segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

COLONIZAÇÃO DA PARAIBA

Durante o século XVI a ocupação do território paraibano foi no litoral, sendo que somente nas primeiras décadas do século XVII é que os portugueses começaram a avançar para o oeste . Nessa época os colonos ocupavam a zona da mata e os vales do Mamanguape, Miriri, Gramane e, até a metade do século XVII  o  sertão era desconhecido.
Depois da expulsão dos holandeses na Paraíba, a criação extensiva de gado, negócio tão lucrativo como os engenhos de açúcar, foi a mola propulsora para o desbravamento dos sertões com os currais de gado.
Nesse contexto, por volta de 1663, Antonio de Oliveira Ledo  instala seus currais no lugar que ficou conhecido como Coniodió, distante do litoral e dos engenhos.
Posteriormente, requereu sesmarias, e junto com seu irmão Custódio e seu sobrinho Constantino formaram o maior latifúndio (media 180 Km de extensão por 72 Km de largura). Tempos depois, seu outro sobrinho Pascácio (que segundo consta era filho bastardo) chegou, vindo em fuga da Bahia depois de ter roubado uma moça para casar e também se estabeleceu na Paraíba .
Difícil encontrar na Paraíba quem não descenda da família "Oliveira Ledo", pois eles foram os primeiros povoados do sertão. 
Em muitos casos, nas regiões da Paraíba e do Rio Grande do Norte que estavam sendo desbravadas e ocupadas pelo colonizador existiam variadas tribos indígenas que culminou em confronto, No final do século XVII o sertão estava em estado de guerra e só foi pacificado por volta de 1711, quando a maioria das terras ficaram nas mãos de grandes latifundiários.
  

domingo, 30 de dezembro de 2018

CAPITÃO ANTONIO FERNANDES DE CARVALHO

Embora não esteja diretamente ligada a minha família, resolvi publicar algo sobre o Capitão Antonio Fernandes de Carvalho que encontrei ao longo de minhas pesquisas e, com certeza, será útil para algum descendente.
O que sei é que foi uma figura importante na Paraíba. 
Ele era português e dono de engenhos.    
Faleceu em 1853 e deixou o seguinte testamento.

" Saibam quanntos este instrumento de Testamento virem que sendo no anno do nascimento de Nosso Senhor Jezus Christo de mil oitocentos e cinquenta e três, aos três de maio do dito anno, nesta cidade da Parahyba do Norte em casas de minha morada, estando doente, mas em meu perfeito juizo, e com todas as minhas faculdades, e muito de minha vontade, sim constrangimento algum, só querendo deixar as minhas desposições para quando for Deus servido levar-me desta vida, ordeno o meu testamento pela forma seguinte.
Primeiramente, como verdadeiro catholico e obediente filho da Igreja Romana, em cuja fé sempre vivi e, protesto morrer, enconmendo a minh'alma a Deus Onipotente, em quem espero que me há de salvar pelo merecimento de Nosso Senhor Jesus Christo e, usando comigo de sua infinita misericordia, Nomeio em primeiro lugar para meus testamenteiros, os meus filhos o Doutor João Antonio de Carvalho em segundo Jozé Fernandes de Carvalho e em terceiro a Antonio Fernandes de Carvallho Junior, aos quais peço aceitem esta testamentária e para a cumprirem, assim como que dêem sepultura a meu corpo, fazendo o meu funeral a seus contentos. Declaro que sou natural do Reino de Portugal, filho legitimo de Gabriel Fernandes e sua mulher Thereza de Sam Miguel, já falecidos. Declaro que fui casado segundo as leis deste Império com Anna Cláudia Victoria, de quem tive vários filhos, os quaes são os meus unicos herdeiros, por os nunca ter tido no estado de solteiro, e nem viuvo. Declaro que os bens que são sabidos de todos os meus filhos e por isso os deixo de mencionar. Declaro que quero que o meu primeiro Testamenteiro logo que eu falecer mande dizer varias missas por minha alma, por oito padres diferentes , e uma capela por as almas do Purgatório, aquelas que farao, maes de minha obrigação. Deixo as minhas Netas, filhas dos falecidos meus filhos Gabriel e Bernardino a quinta parte de minha terça. Deixo forra a minha escrava de nome Romualda, pelos bons serviços que mi tem prestado, assim como o pae da dita escrava de nome Manoel Piqueno, aos quaes meus testamenteiros passara as cartas. Declaro que tenho forrado o meu escrevo de nome Manoel do Gentio de Angola, por carta que lhe passei. Declaro que um conto de reis que dei a minha filha Thereza, quando casou com Manoel Galdino, entrará na minha terça. Declaro que tive contas com meu filho José as quaes ajustei, e lhe fiquei restando o que consta da conta corrente em seu poder, por mim assignada, como também dos meus livros. Declaro que comprei em Jaguaribe uma porçan de gado,de que passei uma obrigação a qual esta paga, como consta das cartas e recibos em meu poder do dono da obrigação. Declaro que o meu filho João Antonio com si a quantia de um conto de reis, com o qual deverá entrar em partilha. Declaro que todos os meus filhos estão inteirados e pagos de sua legitima materna. Declaro que tenho tido contas com Victorino Pereira Maia e, nada lhe devo, como consta das contas corrente, menos da safra ultima de mil oitocentos e cinquenta e dois, a cinquenta e três que ainda não ajustamos. Declaro que não deixo dinheiro algum. como bem sabem meus filhos. Declaro finalmente que tirado da terça sas disposições que tenha feito o restante dela se unirá ao monte para ser dividida por os meus filhos e herdeiros. Rogo aos meus testamenteiros nomeados queirao aceitar a minha testamentária serem fieis procuradores e zeladores de todos os meus bens e direitos, e, executores destas minhas disposições, e meus verdadeiros testamenteiros. 
Rogo as Justiças Nacionais tanto Ecleziasticas como Seculares, hajao sempre por firme e valioso meu Testamento, e lhe fação dar a sua devida execução, por ser a minha ultima vontade, e minhas fieis disposições testamentares, as quaes se não puderem valer como testamento, quero que valhão como codecito, epor não poder escrever roguei a Jozé Jerônimo Rodrigues Chaves por mim escrevesse, e por estar em tudo conforme institui, o assigno em dia e mes retro. Antonio Fernandes de Carvalho. e Escrevi a rogo do Testador Jozé Jerônimo Roez Chaves"