sábado, 31 de maio de 2014

PILÕES - PB

A origem do nome é uma referência a um antigo engenho de pilões, que servia para moer grãos, algumas vezes chamado de casa de moenda.
Os pilões eram de madeira, movidos manualmente ou por tração animal.
Com a cafeicultura, os engenhos de pilões adquiriram uma grande importância para a economia, razão pela qual o primitivo lugar conservou seu nome até os dias atuais,  embora a historiografia "oficial" teime em dizer que o nome deriva de antigas formações rochosas existentes.
Não é certa a data em que os primeiros habitantes ali chegaram. Recentemente foi descoberto um sítio arqueológico, com muitas peças de cerâmica, que confirmam que a ocupação do lugar por indígenas é bem antiga, datando de no mínimo 800 anos atrás.
Quanto ao colonizador branco sabe-se que já fixara seus domínios no final do século XVIII.
Nos registros paroquiais aparece como "PILOENS". 
Muitos batizados e casamentos ocorreram naquela localidade entre 1810 a 1812, o que demonstra que naquela época já era considerável o número de moradores.
 30/12/1811
Severino Bezerra com Joana Maria, ele filho de Seraphim de Oliveira  e ela filha de Francisco Rodriguez. Testemunhas  Francisco da Silva e Alberto Jozé da Fonseca

imagem family search

4/02/1812
Antonio Gomes, filho de Lourenço Gomes já defunto e Antonia de Deus, com Hilária Jacintha, filha de Francisco de Mello e Vicencia de Melo Paiva,  
imagem family search
 5/1/1812
Antonio Gomes, filho de José Gomes já defunto e Ana Maria, com Joana Baptista, filha de Manoel Francisco

 imagem family search

Outros casamentos em 1812
Fideliz dos Santos Carneiro filho de Fideliz dos Santos Carneiro já falecido e Leonor Correia com Jeronima Maria de Freitas, filha de José de Freitas e Thereza Maria.

José Francisco de Farias, filho de Manoel Jozé de Farias e Rosa Maria com Rozália Maria

Manoel Dias da Costa, filho de Manoel da Costa e Ignácia Maria, falecidos, com Maria do Espírito Santo, filha de Francisco dos Santos Oliveira. Testemunhas Capitão Luiz Ambrozio Marques e Manoel da Silva Pereira.

José Ferreira da Silva, filho de João ferreira da Silva e Brigida Maria, filha de José Dias da Silva.

Em 1853, inaugurando o livro de óbitos de Bananeiras, aparece o registro do sepultamento de DONATA, na capela de "Nossa Senhora do Rosário" de Pilões. 

DOMINGOS RIBEIRO DE SOUZA e MARIA FRANCISCA DOS SANTOS - 1812

Recentemente, encontrei o registro de casamento de meu hexavô DOMINGOS RIBEIRO DE SOUZA com MARIA FRANCISCA DOS SANTOS, realizado em 1812.
Para minha surpresa, Domingos aparece como viúvo da falecida THEREZA DE LOPEZ.
Assim, ao contrário do que acreditava, minha hexavó não poderia ser MARIA FRANCISCA,  e sim THEREZA LOPES.
Convém ressaltar que JOSEFA MARIA DA CONCEIÇÃO, segunda esposa de meu pentavô MANOEL JOZÉ PINTO, era filha de DOMINGOS e de MARIA, o  que me levou ao erro por acreditar que ela seria irmã de ANTONIO DE SOUZA SANTOS, tanto por parte de mãe como por parte de pai, o que agora restou confirmado que não era, já que filhos de mães diferentes.    
Eis o registro:

imagem family search

Aos seis de fevereiro de mil oito centos e doze na capella de Bananeiras o Padre Francisco Rodriguez de licença do Reverendo Miglione São João Agostinho aos nubentes DOMINGOS RIBEIRO DE SOUZA, viúvo que ficou da falecida THEREZA DE LOPEZ com MARIA DA CONCEIÇÃO,filha legítima de JOZÉ IGNÁCIO DE BARROZ e sua mulher ANA QUITÉRIA.   Testemunhas: João Efigênio e Ana da Fonseca Sales.
Reconhecido o erro agora resta maiores pesquisas sobre a família de minha hexavò THEREZA, que pelo sobrenome deve estar ligada à família LOPES DE MENDONÇA, uma das mais antigas de Bananeiras.
  


