que foi a antiga ALDEIA DE SANTO ANTONIO DA BOA VISTA. Aldeamento dos índios Sucurus e Canindés do início do seculo XVIII. Onde existiu o antigo cemitério de Santa Thereza onde foram sepultados, por mais de 150 anos, os falecidos da antiga aldeia e primeiros moradores de Moreno (atual Solânea).
O nome do cemitério, como dito em outra postagem, foi uma homenagem a sua padroeira dos missionários religiosos que administravam a aldeia . Infelizmente, tal cemitério que poderia trazer material de muita pesquisa, inclusive de DNA ancestral, não existe mais.
Mas, a Aldeia ainda existe, apesar de se tratar de uma área rural de Solânea com poucos habitantes que nem de longe demonstra atualmente a opulência que viveu no passado.
Todos esses fatos sobre a Aldeia se fazem necessários de registro, vez que muitos dos meus ancestrais paternos  lá viveram (famílias Pinto, Borges, Oliveira e Souza). Todos aparentados por sucessivos casamentos, como é o caso de ANTONIO BENTO DE LIMA E MARIA ANUNCIADA, os quais também são meus parentes colaterais próximos, fato este devidamente comprovado geneticamente através de comparação dos resultados entre meu material genético e de descendente do casal.

Não encontrei ainda o casamento religioso deles, somente o civil , realizado em 11/10/1916, conforme demonstra a imagem abaixo.


"Aos onze dias do mez de outubro de mil novecentos e dezasseis as quatorze horas, nesta cidade de Bananeiras, Estado da Parahyba do Norte, em casa de residência do Doutor Juiz de Direito e de casamentos José Eugênio Neves de Melo, cuja casa tinha as portas abertas, perante o mesmo juiz, comigo oficial privativo do registro Civil de Casamentos e as testemunhas MANOEL SIMPLÍCIO DA SILVA PINTO , JOSÉ HERÁCLITO MENEZES PINTO, Isidro Placido Ramalho e José Leite Ramalho, receberam-se em matrimonio ANTONIO BENTO DE LIMA, filho legítimo de José Bento de Lima e de Dona Maria Anunciada de Lima, ambos falecidos, brazileiro, com trinta e dois anos, solteiro, agricultor, natural deste termo e residente no lugar "aldeia" também desse termo com Dona MARIA IDUINA DE OLIVEIRA, filha legítima de Idúino Olimpio de Oliveira e de Dona Joana Joaquina de Oliveira, brasileira, com trinta anos de idade, solteira, de serviço doméstico, natural de Santo Antonio, Estado do Rio Grande do Norte e residente no dito lugar Aldeia, os quais no mesmo pacto declaram que tinham antes do casamento os seguintes filhos: José, com quatro anos e onze meses,  Francisca, com três anos e seis meses de idade e João, com dois anos e quatro meses cujos seus três filhos ficavam legitimados pelo casamento que vinham de contrair. Declaram mais que não são parentes entre si, nem existe impedimento que os proibia de se casaram um com o outro e bem assim que se casavam pelo regime de comunhão de bens. Em firmeza do que eu Antonio da Silva Barbosa, official privativo do Registro de casamento lavrei esse termo, que vai assinado pelo juiz, pelas testemunhas Manoel Simplício da Silva Pinto e José Heraclito Menezes Pinto a rogo dos contraentes que não saberem ler nem escrever e pelas testemunhas do ato."
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No registro podemos observar, além das filiações dos nubentes, que ANTONIO E MARIA ANUNCIADA moravam na Aldeia,  possuíam três filhos e as testemunhas foram MANOEL SIMPLÍCIO DA SILVA PINTO (nascido em 1871), filho de Antonio José Pinto e Joaquina Maria (neto de meu pentavô MANOEL JOSÉ PINTO) , e JOSÉ HERÁCLITO MENEZES PINTO (conhecido como Zezinho Pinto(, filho de João Teixeira da Silva Pinto e neto de Francisco Teixeira da Silva Pinto.
O fato das testemunhas do casamento civil terem sido da família PINTO não é mera coincidência . Na verdade, eram todos parentes e vizinhos entrelaçados com as famílias OLIVEIRA e LIMA .

O casal teve 11 filhos conhecidos : JOSÉ BENTO DE LIMA, FRANCISCO BENTO DE LIMA, JOÃO BENTO DE LIMA, PEDRO BENTO DE LIMA, JOAQUIM BENTO DE LIMA, GABRIEL BENTO DE LIMA, ANTONIO BENTO DE LIMA FILHO, OSCAR BENTO DE LIMA, TEREZA BENTO DE LIMA, MARIA IZABEL BENTO DE LIMA E RAFAEL BENTO DE LIMA.

