sábado, 4 de maio de 2013

PRÉ-HISTÓRIA DO NORDESTE BRASILEIRO


Extraído do livro GENEALOGIA SERTANEJA - Capítulo II

Inicialmente, devo dizer que é precário e limitado o conhecimento da origem do homem. As principais pesquisas datam do final do século XIX e muitas das descobertas ocorreram por puro acaso.
Não sabemos tanto quanto gostaríamos, mas é fato que há certo consenso que o “homo sapiens” apareceu há pelo menos 50.000 anos, mas somente no período compreendido entre 12.000 a 4.000 AC é que o homem deixou sua vida nômade, sedentarizando-se às margens de rios e lagos, cultivando plantas para sua alimentação, domesticando alguns animais para aperfeiçoar sua cadeia alimentar.
Foi nesse período que os primeiros agrupamentos surgiram.
No Continente Americano há indícios da presença humana há mais de 30.000 anos. Várias são as teorias para explicar a origem dos habitantes primitivos.Uns dizem que eles vieram a pé, pelo Estreito de Bering, outros que vieram das ilhas da Polinésia e mais recentemente afirmaram que vieram da África.
Atualmente, a periodização da pré-história mais aceita divide-se em quatro períodos: O Pleistoceno (caçadores e coletores com pelo menos 12 mil anos), Holoceno (Arcaico Antigo – entre 12 a 9 mil anos atrás), Arcaico Médio (9 mil a 4 mil anos atrás) e Arcaico Recente (a partir de 4 mil anos atrás) relacionado à agricultura e ao desenvolvimento da cerâmica.
No Brasil, a presença humana está documentada no período situado entre 11 e 12 mil anos atrás, mas é certo que estavam por aqui quando chegou o colonizador europeu, no início do século XVI, pouco importando de onde vieram.
José Azevedo Dantas1, que foi um “arqueólogo amador”, em suas pesquisas no interior da Paraíba e do Rio Grande do Norte coletou imagens de gravuras e pinturas rupestres em vários locais, como por exemplo, em Acari e Jardim do Seridó, demonstrando que aquelas regiões eram habitadas há pelo menos dez mil anos.
Lajes Pintadas (RN), cidade próxima a Santa Cruz tem seu nome atribuído às gravuras rupestres que existiam em pedras próximas a um riacho. Meu trisavô, Pedro Paulino Borges, pai de meu bisavô Joaquim Paulino Borges (também conhecido como Joaquim José Paulino ou Joaquim Paulino de Oliveira) foi proprietário de terras na região por volta de 1862. Seu neto Pedro Paulo da Costa viveu naquela cidade onde faleceu em 1987.
No município de Algodão de Jandaíra (PB), famoso pela Gruta dos Caboclos, existem ainda inscrições rupestres na Pedra da Letra. 
Infelizmente, não existem mais as inscrições em Lajes Pintadas, como em vários locais da região.
Meu pai dizia que antes da construção do açude de Inharé, em Santa Cruz (RN), havia alguns destes grafismos em pedras, e que chegou a encontrar restos de cerâmica, quando criança, num local perto de onde vivia (Sítio da Glória).
Embora não tenha encontrado nenhuma referência em livros sobre este assunto, acredito ser verdadeira a informação. Infelizmente, não é de meu conhecimento nenhum trabalho arqueológico feito em Santa Cruz (RN), Bananeiras (PB) ou em Solânea (PB), o que é uma pena, pois acredito serem sítios de excelente fonte
de pesquisa arqueológica.
O mais importante a ressaltar é que no Continente Americano, a definição de pré-história tem como referência o período anterior ao da chegada dos europeus ao continente, embora tradicionalmente o conceito de história e pré-história esteja ligado ao surgimento da escrita.
Assim, no caso da América, a civilização Maia, que se desenvolveu no México e na América Central, por possuir uma escrita elaborada não poderia ser considerada pré-histórica, mas o é, posto que estivesse por aqui antes de 1492 – data do “descobrimento da América”.
No Brasil, a população indígena estimada em 1500 era de mais de três milhões de pessoas, povoando o litoral e interior. É pouco, comparada ao número de habitantes que nosso país tem atualmente – cerca de 192 milhões de habitantes – mas, numerosa, se comparada à população de Portugal, naquele mesmo ano, que não chegava a 1,2 milhões de habitantes. O Brasil tinha, portanto, quase o triplo da população de Portugal – seu colonizador.
Na verdade, existem estudos que elevam esse número ao triplo, considerando os chamados “povos da Amazônia”, que até hoje não se sabe ao certo o número de seus indivíduos. Nossos livros didáticos são carentes destas informações.
As pinturas e gravuras feitas nas paredes de cavernas ou em outras pedras, conhecidas como rupestres, são evidências da existência do homem pré-histórico no Brasil. Representam rituais e festas que fazem parte de seu cotidiano. Mas é rara a existência de restos de esqueletos humanos e artefatos feitos pelo homem com ossos de animais, madeira ou pedras.
Achados como os de Lagoa Santa (MG) onde foi encontrado um fóssil humano considerado o mais antigo do Brasil, chamado de “Luzia”, de 11 mil anos, são raros.
No Nordeste, foram identificados vários grupos. Pesquisas recentes no Piauí comprovaram existir uma população considerável por volta de 4.000 AC.
As pinturas rupestres existentes em Lajes Pintadas (RN) demonstravam que havia um grande grupo que se deslocava pela região. Infelizmente, muitos sítios arqueológicos foram destruídos.

Estudos recentes demonstram a presença humana nas regiões do Brejo Paraibano e da Borborema Potiguar pelo menos há três mil anos.

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