domingo, 22 de setembro de 2019

JOSÉ BENTO DE LIMA

Minha família paterna é muito grande, daí ser quase impossível que venha algum dia a identificar todos os membros colaterais da minha árvore genealógica.
Casais ancestrais que tiveram 11, 14 ou 16 filhos e deixaram muitos descendentes. E, muito embora eu tenha norteado minhas pesquisas nos meus antepassados em linha reta, não posso deixar de registrar algumas linhas colaterais. 
Esse é o presente caso.
Trata-se dos descendentes de JOSÉ ANTONIO DE LIMA, nascido aproximadamente em   que foi casado com JOANA MARIA DA CONCEIÇÃO.  Dentre os filhos do casal JOSÉ BENTO DE LIMA, agricultor, que se casou, pelo menos duas vezes, sendo a primeira esposa IGNÁCIA MARIA DA CONCEIÇÃO e a segunda MARIA ANUNCIADA DE CARVALHO, filha de JOÃO RODRIGUES DE CARVALHO E de MARIA THEREZA DA ROCHA (da família Rocha de Bananeiras).


"Aos dezasseis de janeiro de mil oitocentos e setenta e cinco, nesta matriz as onze horas da manhã, observadas as celebrações canônicas, examinados na doutrina cristã, considerado tridentino uni em matrimônio os contraentes os parochianos JOSÉ BENTO DE LIMA e MARIA ANUNCIADA DE CARVALHO, elle viúvo que ficou por morte de Ignácia Maria da Conceição, ela filha legítima de João Rodrigues de Carvalho e da finada Maria Thereza da Rocha e lhes dei as bençãos nupciais, perante as testemunhas Miguel Rodrigues de Carvalho e João Francisco Pinheiro de Carvalho, digo, de Araújo e para constar fiz este registro"  

Registro de nascimento da filha Thereza em Bananeiras. Neste mesmo dia, o Comendador Felinto Florentino da Rocha e sua esposa foram testemunhas de outros nascimentos. Existindo indícios que MARIA ANUNCIADA era sua parente,  pelo lado materno através de sua mãe MARIA THEREZA DA ROCHA.

                    

"Aos trinta dias do mez de agosto do ano de mil oitocentos e noventa neste único distrito de paz do município de Bananeiras do Estado da Parahyba do Norte compareceu em meu cartório JOSÉ BENTO DE LIMA, agricultor, natural e residente no lugar da ALDEIA deste distrito de paz, filho legítimo de JOSÉ ANTONIO DE LIMA e JOANNA MARIA DA CONCEIÇÃO, já falecidos e, em presença das testemunhas abaixo nomeadas e designadas declarou que no dia vinte e cinco do dito mez e ano nasceu do seu legítimo matrimônio contraído no districto de Santa Cruz do Estado do Rio Grande do Norte com MARIA ANUNCIADA DE LIMA, filha legítima de MARIA THEREZA DA ROCHA E  JOÃO RODRIGUES DE CARVALHO uma criança do sexo feminino que foi batizada com o nome de THEREZA e foram padrinhos JOÃO MARQUES FERREIRA e Dona EMÍLIA SALUSTINA DAS NEVES, moradores desta cidade"

 São filhos conhecidos (até agora) de JOSÉ BENTO DE LIMA e MARIA ANUNCIADA  :
1) JOÃO
2) MARIA
3) ANTONIO
4) THEREZA

ANTONIO e outros filhos do casal se fixaram na ALDEIA (Solânea), local que foi a antiga ALDEIA DE SANTO ANTONIO DA BOA VISTA. Aldeamento dos índios Sucurus e Canindés do início do seculo XVIII. Onde existiu o antigo cemitério de Santa Thereza onde foram sepultados, por mais de 150 anos, os falecidos da antiga aldeia e primeiros moradores de Moreno (atual Solânea).
O nome do cemitério, como dito em outra postagem, foi uma homenagem a sua padroeira dos missionários religiosos que administravam a aldeia . Infelizmente, tal cemitério que poderia trazer material de muita pesquisa, inclusive de DNA ancestral, não existe mais.
Mas, a Aldeia ainda existe, apesar de se tratar de uma área rural de Solânea com poucos habitantes que nem de longe demonstra atualmente a opulência que viveu no passado.
Todos esses fatos sobre a Aldeia se fazem necessários de registro, vez que muitos dos meus ancestrais paternos  lá viveram (famílias Pinto, Borges, Oliveira e Souza). Todos aparentados por sucessivos casamentos, como é o caso de ANTONIO BENTO DE LIMA E MARIA ANUNCIADA, os quais também são meus parentes colaterais próximos, fato este devidamente comprovado geneticamente através de comparação dos resultados entre meu material genético e de descendente do casal.

Não encontrei ainda o casamento religioso deles, somente o civil , realizado em 11/10/1916, conforme demonstra a imagem abaixo.