ANTONIO faleceu em 1/09/1951, anos depois de MARIA IDUINA DE OLIVEIRA (1926). 

"Ao primeiro dia do mês de setembro de mil novecentos e cincoenta e um nesta cidade de Bananeiras, sede da comarca deste nome do Estado da Parahyba compareceu em meu cartório o senhor José Bento de Lima, casado, comerciante, natural deste município e residente nesta cidade a Praça Epitácio Pessoa e em presença das testemunhas abaixo nomeadas e assinadas declarou que ontem as quatorze horas e quinze minutos em domicilio próprio a rua coronel antonio pessoa nesta mesma cidade faleceu com assistência médica com consequência de diabetes seu pai de nome ANTONIO BENTO DE LIMA, de cor branca, do sexo masculino, casado, comerciante, natural deste município , com sessenta e sete anos de idade, residente que era nesta cidade, filho legítimo dos falecidos JOSÉ BENTO DE LIMA, natural que era deste estado e de Dona Maria anunciada de Lima, natural que era do estado do Rio grande do Norte, que o extinto deixou bens a inventariar , que o falecido não era eleitor registrado, que o falecido foi casado civilmente neste cartório com Dona Maria Iduina de Oliveira conhecida também por Maria Anunciada de Lima, de cujo consórcio deixa os seguintes filhos: JOSE BENTO DE LIMA, que é o declarante com trinta e nove anos de idade; FRANCISCO BENTO DE LIMA, com trinta e oito anos de idade;JOÃO BENTO DE LIMA, com trinta e sete anos de idade; PEDRO BENTO DE LIMA, com trinta e três anos de idade; JOAQUIM BENTO DE LIMA, com trinta e dois anos de idade; GABRIEL BENTO DE LIMA com trinta anos de idade; ANTONIO BENTO DE LIMA FILHO, com vinte e oito anos de idade; OSCAR BENTO DE LIMA, com vinte e sete anos de idade; TEREzA DE LIMA SOUZA, com vinte e seis anos de idade; MARIA IZABEL BENTO DE LIMA com vinte e quatro anos de idade e RAFAEL BENTO DE LIMA, com vinte anos de idade. Declarou, finalmente, que o sepultamento será feito no cemitério publico desta cidade."

sábado, 28 de abril de 2018

INSCRIÇÕES RUPESTRES (BANANEIRAS, SOLÂNEA E ARARUNA)

A Paraíba é rica em inscrições rupestres. Não só a PEDRA DO INGÁ, a mais famosa delas e monumento arqueológico muito importante, mas muitos outros sítios.  
Infelizmente, muitos desses preciosos registros da pré história do homem americano está desaparecendo por falta de conservação.
Nas rochas as margens dos rios e riachos encontramos muitas inscrições que podem ser esculpidas ou pinturas, com variedades de figuras geométricas ou representações de animais, pessoas ou objetos.
O povo em geral chama tais inscrições de "letreiros".
As primeiras notícias que temos desses letreiros foi em dezembro de 1598, na Serra da Copaóba, onde no rio "Araçuagipe", Feliciano Coelho de Carvalho se deparou com alguns "sinais" feitos nas pedras da margem do rio.
Elias Herckmam, em 1641, nas suas incursões na Copaóba se deparou com "certas pedras lavradas pelas indústria humana" ( ao que tudo parece o local ficou conhecido como Pedra Lavrada).
É fato incontestável que no norte do planalto da Borborema (Copaóba) existem cursos de água cujos arredores  foram habitados por populações humanas que deixaram tais inscrições nas pedras.
O sítio rupestre encontrado em Bananeiras foi da tradição Agreste (Gruta do Morcego, no Sítio Roma de Baixo).
Em Solânea, no Sítio Cacimba da Várzea existem muitas inscrições rupestres da tradição itacoatiara e também da tradição agreste. No lugar também existe um amontoado de rochas que parece muito um monumento megalítico que poderia ter sido usado para fins religiosos ou simbólicos. Infelizmente, não encontrei nenhuma pesquisa feita a respeito. Exemplo do descaso com a nossa história. Conheci o local e posso assegurar que é fantástico, mas pouco conhecido até pelos moradores locais, o que até vem a ser bom para evitar a depredação desse patrimônio arqueológico..
Na Pedra da Boca em Araruna, na parte conhecida como Pedra da Santa ou Pedra do Letreiro, existem pinturas rupestres da tradição Nordeste. No município, recentemente tive notícias de terem sido mapeados outros sítios rupestres.
Enfim, é uma pena que tais sítios não sejam estudados, catalogados e preservados.    
   

sábado, 16 de dezembro de 2017

BANCO POPULAR DE MORENO

O Banco Popular de Moreno foi criado em 1927, sendo que o número de sócios chegou a 188.