sexta-feira, 30 de maio de 2014

PORTUGUESES NO BREJO PARAIBANO - 1790 A 1828

Basta consultar os registros paroquiais do final do século XVIII e início do século XIX, para encontrar, vez ou outra, uma anotação referente a presença de portugueses no Brejo Paraibano.
Na grande maioria dos registros consta que são oriundos do Arcebispado de Braga.
Então, faz-se necessário retroceder no tempo para entender melhor a presença deles naquela região.
Geralmente, quando se fala em imigração portuguesa, os historiadores dividem em períodos que vão desde a colonização até o período atual. Todavia, em relação aquela região tal divisão não se aplica totalmente uma vez que que apresenta características próprias, razão pela qual minhas pesquisas abrangem o período de 1790 a 1828.
Durante essas quatro décadas, chegaram ao Brejo aproximadamente 800 portugueses. Na maioria homens jovens vindos da região do Minho, de baixo nível sócio cultural, que foram praticamente expulsos da terra natal pela falta de trabalho, de terras cultiváveis e, consequentemente, atraídos pelas oportunidades que acreditavam que iriam encontrar no Brasil.
Em sua grande maioria eram agricultores ou pequenos artífices que juntamente com alguns de seus parentes (irmãos, primos ou sobrinhos) se inseriram rapidamente  na sociedade local. Muitos alcançaram uma ascensão social rapidamente e, em pouco tempo, passaram a fazer parte da elite.
Através de casamentos endogâmicos, seus descendentes tentam reconstruir as histórias familiares, o que não é fácil, já que como de costume os nomes se repetem com muita frequência, sendo possível encontrar, por exemplo, um Joaquim Manoel Borges, filho de outro Joaquim Manoel Borges, por sua vez primo de outro Joaquim Manuel Borges.
Muitas das vezes os irmãos possuem sobrenomes diferentes, o que dificulta mais ainda a pesquisa.
Em Bananeiras, a presença de portugueses a partir de 1828 diminui consideravelmente, sendo raros os registros. No entanto, no período de 1809 a 1820, vários registros apontam que esses portugueses eram parentes próximos e viviam nas mesmas localidades.
Alguns portugueses:
CUSTÓDIO JOSÉ DA SILVA GUIMARÃES, casado com Thereza de Jesus. Nasceu em 1824,morreu em Pilões em 1864. Filho Antonio Toscano da Silva Guimarães.
JOSÉ JORGE DE BRITO. Nasceu em 1820. Viveu em Bananeiras.      
   

sábado, 24 de maio de 2014

ORIGEM DA FAMÍLIA PINTO DE BANANEIRAS/PB

Depois de muitas pesquisas, atualmente, me encontro diante de um enigma que não consigo decifrar, mas que acredito estar chegando perto da solução.

Em janeiro passado, graças à bondade do historiador MANOEL LUIZ DA SILVA, que realiza um trabalho maravilhoso de resgate da história de Bananeiras/PB, tive a oportunidade de conhecer o Bacupari, uma área rural do município,  que no passado teve grande importância para meus ancestrais, especialmente meu tetravô MANOEL JOZÉ PINTO, uma vez que o mesmo viveu naquela localidade durante muito tempo (aproximadamente 1818/1858) .

Tenho documentos que comprovam que, na década de 40 do século XIX, no Sítio Bacupari residiam outras famílias, sendo que a mais enigmática para mim foi a de JOSÉ PINTO DE QUEIROZ
O primeiro registro foi do casamento de sua filha Esmeria, em 28/02/1836, com Manoel Francisco de Souza, que era viúvo de Antonia Maria de Jesus.
O segundo, foi do nascimento do filho de Esmeria e Manoel , JOÃO, em 13/10/1837, como abaixo: 