"Aos onze dias do mez de outubro de mil novecentos e dezasseis as quatorze horas, nesta cidade de Bananeiras, Estado da Parahyba do Norte, em casa de residência do Doutor Juiz de Direito e de casamentos José Eugênio Neves de Melo, cuja casa tinha as portas abertas, perante o mesmo juiz, comigo oficial privativo do registro Civil de Casamentos e as testemunhas MANOEL SIMPLÍCIO DA SILVA PINTO , JOSÉ HERÁCLITO MENEZES PINTO, Isidro Placido Ramalho e José Leite Ramalho, receberam-se em matrimonio ANTONIO BENTO DE LIMA, filho legítimo de José Bento de Lima e de Dona Maria Anunciada de Lima, ambos falecidos, brazileiro, com trinta e dois anos, solteiro, agricultor, natural deste termo e residente no lugar "aldeia" também desse termo com Dona MARIA IDUINA DE OLIVEIRA, filha legítima de Idúino Olimpio de Oliveira e de Dona Joana Joaquina de Oliveira, brasileira, com trinta anos de idade, solteira, de serviço doméstico, natural de Santo Antonio, Estado do Rio Grande do Norte e residente no dito lugar Aldeia, os quais no mesmo pacto declaram que tinham antes do casamento os seguintes filhos: José, com quatro anos e onze meses,  Francisca, com três anos e seis meses de idade e João, com dois anos e quatro meses cujos seus três filhos ficavam legitimados pelo casamento que vinham de contrair. Declaram mais que não são parentes entre si, nem existe impedimento que os proibia de se casaram um com o outro e bem assim que se casavam pelo regime de comunhão de bens. Em firmeza do que eu Antonio da Silva Barbosa, official privativo do Registro de casamento lavrei esse termo, que vai assinado pelo juiz, pelas testemunhas Manoel Simplício da Silva Pinto e José Heraclito Menezes Pinto a rogo dos contraentes que não saberem ler nem escrever e pelas testemunhas do ato."
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No registro podemos observar, além das filiações dos nubentes, que ANTONIO E MARIA ANUNCIADA moravam na Aldeia,  possuíam três filhos e as testemunhas foram MANOEL SIMPLÍCIO DA SILVA PINTO (nascido em 1871), filho de Antonio José Pinto e Joaquina Maria (neto de meu pentavô MANOEL JOSÉ PINTO) , e JOSÉ HERÁCLITO MENEZES PINTO (conhecido como Zezinho Pinto(, filho de João Teixeira da Silva Pinto e neto de Francisco Teixeira da Silva Pinto.
O fato das testemunhas do casamento civil terem sido da família PINTO não é mera coincidência . Na verdade, eram todos parentes e vizinhos entrelaçados com as famílias OLIVEIRA e LIMA .

O casal teve 11 filhos conhecidos : JOSÉ BENTO DE LIMA, FRANCISCO BENTO DE LIMA, JOÃO BENTO DE LIMA, PEDRO BENTO DE LIMA, JOAQUIM BENTO DE LIMA, GABRIEL BENTO DE LIMA, ANTONIO BENTO DE LIMA FILHO, OSCAR BENTO DE LIMA, TEREZA BENTO DE LIMA, MARIA IZABEL BENTO DE LIMA E RAFAEL BENTO DE LIMA.

ANTONIO faleceu em 1/09/1951, anos depois de MARIA IDUINA DE OLIVEIRA (1926). 

"Ao primeiro dia do mês de setembro de mil novecentos e cincoenta e um nesta cidade de Bananeiras, sede da comarca deste nome do Estado da Parahyba compareceu em meu cartório o senhor José Bento de Lima, casado, comerciante, natural deste município e residente nesta cidade a Praça Epitácio Pessoa e em presença das testemunhas abaixo nomeadas e assinadas declarou que ontem as quatorze horas e quinze minutos em domicilio próprio a rua coronel antonio pessoa nesta mesma cidade faleceu com assistência médica com consequência de diabetes seu pai de nome ANTONIO BENTO DE LIMA, de cor branca, do sexo masculino, casado, comerciante, natural deste município , com sessenta e sete anos de idade, residente que era nesta cidade, filho legítimo dos falecidos JOSÉ BENTO DE LIMA, natural que era deste estado e de Dona Maria anunciada de Lima, natural que era do estado do Rio grande do Norte, que o extinto deixou bens a inventariar , que o falecido não era eleitor registrado, que o falecido foi casado civilmente neste cartório com Dona Maria Iduina de Oliveira conhecida também por Maria Anunciada de Lima, de cujo consórcio deixa os seguintes filhos: JOSE BENTO DE LIMA, que é o declarante com trinta e nove anos de idade; FRANCISCO BENTO DE LIMA, com trinta e oito anos de idade;JOÃO BENTO DE LIMA, com trinta e sete anos de idade; PEDRO BENTO DE LIMA, com trinta e três anos de idade; JOAQUIM BENTO DE LIMA, com trinta e dois anos de idade; GABRIEL BENTO DE LIMA com trinta anos de idade; ANTONIO BENTO DE LIMA FILHO, com vinte e oito anos de idade; OSCAR BENTO DE LIMA, com vinte e sete anos de idade; TEREzA DE LIMA SOUZA, com vinte e seis anos de idade; MARIA IZABEL BENTO DE LIMA com vinte e quatro anos de idade e RAFAEL BENTO DE LIMA, com vinte anos de idade. Declarou, finalmente, que o sepultamento será feito no cemitério publico desta cidade."

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

AÇORIANOS NO BRASIL

fonte: internet  
OS AÇORES
Muitos brasileiros descendem, assim como eu, de açorianos. Mas, poucos conhecem a história de seus ancestrais.
Inicialmente, devo ressaltar que os AÇORES, chamado oficialmente de Região Autônoma dos Açores, são um arquipélago no meio do Oceano Atlântico, dotado de autonomia político administrativo ligado a Portugal.  
Da mesma forma que a Ilha da Madeira, o arquipélago dos Acores foi descoberto por conta das grandes navegações portuguesas e começou a ser povoado por volta de 1450.
As 9 ilhas (Terceira, São Miguel, São Jorge, Pico, Faial, Graciosa, Santa Marta, Corvo e Flores) atraíram muitos imigrantes. Sendo que parte desses seriam cristãos novos que foram obrigados a se converter devido as perseguições promovidas pela Inquisição da Igreja Católica, conhecida em Portugal como Tribunal do Santo Ofício e abrangia todos os territórios do Império Ultramarino português, incluindo obviamente Açores e Brasil.
A perseguição aos judeus em Portugal começou  por volta de 1458, se intensificando a partir de 1497.
Os emigrantes que iam para os Açores visavam ficarem livres das perseguições que ocorriam em Portugal continental. Contudo, nem sempre isso ocorria, pois muitos foram processados.
Um fato importante a ser considerado é que além do território açoriano ser limitado ocorreram muitas catástrofes como terremotos, secas e epidemias, embora tenha a população aumentado consideravelmente em pouco tempo, o que motivou a vinda de muitos açorianos para o Brasil.
A extensão territorial de nosso país, aliados a qualidade das terras e a inexistência de alguns fenômenos naturais como vulcões atraiam os açorianos, que chegaram aos montes entre 1541 e 1815). 
Segundo Gaspar Frutuoso a emigração mais significativa teria ocorrido na primeira metade do século XVII,  a partir de 1628 com a vinda de cerca de 500 casais de açorianos para o Brasil que teriam ido para o Rio e Maranhão.
O fluxo migratório continuou intenso nos seculos seguintes até o inicio do século XIX. Esses açorianos vieram com o objetivo de povoarem as regiões Sul e Norte do país, mas muitos se fixaram no Sudeste e também no Nordeste.
Na minha família, minha bisavó MARIA DAS MERCÊS BOTELHO DE MEDEIROS, nascida em São Miguel, só chegou aqui acompanhada dos pais e irmãos por volta de 1868, provavelmente atraídos por algum parente que chegara antes. Eles se fixaram no Vale do Paraíba e no sul de Minas Gerais.
Não pesquisei sobre os emigrantes de outras ilhas além daqueles que São de São Miguel, mas uma excelente fonte de pesquisa são os Fundos Paroquiais dos Acores que estão organizados por ilha, concelho e freguesia. De fácil consulta on line . Neles também será possível consultar   passaportes. 
Acrescente-se que quanto a genealogia da Ilha de São Miguel é obrigatória a consulta  da genealogia de Carlos Machado, Gaspar Frutuoso e Rodrigues Rodrigues.
Com tempo e paciência é possível encontrar registros de nossos ancestrais açorianos.   