É importante ressaltar que nas décadas de 1910 e 1920 ocorreu uma expansão dos números de bancos criados. São bancos pequenos e locais, onde o crédito ligava o setor financeiro ao produtivo.
Muitos nem podem ser considerados bancos, mas se assemelham as caixas rurais que nada mais eram que cooperativas de crédito dos pequenos produtoras das cidades do interior do Brasil.
Esses bancos e essas caixas rurais eram limitados ao município em que estavam instaladas e ligadas principalmente à venda da safra dos agricultores.
Os sócios ou associados deixavam as suas economias sob a guarda da instituição e iam buscar quando precisavam de empréstimos.
Na região, por exemplo, destacam-se a Caixa Rural de Serraria (de 1925), da Caixa Rural de Bananeiras e o Banco Auxiliar do Povo de Campina Grande.

Quanto ao Banco Popular do Moreno (atual cidade de Solânea/PB) tinha como gerente por muitos anos JOSÉ PESSOA DA COSTA, que foi um grande empresário local e também maçom.
A loja maçônica de Solânea, fundada em 1967, carrega seu nome.


Não obtive documentos até o presente momento que ligasse JOSÉ PESSOA DA COSTA a JOSÉ LOPES PESSOA DA COSTA que viveu, durante muitos anos em Bananeiras, e foi tabelião naquela cidade entre 1840/1877. Contudo, ao que tudo parece são da mesma família.

domingo, 3 de dezembro de 2017

OS SUCURUS E OS CANINDÉS (ALDEIA DE SANTO ANTONIO DA BOA VISTA)

Por mais que sejam feitas pesquisas sobre a história indígena no nosso país ainda persistem muitas lacunas. O conhecimento que temos é muito pouco, já que a dificuldade em resgatar o passado é grande.
Até hoje não sabemos com exatidão qual era a população do Brasil na época do descobrimento, quantas etnias eram, quantas línguas falavam e quais suas origens. Por isso, não podemos dizer quantas dessas tribos eram tapuias e tampouco os lugares que habitavam nos “sertões”.

O certo é que eles foram os indígenas com o maior número de línguas e dialetos, já que os povos que habitavam o litoral falavam, em sua maioria, o tupi.

Os tapuias eram nômades e suas palhoças não passavam de abrigos cobertos de palha, o que dificulta muito as pesquisas sobre eles.
É preciso lembrar que no Brasil as diversas etnias indígenas tinham culturas diferentes. Algumas, por exemplo, não dormiam em redes e sim no chão, e, não cultivavam lavouras, daí ser difícil estabelecer um padrão indígena com tantas variáveis. Todavia, mesmo com tal dificuldade é fácil constatar que todos os indígenas viviam da caça e da pesca e eram coletores. Todos utilizavam a pintura corporal ao invés de roupas.
As características físicas dos diversos grupos se diferenciavam. O tom da cor da pele, o formato dos lábios e do nariz, a altura e outras eram diferentes. 
Os sucurus e os canindés tinham muita coisa em comum: dormiam em redes, faziam suas roças, usavam arcos e flechas, não comiam a carne de caça crua. Ademais, ambos eram treinados para serem guerreiros, fato que contribuiu muito para que fossem recrutados para servir à coroa portuguesa.