 Sempre tive a certeza que José Pinto de Queiroz era  parente de meu pentavô, pois seria impossível ambos terem o mesmo sobrenome PINTO, morarem na mesma localidade sem que não tivessem vínculo nenhum, ainda mais considerando que estamos falando de 1836, em uma localidade rural de Bananeiras/PB.
Cumpre ressaltar que em 1840 toda a freguesia de Bananeiras (que englobava Dona Inês, Solânea, Borborema, Pilões, etc) tinha 20.667 habitantes, sendo que 1.535 eram escravos.  
Por outro lado, sempre tive a certeza de que o FRANCISCO TEIXEIRA DA SILVA PINTO, patriarca da família PINTO de Solânea,  também tinha algum vínculo com Manoel. Foi o escritor Luiz Pinto, um de seus descendentes, que me confirmou em seus livros (Terra Seca e Padre Pinto - Um peregrino da Fé) que tanto no Sítio Bacupari como o Sítio Buraco moraram filhos de Francisco.
Ora, esses lugares eram também os mesmo lugares que tanto Manoel, como seu filho Joaquim moraram. Não pode ser coincidência. Mas, sim fato natural que ocorre com os membros da mesma família.
No entanto, o mesmo Luiz Pinto fala que Francisco  era português. 
Nunca acreditei nisso, já que Carlota era brasileira  - de Mamanguape- e os filhos do casal nasceram mesmo em Bananeiras, coisa que LUIZ PINTO desconhecia já que afirmava que Carlota teria nascido em Portugal e os filhos em Recife.

Mas, como nada descobri sobre o nascimento de FRANCISCO, tampouco sobre o meu MANOEL, segui pistas. Algumas me levaram até Santo Antonio dos Mulungus (Mulungu), onde em 1785 um MANOEL JOZÉ PINTO e sua mulher MARIA DE OLIVEIRA, batizaram seu filho JOZÉ.
Conclui, sem ter provas documentais exatas, que este JOZÉ PINTO era o mesmo que havia batizado uma filha em Bananeiras, em 1809,  seria JOZÉ PINTO DE QUEIROZ.
Mas, acredito que estava errada.
O motivo do meu erro é justamente JOSÉ PINTO DE QUEIROZ.

Já faz algum tempo que encontrei, nos livros paroquiais de Bananeiras, o registro de casamento de ANTONIO PEREIRA PINTO DE QUEIROZ e de ROZÁLIA DE MAGALHÃES MENEZES (6/2/1839).
Hoje, mais uma vez tentei decifrar tal registro, e, acredito que nele encontrei, ainda que parcialmente, algumas respostas.
Eis o registro:
FONTE FAMILY SEARCH

 Consegui ler o seguinte:
"Aos seis de fevereiro de mil oitocentos e trinta e nove, em oratório privado na casa de NUNO DE MAGALHÃES DE MENEZES, nesta Villa de Bananeiras, pelas seis horas da tarde, corridos os proclamas ......... e dispensados do terceiro grau atingente ao segundo de consanguinidade , justos e confessados .... doutrina...... testemunhas JOAQUIM JOSÉ TEIXEIRA......... e FRANCISCO  TEIXEIRA DA SILVA PINTO, ......, ambos moradores nesta Villa, não...................................... receberão com................. presente  ....... ANTONIO PEREIRA PINTO DE QUEIROZ, filho de Francisco JOSÉ PEREIRA DE LEMOS e Dona ROSA MARIA PINTO DE QUEIROZ, natural da freguezia de SAN TIAGO DA CRUZ, bispado de BRAGA,  com ROSALIA DE MAGALHÃES MENEZES, filha de NUNO DE MAGALHÃES MENEZES e .......... .................. os nubentes residentes nessa Villa......"

Temos no registro alguns nomes muito familiares. JOAQUIM JOSÉ TEIXEIRA, que tantas vezes encontrei nos registros paroquiais como morador no Bacupari e ligado ao pentavô MANOEL JOZÉ PINTO, além de FRANCISCO TEIXEIRA DA SILVA PINTO e NUNO DE MAGALHÃES MENEZES.
A novidade fica por conta do noivo e seus pais. 
ANTONIO, o noivo, era português, nascido em SANTIAGO DA CRUZ, em BRAGA. O sobrenome de sua mãe PINTO DE QUEIROZ é sugestivo já que remete ao JOZÉ PINTO DE QUEIROZ.
Ora, se os noivos eram primos de segundo grau, NUNO era português também. Ponto para Luiz Pinto.
Por conseguinte, tanto JOAQUIM JOSÉ TEIXEIRA como FRANCISCO TEIXEIRA DA SILVA PINTO, que foram testemunhas do casamento, deviam ter alguma amizade com os noivos e, por conseguinte, deveriam ser também portugueses ou filhos de portugueses. 
Assim, começo a acreditar que todos estes anos procurando rastros de meus ancestrais no Brasil foram em vão. Por teimosia minha, não quis acreditar que minha família só tenha criado raízes aqui bem depois do que pensava, ou seja, depois de 1800.
Agora, tenho que dar o "braço a torcer". Rever tudo, com a máxima cautela. Refazer minhas contas, tentar decifrar totalmente o registro acima e, tentar seguir o rastro dos PINTOS em BRAGA, PORTUGAL .