domingo, 30 de junho de 2019

MORADORES EM SANTA CRUZ/RN (1860/1865)

GONÇALO FRANCISCO CAMPELLO
JOANNA MARIA DA CONCEIÇÃO

GONÇALO BARBOSA DE MOURA
JOAQUINA BARBOSA DE SOUZA

VICENTE FERREIRA DA COSTA
JOANNA THEREZA DE JESUS

MANOEL MOURA BARBOSA
RITA MARIA DA CONCEIÇÃO

JOSÉ MARIA DA SILVA BAIÃO
FRANCISCA MARIA GOMES
JOSÉ JOAQUIM DA ROCHA
FRANCISCA MARIA GOMES

JOSÉ JOAQUIM DA ROCHA
MARIA JOAQUINA DE BARROS

SEVERINO JOSE VIEIRA
ADELINA MARIA DA CONCEIÇÃO

JOÃO BAPTISTA DE ARAUJO
JOANNA MARIA DA CONCEIÇÃO

JOSÉ MORENO CASADO
ROSA MARIA DA CONCEIÇÃO

ANGELO CUSTODIO DO NASCIMENTO
MARIA MAGDALENA DE JESUS

MANOEL JUVENCIO SILVA
LEONARDA JANUARIA DA SOLEDADE

ALEXANDRE RODRIGUES DE CARVALHO
MARIA FAUSTINA ROSALINA BEZERRA 

sexta-feira, 31 de maio de 2019

ESCRAVOS NO RIO GRANDE DO NORTE 1888


CASAMENTOS 1886/1887 - SANTA CRUZ/RN

1886 - 1887

AVELINO JOSÉ DA PENHA
ANTONIA FLORA DA CONCEIÇÃO

ANTONIO CARLOS DE OLIVEIRA
LEOCADIA MARIA DA CONCEIÇÃO

FRANCISCO VICENTE DE MOURA
LILINA MARIA DA CONCEIÇÃO

MANOEL JERÔNIMO DE ARAÚJO
ANTONIA VICÊNCIA DE MOURA

ANDRE THOMAZ PEREIRA
ROSALINA MARIA DA CONCEIÇÃO

REGINADO GOMES DE ANDRADE
SECUNDINA MARACAJÁ BEZERRA CAVALCANTE

JOSÉ FELICIANO DA SILVA
ISABEL MARIA DA CONCEIÇÃO

SEBASTIÃO GOMES DE MORAES
JOSEFA MARIA DA CONCEIÇÃO

JOAQUIM JOSÉ DA SILVA
MIRANDA LIMA MARIA DO ESPÍRITO SANTO

FRANCISCO VALCACIO DA SILVA 
ANA MARIA DA CONCEIÇÃO

nICOLAO FRANCISCO DOS SANTOS
MARIA FLORINDA DOS SANTOS

ANTONIO JOSÉ DA ROCHA
ANTONIA FERREIRA DE LYRA

JOAQUIM CORDEIRO DO VALE
JOANNA MARIA DA CONCEIÇÃO

FRANCISCO IGNACIO DA SILVA
ELVIRA LEOPOLDINA DA SILVA

JOÃO FERREIRA DA COSTA
JOSEFA MARIA DA CONCEIÇÃO

TIBURCIO FRANCISCO DA CRUZ
ANACLETA MARIA DA CONCEIÇÃO

MANOEL JANUARIO BEZERRA
BENEDITA FRANCKLINA BEZERRA

JOSE VICENTE DA SILVA
MARIA FRANKLINA DO AMOR DIVINO

JOÃO GOMES DA SILVA
JOANA MARIA DA CONCEIÇÃO

JOSÉ BARBOSA DA PAZ
ABDOLINA MARIA DA CONCEIÇÃO

CAETANO PEREIRA DA SILVA
JOAQUINA DE OLIVEIRA

JOSÉ LUIZ DE MELO
VITALINA MARIA DO LIVRAMENTO

FRANCISCO PEREIRA DAS CHAGAS
MARCIANA MARIA DA CONCEIÇÃO

MANOEL VALCARCIO 
JOANNA BENTA MARIA DA CONCEIÇÃO

MANOEL SEVERINO DE OLIVEIRA
MARIA THEREZA DA CONCEIÇÃO

ALEXANDRINO JOSÉ DA COSTA
MARIA JOAQUINA DA CONCEIÇÃOA 


IRLANDESES NA BAHIA - 1830

O serviço militar obrigatório, adotado no Brasil, para cidadãos do sexo masculino que completem 18 anos de idade, se tornou lei em janeiro de 1906.
Antigamente, muitas nações reforçavam os seus exércitos com tropas mercenárias contratadas no estrangeiro, as quais se envolviam em guerras, não para defender uma bandeira ou nação, mas para lutar por dinheiro - quem pagava mais.
No século XVIII, os soberanos de certos principados da Alemanha exploraram seus batalhões alugando-os para quem necessitasse à exemplo do Inglaterra que era freguesa desse tipo de mercado.
Muita gente não sabe mas nas lutas pela consolidação da Independência do Brasil, ocorridas entre 1821 a 1825, D. Pedro I se valeu de mercenários, sendo a maioria da Alemanha e da Irlanda.
Dizem que muitos dos elementos que foram trazidos para o Brasil eram de criminosos tirados das prisões alemãs que chegavam aqui algemados ou amarrados. Em relação aos irlandeses a grande maioria eram de gente pobre que passava forme e via nas guerras a unica forma de ganhar algum dinheiro e poder sobreviver.
Quando chegaram aos Brasil os mais aptos eram incorporados à tropa e mandados para o Sul sob a promessa de que uma vez terminadas as lutas ganhariam terras e outras recompensas.
Mas, finda a campanha esses mercenários foram enviados ao Rio de Janeiro.
Não se sabe o número correto desses indivíduos, mas calcula-se cerca de 3 mil, ou seja, um numero razoável considerando que toda a população do Rio de Janeiro na época não ultrapassava a 270 mil habitantes. 