É sempre bom lembrar que os canindés têm esse nome justamente em homenagem ao rei Canindé, que era o principal da tribo janduí que liderou uma resistência bem grande a colonização portuguesa que findou com um tratado de paz em 1692. O rei Canindé foi batizado como João Tomas. Era filho de Jandui. Dai seus seguidores e descendentes ficarem conhecidos como canindés, da mesma forma que os seguidores do seu pai ficaram conhecidos como Janduis.  
Foi esse tratado que estabeleceu que os canindés colocassem à disposição do exército português cinco mil guerreiros indígenas para combater qualquer invasor estrangeiro no Brasil em caso de guerra.
Nesse mesmo tratado ficou estabelecido que os canindés fossem livres, desde que fornecessem parte de seus indivíduos para trabalharem nas fazendas de gado sem qualquer remuneração e, com o compromisso que não as atacassem.
É interessante esse tipo de “trabalho” que mais uma vez possuía características de trabalho escravo, mas que foi fundamental para o povoamento nordestino, já que muitas índias foram trabalhar nestas fazendas de gado e se tornaram as matriarcas de muitas famílias.   Essa história de “pegada a laço” (sic) não faz sentido quando sabemos que os próprios índios iam trabalhar nas fazendas de uma forma quase que voluntária após o acordo.
Após esse tratado de paz, os canindés, que viviam livres ao longo dos grandes rios, ficaram segregados em algumas aldeias, sempre disponíveis para trabalhar nas lavouras dos fazendeiros e, eventualmente, como soldados.
Uma dessas aldeias foi a de Santo Antônio da Boa Vista, que já tratei em outra postagem do blog, na qual viviam também os Sucurús (Xucurús).
Algumas pesquisas apontam que tanto os canindés e sucurús falavam, originalmente, o tarairú, que seria afiliada ao tronco macro-gê, os quais estariam agrupados em 22 grandes tribos na época. Outros dizem que os sucurús eram cariris, sendo que me filio a primeira corrente por conta da língua que falavam e os laços de amizade que os uniam.
Não se sabe ao certo quando os canindés e os sucurus foram reunidos na Aldeia de Santo Antônio da Boa Vista, sendo que tudo leva a acreditar que os sucurus já estavam nas redondezas desde antes da Guerra dos Bárbaros. E, depois, de 1698, passaram a defender as fronteiras para a coroa portuguesa.  . Nesse aspecto, é bom lembrar que os sucurús conseguiram sesmaria em 1718 no mesmo lugar em que estavam aldeados, sendo que posteriormente se juntaram a eles os canindés.
Mesmo aldeados e com a proteção da Igreja Católica, representada pelos missionários, os índios sempre eram vítimas de assassinatos.
Em 1744, o Conselho Português escreveu uma carta ao rei sobre a devassa que se instaurou na Paraíba pelos ferimentos causados aos índios do distrito de Bananeiras (que pertencia na época a Mamanguape). Essa devassa se referia a oito mortes e três feridos, fato que teria acontecido em 14/11/1739 na aldeia de índios que existia naquele distrito.
O conselho sugeriu ao rei que mandasse o ouvidor geral da capitania que fosse ao “sítio e aldeia das Bananeiras” tirar a segunda devassa das mortes, mandando prender os culpados para que os crimes não ficassem impunes por tantas mortes dos “miseráveis” índios entre “aquelas gentes que parecem nenhum escrúpulo fazem de os matar”.
Enfim, embora a história tenha que quase apagado os rastros da aldeia de Santo Antônio da Boa Vista, não se pode negar a sua importância com a criação de muitos agrupamentos humanos nas suas redondezas, que foram embriões das futuras cidades de Bananeiras e Solânea (antiga Moreno).

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

FATOS CURIOSOS DE SOLÂNEA (SÉCULO XX)

No último dia 26 de novembro o município de comemorou o seu aniversário. Tornou-se independente de Bananeiras em 1953.
Solânea é uma das cidades que desperta meu interesse, pois alguns dos meus ancestrais nasceram lá e, outros, passaram toda a vida no local.
Embora minhas pesquisas históricas não abrangem fatos ocorridos no século XX, vou abrir uma exceção para deixar registrado fatos curiosos que fazem parte da história de Solânea e que foram esquecidos, mas merecem ser relembrados.
O primeiro, e mais triste, é da terrível explosão de 50 quilos de dinamite que estava estocada em um paiol.
O fato aconteceu em novembro de 1952 quando da construção da estrada de ferro em Solânea.
Cerca de 20 crianças e adolescentes, todos menores de idade entre 11 e 18 anos, ficaram gravemente feridas com queimaduras de primeiro, segundo e terceiros graus.
As vítimas eram todas moradoras na vizinhança, sendo que 3 acabaram por falecer e, as outras ficaram para o resto da vida marcado com as cicatrizes em seus corpos.

O segundo fato curioso foi da promessa da campanha eleitoral do Sr Waldemar da Nóbrega: nem ele, nem o vice-prefeito e muito menos os vereadores iriam receber vencimentos se eleitos fossem.  Ele acabou sendo eleito e foi prefeito em Solânea em 1958. Pelo que consta, nunca deixou de receber seus vencimentos.

Por fim, na década de 50, quando Solânea mal atingia 2400 habitantes, José Geraldo de Lira, que era protético na cidade, resolveu dar de presente para o seu filho Valter, de apenas 1 anos e 6 meses, um filhote de onça parda.
A criança e o filhote conviveram bem durante um tempo, sendo que o fato até chegou ao conhecimento da revista O Cruzeiro, de grande circulação na época, como sendo a criança o “verdadeiro amigo da onça”.


PS – todos esses fatos foram objeto de matérias jornalísticas e encontram-se devidamente documentados nos jornais da época.


IMAGEM extraída da Enciclopédia dos Municípios Brasileiros IBGE - pag 610 (1957/1964)