sexta-feira, 23 de setembro de 2016

O PORTUGUÊS MANOEL JOSÉ PINTO E MARIA DE OLIVEIRA

Como em outras postagens do blog esta se baseia em provas documentais que atestam a existência do mais antigo membro da família PINTO no Brejo Paraibano. Trata-se de MANOEL JOSÉ PINTO, português, natural do Porto, casado com MARIA DE OLIVEIRA.
Estimo que ele tenha nascido entre 1748 a 1755 tenha falecido após 1810.
Dos filhos de Manoel foram encontrados até agora apenas o registro de batismo de dois - JOSÉ e RITA (1785/1786). Não sendo possível afirmar se estes foram os primeiros filhos do casal, mas, como não existem livros paroquias antes de 1780 para consulta e no livro de 1780-1787 muitas páginas estão bastante danificadas e impossibilitam a leitura,  tudo indica que não foram. 
Mas é certo que, como era frequente na época, o número de filhos do casal pode ter tranquilamente passado de dez. Dentre estes o meu pentavô, que assim como o pai, também assinava MANOEL JOSÉ PINTO.

No registro de batismo da filha Rita, embora muito danificado pelo tempo, é possível ler "Rita, filha de Manoel José Pinto , natural do Bispado do Porto e de sua mulher Maria de Oliveira, moradores desta freguezia foi batizada na Capella de Lagoa Grande...."
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A última menção que encontrei do português MANOEL JOSÉ PINTO é de 1810, como testemunha do casamento de JOSÉ LUIZ e FRANCISCA MARIA em Areia/PB.
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Note-se que ao longo de três décadas ele aparece nos registros paroquiais  em Mulungu/PB, Alagoa Grande/PB e em Areia/PB.  
O mais interessante foi encontrar outros membros da família PINTO em Alagoa Grande como demonstra o registro de casamento de Francisco Cabral de Oliveira, filho de MANOEL TEIXEIRA PINTO e ELYZA CABRAL e Ana Teodora  filha de JOÃO TEIXEIRA PINTO e EUZÉBIA MARIA.
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Note-se que Alagoa Grande não tinha mais do que 200 habitantes na época e, que o sobrenome TEIXEIRA está  vinculado à família PINTO, fato este que se confirma nas décadas seguintes nos inúmeros registros paroquiais que foram encontrados, tanto em Alagoa Grande como em Bananeiras,  onde aparecem juntas as famílias TEIXEIRA e a PINTO.

Quanto a MANOEL JOSÉ TEIXEIRA e JOÃO TEIXEIRA PINTO (de Alagoa Grande) acredito que também são filhos de MANOEL JOSÉ PINTO, não só porque os noivos são primos (dispensados do grau de consanguinidade) mas pelo fato do noivo assinar FRANCISCO CABRAL DE OLIVEIRA e não FRANCISCO TEIXEIRA PINTO como seria de se esperar. 
Nesse ponto é bom lembrar que antigamente era muito comum os netos assumirem os sobrenomes dos avós quando o sobrenome remetia a uma família conhecida e influente no local. No caso OLIVEIRA, descendentes dos OLIVEIRA LEDO, era seu dúvida um sobrenome de peso daí porque a escolha por tal sobrenome.
O sobrenome OLIVEIRA do noivo indica que pertencia à família de sua avô - MARIA DE OLIVEIRA mulher de MANOEL JOSÉ PINTO.
Não sei o nome dos pais de MARIA DE OLIVEIRA, mas é fato que seus descendentes permaneceram unidos através de casamentos durante muito tempo, como podemos comprovar no registro de 1838 onde o mesmo JOÃO TEIXEIRA PINTO, juntamente com João José Gomes de Oliveira são testemunhas do casamento de JOAQUIM GOMES DA SILVA e GERTRUDES MARIA DA CONCEIÇÃO (realizado em Bananeiras/PB) como comprova a imagem abaixo.
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Convém esclarecer que JOÃO JOSÉ GOMES DE OLIVEIRA era o tio da noiva e irmão de FRANCISCA GOMES DE OLIVEIRA a mãe de IGNÁCIA MARIA DA CONCEIÇÃO que se casou, em 1839, com JOAQUIM JOSÉ PINTO.
Consta do registro que os noivos foram dispensados do terceiro grau de consanguinidade, o que significa dizer que tinham bisavós em comum. 
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Neste emaranhado de parentescos temos que tanto a família OLIVEIRA como a PINTO se uniram pelo casamento de MANOEL JOSÉ PINTO e MARIA de OLIVEIRA (que deve ter ocorrido por volta de 1770/1775). 
Ele português do Porto, ela brasileira, descendente de uma das famílias que colonizaram o nordeste brasileiro, foram os ancestrais de muitos brasileiros, muitos dos quais não carregam os seus sobrenomes.