Esses mercenários foram mal alojados. Não recebiam comida suficiente e nem pagamento. Também não viram com o correr do tempo disposição do governo de serem cumpridas as promessas e se tornaram rebeldes, com a sublevação de três batalhões do Corpo de Estrangeiros.
Para reprimir a revolta o governos solicitou ajuda de forças tarefas francesas e inglesas. O cenário foi de cenas de horror. Onde quer que aparecesse um alemão ou irlandês , fizesse ou não parte dos revoltosos, eram trucidados. Morreram cerca de 200 mercenários e outros tantos ficaram feridos. 
Vale ressaltar, que desde 1826 se discutiam  projetos de naturalização de estrangeiros, sob a justificativa de que era necessário povoar o Brasil. E, que em 1927 aqui chegaram mais de 945 colonos irlandeses que se somaram aos mercenários.
Diante da revolta dos mercenários e do quadro negativo que se apresentava, foram deportados cerca de mil e quatrocentos irlandeses, mas uma parte foi enviada para o Sul da Bahia, numa tentativa fracassada de colonização. E, 101 famílias foram encaminhadas para Salvador onde permaneceram até 1830.
Com o tempo a comunidade de irlandeses foi se desfazendo aos poucos e seus integrantes se espalharam pela província (Bahia) e todo o Nordeste.
O que justifica, em parte, muitos nordestinos possuírem uma herança genética desses ancestrais.
Infelizmente, poucas pesquisas foram feitas neste sentido. Os sobrenomes que foram aportuguesados dificulta ainda mais a pesquisa genealógica. 

# Essa postagem é consequência da discussão em grupos de genealogia genética da perplexidade de alguns diante da forte carga genética nos testes de DNA da "ancestralidade inglesa",  que engloba a Irlanda , mormente em pessoas da Bahia.    
     
  

sexta-feira, 1 de março de 2019

FRUTAS BRASILEIRAS APRECIADAS PELOS ÍNDIOS

Não se sabe com certeza quando nossos indígenas começaram a fazer roças (capoeiras) e, nem a partir de quando utilizavam em sua alimentação  os frutos que colhiam.
O fato é que há um  padrão nas sociedades indígenas, pois diversas plantas representavam substancial fonte alimentar, sendo que inúmeras espécies vegetais, objeto de coleta por parte dos índios, foram adotadas pelos colonizadores europeus, que passaram a cultivá-las e que hoje representam um papel relevante na economia mundial.
Podemos citar, como exemplo, o caju, a castanha do pará, o guaraná e a mandioca.

Algumas árvores frutíferas bem conhecidas são:  araçá, abio, araticum, bacuri, cajá, caju, cupuaçu, goiaba, guabiroba, guavira, guarajá, ingá, jambo, jabuticaba, jenipapo, jatobá, jurubeba,  maracujá, mangaba, macajá, murici, pitomba, pitanga, pequi, piquiá, taperabá, sapucaia, umbu,  umari e uvilha.  
Algumas palmeiras destacam-se como a bocaiuva, buriti, açaí, inajá, tucum e babaçu que forneciam o fruto, o palmito, a castanha (da qual faziam azeite para comer, para repelir insetos, para a cobertura das ocas, fazer cestos e  esteiras  com as fibras.
Da mata  os índios extraiam seus remédios como a copaíba, usada para curar feridas e para os rins. A ipecacuanha  usada contra a diarreia e a quinina um poderoso antimalárico. 
Muitas espécies da flora eram usadas como corantes naturais como o jenipapo e o urucu.

Nordeste, os frutos indígenas brasileiros foram incorporados na alimentação dos primeiros colonos como a mangaba, que pode frutificar o ano todo, e além da fruta seu caule libera um látex quando ferido que se solidifica em contato com o ar. O caju, que além da polpa, tem uma castanha muito saborosa.
Mas, nada supera o uso da mandioca, que é a principal planta herdada dos indígenas.
O cultivo da mandioca representa várias vantagens, já que não é suscetível a pragas, cresce em todo solo tropical, produz raízes cerca de 6 a 8 meses depois de plantada e da mandioca se faz farinha e muitos outros alimentos.
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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