   





CASAMENTOS EM BANANEIRAS/PB 1836-1840

20/01/1836 -  ANTONIO, do gentio de Angola e JOSEFA MARIA, criola, escravos de José Ferreira da Rocha (ROXA), morador no Sítio Farias.

11/01/1837 - NUNO MAGALHÃES DE MENEZES, viúvo de Ana Ferreira Luteria e MARIA THEREZA CANDIDA, filha de Domingos José Duarte, falecido e Antonia Correia Francisca, natural de Mangoape, moradores desta Vila. *** segundo LUIZ PINTO, este seria português e dono de uma farmácia em Bananeiras.Embora não tenha encontrado nenhum documento que confirmasse tal informação, o registro acima confirma a proximidade dele com a família de FRANCISCO TEIXEIRA DA SILVA PINTO, já que MARIA THEREZA CANDIDA era prima de CARLOTA MARIA, esposa de Francisco ou Chico Gago.

18/10/1836 -JOAQUIM PEDRO SARAIVA e MANOELA MARIQUITA DAS NEVES, ele filho de Anastácio de Oliveira Saraiva e Rita de Jesus, natural da freguesia de Santa Cruz, ela filha de Antonio Joaquim e Maria Tereza, moradores em Boa Vista.

28/09/1836 - MANOEL FRANCISCO DE SOUZA, viúvo de Antônia Maria de Jesus, e ESMERIA MARIA DO NASCIMENTO, filha de José Pinto de Queiroz e Maria Joaquina da Conceição, moradores no Bacupari.

22/11/1836 - JANUÁRIO, escravo de Francisco Pereira Lima e MARIA DAS DORES, filha de Carlos Correia Jardim e Maria Francisca, moradores no Calabouço. Testemunhas José Bento de Araújo Lima e Joaquim Carlos de Almeida.

20/11/1836 - PEDRO GOMES DE OLIVEIRA, filho de José Gomes de Oliveira e RITA MARIA, filha de Gonçalo Pereira da Silva e Maria Madalena.

31/10/1836 - ANTONIO FELIZ DE ARAÚJO  e JOSEFA MARIA, ele filho de Simião Barbosa e Maria José, ela filha de Vicente de Barros e Clemencia Maria da conceição, o nubente natural da freguesia da Paraíba e a nubente da freguesia de Caicó, moradores nos Pilões.

26/11/1836 - FELIPE SANTIAGO DA CRUZ e JOAQUINA MARIA FRANCISCA, ele filho de João da Cruz e Anna Maria e ela filha de Serafim Veloso e Francisca Maria, moradores no sítio Buraco. *** O sobrenome  composto SANTIAGO DA CRUZ parece indicar a freguesia homônima do distrito de Braga, em Portugal, sendo um indício de que foi uma homenagem aquela por parte dos pais prováveis portugueses.  

26/11/1836 - BERNARDO JOSÉ BISPO e RITA MARIA, ele filho de Manoel de Olanda Pinto e Ignácia Maria da Conceição e ela filha de Francisco Dias de Araújo e Euzébia Maria da Conceição, moradores no Maciel.

29/01/1837 - JOSÉ, do gentio de Angola e Maria, criola, escravos de JOSÉ FERREIRA DA ROCHA (ROXA), morador no Sítio Farias. *** segundo consta JOSÉ FERREIRA DA ROCHA seria irmão de Estevão José da Rocha, o Barão de Araruna

01/02/1837 - JOÃO   PEDRO DOMINGOS e MARIA DO ESPÍRITO SANTO, ele filho natural de Maria Pereira, já falecida e ela filha de Manoel Fructuoso da Silva e Maria da Conceição. Testemunhas: Nuno Magalhães de Menezes e Manoel José Correia.

12/02/1837 - MANOEL LOPES DAS NEVES, viúvo de Maria do Livramento e CONSTANCIA MARIA DE JESUS, filho de Pedro Gomes de Oliveira e Thereza Maria de Jesus, moradores no Jatobá. 

3/2/1837 - ANTONIO JOAQUIM DE SOUZA e JOSEFA MARIA DE SANTANA, ele filho de Filipe Pinto de Mello, já falecido e Rosa Maria, moradores na Villa.