BATISMOS EM SANTA CRUZ( 1868) RN

BRAZ - 3/2/1868, filho de Eleno Canuto Lopes e Maria José de Jesus
JOAQUIM- 16/07/1863, filho de Camilo Barroso de Carvalho e Maria Malaquias da Cunha
                  Batizado em Riquitelha, padrinho Malaquias de Cordeiro Castelo Branco  
MANOEL- 07/02/1867 - filho de Antonio José dos Santos e Clara Maria da Conceição
                   Padrinho Joaquim Nunes Marinho de Carvalho 
JOSÉ - 26/12/1867, filho de Manoel Francisco Campelo e Maria Francisca da Conceição
ALBINO - 5/02/1868, filho de João da Cruz e Maria José da Conceição
SEBASTIANA - 15/01/1868, filha de Marinho Santana e Maria Francisca da Conceição
CAPITULINA - 4/9;1867, filha de Alvez Carreiro Sobrinho e Joaquina Maria da Conceição    (Casa de oração do Potegi Pequeno)
MARIA - 26/01/1868 - filha de Antonio Bandeira de Lucena e Vicência Maria da Conceição
VICTORINO - 21/12/1867, filho de Felício Bezerra Leite e Josepha Bezerra
ANNA - 22/12/1867, filha de Umbelina Maria da Conceição 
ANTONIO - 22/01/1868, filho de Manoel da Paixão e Berenice Maria
ROSÁRIA - 7/01/1868 , filha de Feliciano Caetano e Maria José
PEDRO-  31/01/1867,  filho de José Joaquim Peixoto e Antonia Ferreira de Mello
JUVENAL - 9/7/1868 , filho de Luiz Gomes de Oliveira e Jovina Maria da Conceição
ALBINO - 5/2/1867, filho de Manoel da Cruz e Maria José da Conceição
ANTONIO - 4/11/1867, filho de Manoel Thomaz de Oliveira e Maria José da Conceição       Padrinho Capitão Job Furtado de Mendonça Menezes
JOAQUIM -  2/2/1868filho de Manoel José da Costa e Paulina Maria da Conceição
FRANCISCO- 29/01/1868, filho de Militão Miquelino de Barros e Antonia Maria da   Conceição
FAUSTINO - 17/02/1868, Filho de Idalino José da Silva e Paula Maria de Jesus
SEBASTIÃO- 18/01/1868, filho de Manoel Andre de Barros e Francisca Maria da                  Conceição 
MARIA - 17/01/1868, filha de João Francisco de Medeiros e Josepha Maria Florinda
URSULINA - 1/9/1867, filha de José Gomes dos Santos e Francisca Maria do Espirito      santo
ADOLPHO - 23/12/1867, filho de Alexandre (escravo de Joaquim José da Silveira Barreto)e Maria Rosa da Conceição, feito no Oratório do Potegi Pequeno
ANTONIO - 29/02/1868, filho de Francisco Alves de Oliveira e Florida Maria da Conceição
VICÊNCIA - 23/07/1868, filha de Francisco Manoel do Nascimento e Umbelina Erminiana da Conceição
ANNA - 3/3/1868 , filha de Faustino Gomes da Costa e Josepha Maria do Patrocínio
JOSÉ - 19/3/1868, filha de João Antonio Crisóstomo e Francisca Maria da Conceição
MARIA - 12/01/1868, filha de João Pedro da Silva e Nicácia Maria da Conceição
LUIZ - 28/02/1868, filho de Luzia Florinda do Nascimento
RAQUEL - 18/03/1868, filha de Miguel Joaquim da Paixão e Ana Maria da Conceição
GABRIEL - 30/03/1868, filho de Francisco Antunes de Lima  e Ana maria de Araújo
ANTONIA - 4/01/1868 , filha de Domingos Alvez da Silva e Maria Francisca da Conceição
MICAELA - 6/2/1868, filha de Sebastião da Rocha Bezerra e Maria Rosa de Mello Cabral
RITA - 5/2/1868, filha de Sancha Maria de Jesus
ANTONIO  - 6/1/1868, filho de José Miranda da Cunha e Francisca Maria da Conceição
JOÃO- 8/2/1868, filho de Manoel dos Santos Lima e Maria Perpétua da Felicidade
JOAQUINA - 8/9/1867, filha de Trajano Bento e Fellipa Maria de Jesus
ANTONIO - 20/02/1867, filho de Rita Maria da Conceição
SEBASTIÃO - 23/01/1868, filho de José Lupicínio da Silva e Rita Barbosa de Lima
LEÔNCIO - 23/02/1868, filho de Firmino José Justiniano e Maria Madalena da Conceição
JOAQUIM - 4/3/1868,filho de José Joaquim do Nascimento e Maria Joana da Conceição
BALBINA - 6/2/1880, filho de João Soares da Costa e Josefa Maria de Moraes
ISABEL- 8/3/1868, filha de José Gomes Bezerra e Cândida Maria da Conceição
LÚCIO - 15/04/1869, filho de Antonio Rodrigues da Rocha e Joaquina Andreza de Jesus
MARIA - 23/03/1868, filho de Manoel Thimóteo de Araújo e Maria Francisca da Penha
JOÃO  - 15/08/1867, filho de David José de OlIveira e Cândida e Delphina Maria da Conceição
VALDEVINO - 7/4/1868, filho de Manoel Fernandes da Cruz e Joana Maria da Conceição
JOÃO - 11/09/1867, filho e José Borges de Oliveira e Eugênia Maria da Conceição.            Padrinhos: Theophilo Ferreira da Rocha e Maria Secundina Ferreira da Rocha                    (solteiros)
MANOEL - 27/03/1868 - filho de Antonio Pereira da Silva e Rita Maria da Silva
PEDRO - 13/01/1868 - filho de Manoel Theixeira dos Santos e Maria da Conceição
ANNA - 18/05/1868, filha de Francisco Lins de Vasconcelos e Perpétua Thereza de Jesus,   padrinho Tenente Manoel Alves de Oliveira Galvão
RITA - 5/4/1868, filha de ANTONIO PAULO DA COSTA e LUZIA MARIA DE FRANÇA,  são   meus trisavôs, pais de meu bisavô MANOEL NORBERTO DA COSTA  (o batismo     ocorreu em São Bento)

Rita, nascida a cinco de abril de mil oitocentos e secenta e oito, filha legítima de ANTONIO PAULO DA COSTA E LUIZA MARIA DE FRANÇA, baptizei e puz os santos oleos aos quatorze de maio ditro ano no lugar denominado SAN BENTO desta freguezia, em desobriga, forão padrinhos Gerson José Ferreira de Farias e Umbelina Aquilina de Farias, desta freguesia.
*** Neste registro observa-se que o sobrenome de Luiza é França, igual a de algumas mulheres ligadas a Manoel Franco de Oliveira (meu tetravô), que assinavam Franca ao invés de Franco. 
Acredito que Luzia era irmão de Manoel Franco de Oliveira, meu outro tetravô,que em Santa Cruz aparece também como MANOEL FRANCISCO DE OLIVEIRA - vide outras postagens no blog, como no registro abaixo. Esclarecendo que Manoel era pai de Joaquina Eustaquilina de Oliveira que se casou em 1883, em Santa Cruz, com Manoel Norberto da Costa (meus bisavós), filho de ANTONIO PAULO DA COSTA E LUZIA MARIA DE FRANÇA

ANTONIA -5/01;1868, filha de Manoel Francisco de Oliveira e Ignácia Maria da Conceição, baptizei e pus os santos oleos nesta Matriz (Santa Cruz) 

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

FAMÍLIA PEREIRA DO LAGO ( PORTUGAL e BRASIL)

OS PEREIRA DO LAGO
Existem muitas pesquisas sobre a origem desta família portuguesa, mas tudo aponta que tudo começou na freguesia do Lago.
Manuel de Souza  da Silva (Nobiliário das Gerações entre Douro e Minho), dá a mesma versão do Felgueiras Gaio (Nobiliário de família de Portugal) de que a família "PEREIRA DO LAGO" descende dos PEREIRA, por varonia, através de um Gomes Gonçalves, que seria neto de Gonçalves Rodrigues Pereira
Mas, a origem me parece nebulosa. Não tenho fonte documental que comprove. Muitos declinam gerações e gerações até o século XI. Mas, sem nenhuma fonte confiável. Por isso, acho temerário seguir qualquer uma das pesquisas feitas anteriores ao século XV.
Daí para a atualidade é possível através de fontes primárias (documentais) provar  os fatos e acontecimentos ligados aos membros da família.

O mais antigo membro da família, com documentos comprobatórios, trata-se de JOÃO GOMES DO LAGO, filho de Diogo Gomes Froes e Senhorinha Anes do Lago, que foi o senhor da Torre do Lago.

 I -João Gomes do Lago se casou com Beatriz de Azevedo (que aparece também como Beatriz de Araújo, ou Brites de Azevedo) sobrenome de seu pai Fernão Affonso de Araújo, pertencente à nobreza).
Esse sobrenome ARAÚJO aparece em alguns membros da família mesmo depois de 150 anos, mas não sei se realmente está ligado a esse ramo. 
Casou-se , pela segunda vez com GERMINIEZA PEREIRA DE ARAÚJO (mesmo sobrenome que me chama atenção pelo numero de descendentes que o carregam). (Fonte: GAYO)
Não sei qual a relação de parentesco entre Beatriz e Germinieza.

II- O casal JOÃO GOMES (Ou Pereira) DO LAGO e Germinieza Pereira de Araújo teve 10 filhos, entres os quais ALDONÇA PEREIRA DO LAGO, que teve um filho chamado GASPAR PEREIRA DO LAGO (nascimento aproximado em 1565), mas não existe nenhum documento que aponte o nome do pai, que para mim continua como desconhecido. Há indícios de que o outro filho de Aldonça se chamava Sebastião Pereira do Lago, mas não fiz pesquisas a esse respeito e , portanto, nada posso dizer.

Gaspar aparece como "bastardo" (Gayo  XII, costados 3 e 4 , referência aos Pestanas e Peçanhas de Lourinhão). Já Sebastião aparece como filho de ALDONÇA Pereira sem constar se era bastardo ou não.
Inicialmente, também não quis postar esse dado, por não ter certeza, mas como é indicio espero que os interessados venham a pesquisar.
Da mesma forma, encontrei um Gaspar Pereira do Lago (está no manuscrito memorial dos Ministros), dito como ermitão, de família nobre, natural da Vila de Viana e Ministro de grande reputação e desembargador da Casa de Suplicação,  que teria fingindo ser o rei Don Sebastião . Ele teria  sido o cabeça de um levante contra Lisboa, liderando mais de 400 homens. Descoberto, foi sentenciado a "galez" (galés) e confessou nãos er o rei Dom Sebastião e nem queria ser...
Estou postando a história, por achar interessante, mas nem sei se trata-se do mesmo, embora o Gaspar Pereira do Lago, meu ancestral, tenha sido mesmo Desembargador da Casa de Suplicação e vivido na mesma época.

III - GASPAR PEREIRA DO LAGO, se casa com BRITES DE ARAÚJO (mais uma vez o ARAÚJO) dentre os filhos conhecidos tiveram

IV - ANTONIO PEREIRA DO LAGO se casou com Margarida Rabelo, e o casal Margarida Rabelo e também
V -MANOEL PEREIRA DO LAGO, faleceu em 16/10/1678, Prado,foi casado com PLÁCIDA FRAGOSO, filha de Luiz Fragoso de Leça (Lessa) e Isabel Pereira, dentre os filhos do casal temos
6 -ALEXANDRE PEREIRA DO LAGO, casado que foi com MARIA DE AZEVEDO VELOSO (MARIA DE ANDRADE CARDOSO), filha de Gregório Veloso e Branca Cardoso, neta materna de Domingos Fernandes e Camila Fernandes.

ALEXANDRE PEREIRA DO LAGO , cuja origem é da freguesia de São Martin do Lago, e de Maria Andrade, cuja origem é Barcelos, tiveram os seguintes filhos:
1) Marianna, batizada em 15/9/1645 (descendentes brasileiros)
2) Manoel, batizado em 26/12/1649
3) Felíx, batizado em 21/01/1649 (descendentes brasileiros). também conhecido como Félix de Araújo, Felix Araújo Pereira do Lago ou só Felix Pereira do Lago, que , posteriormente, foi abade.
4) Vicente . batizado em 28/1/1651 (descendentes brasileiros) 
5) Calisto Pereira, batizado em 19/07/1655, que foi ouvidor e cavaleiro da Ordem de São Tiago na Vila do Prado
6) Antonio, que não tenho a data de nascimento, mas sim do seu casamento realizado apenas  em 27/07/1716, com Maria Pereira, filha de Domingos Fernandes e Maria Pereira. Casamento que foi feito sem denunciações, por especial decreto do sr. dr  Rodrigo Moura Teles na Capela de Nossa Senhora do Bom Sucesso.  Esse DOMINGOS FERNANDES era cristão novo, segundo consta parente da Camila Fernandes  .
Necessário esclarecer que a esposa de ALEXANDRE PEREIRA DO LAGO, MARIA DE ANDRADE (Ou Veloso de Andrade)na freguesia de São Veríssimo, tamel, Vila do Prado, filha legítima de Gregório Veloso e de Branca Cardoso, sendo neta materna de DOMINGOS GONÇALVES PINTO (ou denominado PINTA DIABOS) e de CAMILA FERNANDES, família de cristãos novos de Barcelos,  o que é confirmado, parcialmente, por Luis de Bivar Guerra, no caderno de Cristão Novos de Barcelos, onde  afirma que Amador Fernandes Furtado, cristão novo,  era sobrinho de Camila Fernandes

Há uma habilitação familiar do Santo Ofício (maço 10, documento 113 de 1715) de que Alexandre Pereira do lago, sargento Mor em Vila do Prado , filho de Martinho Teixeira da Silva, neto materno de ALEXANDRE PEREIRA DO LAGO, da Vila do Prado, e Maria de Andrade Veloso, filha de Gregório Veloso Cerqueira e Branca Cardoso da Silva, de São Veríssimo, Tamel, Termo da Vila do Prado. Outro documento que confirma a origem de Branca , como filha de Camila Fernandes.

Na habilitação do padre FELIX DE ARAÚJO PEREIRA DO LAGO (14/06/1672)tio de ALEXANDRE e também de JERÔNIMO PEREIRA DO LAGO, era filho de Maria de Andrade,  neto de Branca  Cardoso e bisneto de Camila Fernandes, consta ter ele afirmado que por parte de mãe tinha cristão novo, referente a sua bisavó, embora ele tenha tentando esconder essa origem já que os judeus, cristãos novos, mouros eram perseguidos na época e não podiam pertencer aos quadros da Igreja, que só admitiam aqueles "puros de sangue".

Na habilitação de JERÔNIMO PEREIRA DO LAGO, que está disponível on line no family search - Processo de Habilitação Braga/Vila Verde/Cabanelas - Pasta 21855, 1754) ele diz ser cristão velho, sem judeu, mouros ou cristão novo.
Isso se justifica por conta da perseguição que era tão grande em Portugal, que em alguns lugares como Barcelos e Guimarães esconder a origem judaica familiar (de ventre materno) era fundamental para a própria sobrevivência.
Jerônimo diz ser neto paterno de Francisco Lopes e sua mulher maria Pires e pela paterna de Felix Pereira do Lago (Abade) e Maria Francisca

Essa é origem judaica da família PEREIRA DO LAGO que vem de CAMILA FERNANDES e de DOMINGOS GONÇALVES CARDOSO, que viveu em Barcelos/Portugal, que teria nascido por volta de 1560.
Não pesquisei na Torre do Tombo todos os outros documentos envolvendo esses Fernandes de Barcelos. 

Quanto ao meu ramo, fiz outras postagens no blog, inclusive com maiores dados, já que descendo de Camila Fernandes, através do seu bisneto o ABADE FÉLIX DE ARÁUJO PEREIRA DO LAGO, e de sua companheira MARIA FRANCISCA.

I- Ramo fluminense ( Rio de Janeiro)
Minha ascendência até ela. (tratada em outras postagens)
1) CAMILA FERNANDES
2) BRANCA CARDOSO e GREGÓRIO VELOSO
3) MARIA DE ANDRADE (OU VELOSO) e ALEXANDRE PEREIRA DO LAGO
4) FELIX DE ARAÚJO PEREIRA DO LAGO e MARIA FRANCISCA
5) MARIA PEREIRA DO LAGO e FRANCISCO LOPES
6) JOSÉ LOPES e ROSA FRANCISCA
7) ANA LOPES PEREIRA DO LAGO, que se casou com seu primo ANTONIO FRANCISCO PEREIRA, também descendente de Camila Fernandes.
8) JOAQUINA PEREIRA DO LAGO, nascida em 1811
9) MANOEL PEREIRA GOMES
10) ELVIRA PEREIRA GOMES
11) DAGMAR PEREIRA GOMES AUDEBERT (MINHA MÃE), ou seja, sou a 12a. geração.

Contudo, como está anotado acima outros Pereira do Lago vieram para o Brasil bem antes do meu bisavô MANOEL PEREIRA GOMES, que só chegou aqui por volta de 1867 e se estabeleceu em Três Rios/RJ,  existem descendentes de :

II - Ramo Mineiro - Miguel Lopes da Silva (nascido 30/09/1710), era filho de Maria Pereira do Lago e de Francisco Lopes, irmão do meu pentavô José Lopes . Portanto, neto materno do Abade Felix de Araujo Pereira do Lago e Maria Francisca, que veio para o Brasil e se estabeleceu em Minas Gerais, onde se casou com Júlia Maria do Nascimento. 
O casal teve muitos filhos, entre os quais 
- José Carlos da Silva, 
- Diogo Garcia Lopes
- Jerônimo Pereira do Lago
- Manoel José da Silva
- Júlia Maria da Silva
- Francisco Lopes da Silva 
- Tereza Maria de Jesus
Deixou muitos descendentes no Brasil.

III- Ramo Mineiro/Baiano (creio que deixou descendentes em todo o nordeste, pois há noticias seguras de sesmarias requeridas por descendente na Paraíba, mas difícil localizar, pois  não usam o Pereira do Lago e sim os sobrenomes Pereira, Souza e Araújo). 
Eu, que descendo por via paterna de um ANTONIO DE SOUZA, sesmeiro, não consegui ainda fazer a ligação deste com o Vicente. Desta forma, teria dois ramos da mesma família.   

2) Capitão Vicente Pereira do Lago, que foi batizado em 28/11/1651, sendo padrinho o padre Simão Ribeira de Castro, abade de São Romão, e madrinha Plácida Fragozo, sua avó paterna. O celebrante foi o padre Gonçalo da Rocha reitor e Abade de São Joaquim Nogueira.
O Vicente era filho de ALEXANDRE PEREIRA DO LAGO e de  MARIA DE ANDRADE (VELOSO), portanto irmão do abade FÉLIX DE ARAÚJO PEREIRA DO LAGO.  
Ele veio para o brasil bem jovem, mais depois da ordenação de seu irmão em 14/06/1672 (habilitação encontra-se no family search), acompanhando o MARQUEZ DAS MINAS (que era um título nobiliárquico de Portugal, que foi dado inicialmente a D. Francisco de Sousa, que era Conde do Prado, em 1608).
Essa família SOUZA chega ao Brasil bem antes, talvez o primeiro tenha sido TOMÉ DE SOUZA, que foi o primeiro Governador Geral do Brasil (1549), mas não tenho como afirmar. O que posso dizer com certeza é que 
 O Capitão Vicente Pereira do Lago se casa com Ângela de SOUZA (aproximadamente em 1674), da mesma família do Marquez de Minas. 
Por ser um sobrenome mais famoso, alguns filhos e netos de Vicente abandonam o Pereira do Lago e assumem só o SOUZA, o que dificulta muito qualquer pesquisa, pois SOUZA (SOUSA OU SOIZA) são mais comuns no Brasil.

O capitão Vicente foi nomeado escrivão da Alfândega de Salvador/Bahia em 16/06/1684. 
São conhecidos os seguintes filhos:
1) Manoel Pereira do Lago (padre) - nascido aproximadamente 1676 em Salvador
2) Alexandre Pereira do Lago (Padre) -indícios de que teve 2 filhos. Mas, não consegui seus nomes.
3) João Batista de Araújo - Que registra o mesmo sobrenome Araújo, assumido anteriormente também pelo seu tio o abade FÉLIX DE ARAÚJO PEREIRA DO LAGO.
Deixou descendentes na Bahia, Minas e Pernambuco que conservaram o ARAÚJO.
4) Antonia Maria de Araújo, que foi casada com Manoel Carlos d Escobar e , em segunda núpcias com Antonio Rodrigues. Não deixou descendentes.
 5) Maria de Souza Araújo esta foi casada com Martin Affonso de Mendonça (foi a segunda esposa deste), mas o casal não teve filhos .
6) Isabel Maria de Souza, foi casada com Cláudio Teles de Menezes. Morreu bem jovem e não deixou descendentes
7) Joana de Araújo Pereira, morreu jovem, solteira e sem filhos.
8) Thereza Josefa de Jesus Maria, se casou em 15/08/1717 com Luiz de Goes de Mello Vasconcelos. Deixou uma grande descendência. 
9) Francisco de Souza - morreu solteiro.

4 - Ramo Baiano/Pernambucano
Outro membro famoso foi o CORONEL FRANCISCO PEREIRA DO LAGO, nascido aproximadamente entre 1590/1600, que foi casado em primeira núpcias com Andreza de ARAÚJO (sobrenome que vem se repetindo e não identifiquei a origem). Ele chegou a Bahia antes de 1620, ou seja, bem antes do Capitão Vicente. 
Ele era filho de João Pereira do Lago, que por sua vez seria filho de Sebastião Pereira do Lago, irmão de Antonio Pereira do Lago, ambos filhos de Aldonça Pereira do Lago (esta informação não foi confirmada).
De qualquer sorte , pelo primeiro casamento com Andreza de Araújo ele teve
- João Pereira do Lago ( deixou descendência em Pernambuco)
Do segundo casamento com Joana, teve 3 filhos:
1) Francisco Pereira, religioso no Convento do Carmo , Bahia
2) Jorge Pereira - não há indicação de descendentes.
3) João Pereira do Lago, que foi casado com Bernarda Siqueira da Silva . Esse casal teve os filhos conhecidos 
    3.1 - Madalena Clara Maria
    3.2 - Francisco Pereira do Lago
    3.3 - Francisca Xavier Pereira
    3.4 - Caetano Pereira do Lago, faleceu solteiro, foi fidalgo e cavaleiro - 22/04/1766

O Coronel Francisco Pereira do Lago chegou na Bahia antes de 1620 e em 1641 fundou em Salvador/ Bahia de Todos os Santos a Capela de Santa Bárbara. Instituiu um morgado (Igreja e Morgado de Santa Bárbara). 

**** Existe uma habilitação de Bento Pereira do Lago Sá de 1787 de Recife/ Pernambuco, descendente do Coronel Francisco

5- Ramo Fluminense
MARIANA PEREIRA DO LAGO, era filha primogênita de Alexandre Pereira do Lago e Maria de Andrade, nascida em 1645, se casou com  Martinho Teixeira da Silva.

filho: ALEXANDRE PEREIRA DO LAGO (1685) foi casado com MARIA DA SILVA SEPULVEDA
neto: Manoel Pereira do Lago casado com Domingas Gomes de Araújo (mesmo sobrenome de outros)
bisneta: Antonia Maria Pereira do Lago, casada com Manoel José Pinto
trineto: Miguel Antonio Pinto casado com Ana Maria da Silva Rodrigues

Cabe ressaltar que, identificamos um ramo no Rio Grande do Sul, que se origina de um patriarca estabelecido em São Paulo, que tem ligação com o capitão Vicente Pereira do Lago, mas ainda estou compilando documentos.
No Maranhão, existe uma família PEREIRA DO LAGO que não tem qualquer ligação com a família original portuguesa. O sobrenome foi adotado por um individuo que o passou para alguns descendentes seus. 

Minhas pesquisas não estão esgotadas. Sendo família grande e nobre de Portugal, tinha fortes ligações com o Brasil colonial e depois no Império, sendo provável a existência de outros membros que imigraram para o Brasil.
Finalmente, deixo registrado que é possível que ainda  sejam feitas algumas correções com o surgimento de novos documentos. Portanto, esse texto não esta completamente finalizado.