terça-feira, 28 de maio de 2013

ESCRAVIDÃO INDÍGENA

Pouco ou quase nada se fala da escravidão a que foram submetidos os indígenas no Brasil, embora os primeiros escravos dos primeiros habitantes "brancos" (colonizadores) fossem índios aprisionados na lutas da conquista do território.
Os povoadores brancos eram poucos e os trabalhos a executar eram muitos e pesados, desde aqueles relativos à construção de casa e até obras de defesa (fortes) até os que se destinavam, pela lavoura, a tornar produtivo o chão e aos dos serviços domésticos necessários.
Desde o início, ainda no século XVI, a escravidão  dos "selvagens", como os portugueses chamavam os índios, encontrou as mesmas dificuldades e inconvenientes.
Os indígenas eram nômades e não se adaptavam aos trabalhos da lavoura nas condições em que se impunha o senhor de engenhos.
Ressalte-se que para funcionar, um engenho de médio porte, precisava de, no mínimo, 20 trabalhadores.
Obrigado a trabalhar nesses engenhos o índio  qualquer que fosse sua etnia fugia ou simplesmente deixa-se morrer.
Os Jesuítas, desde a primeira hora se opuseram à escravidão dos nativos.
Aqui não cabe nenhuma discussão acerca do motivo do empenho dos jesuítas em salvar da escravidão aquelas almas, o fato é que realmente se opunham à escravidão delas, o que gerou a hostilidade da Coroa Portuguesa.
Ao mesmo tempo que as tribos eram perseguidas pelas constantes incursões dos "brancos" para o aprisionamento dos índios, estes emigravam para regiões menos acessíveis, ou em alguns caso se acolhiam à proteção das aldeias postas sob a autoridade dos padres.
Quando foram introduzidos no Brasil os primeiros escravos negros vindos da Africa não se sabe, já que eles já eram utilizados pelos portugueses nas Ilhas de Cabo Verde e Madeira.
Mas, mal pisou o homem branco no Brasil começou à escravidão indígena.
Alguns dizem que ela terminou no dia 1o. de abril de 1680. Nesta data, o rei de Portugal publicou uma lei que acabava com o cativeiro dos índios no Brasil. Mas, isso não é verdade.
Atendendo os interesses do clero e dos colonos, o  Marquês de Pombal,  no Alvará de 14 de abril de 1755, igualou os direitos referentes ao trabalho dos colonos e indígenas, fomentou o casamento inter-racial e proibiu a fala das línguas nativas, tornando o português a língua oficial.
Cabe ressaltar que, a população indígena, na época do descobrimento, foi estimada em mais 3 milhões, povoando o litoral e o interior. É pouco se comparada ao atual números de habitantes no nosso país, mas numerosa se comparada a população de Portugal em 1500 - ceca de 1,2 milhões de habitantes. O Brasil tinha, portanto, quase o triplo da  população a de seu colonizador.
Muitos morreram de epidemias trazidas pelos brancos, sobretudo de sarampo e rubéola. 
É bom lembrar que por volta de 1680, várias etnias tapuias entraram em guerra para enfrentar os colonizados portugueses nas capitanias do Nordeste. Durou até 1729. Um verdadeiro genocídio. 
Até hoje não se sabe o número de indígenas que foram mortos.
Note-se, no mapa abaixo, que os aldeamentos indígenas em 1698 já estavam muito reduzidos. 
Imagem:  Mapa ‘Província di Paraiba’ do Andreas Antonius Horatiy, publicado na obra Istoria delle Guerre del Regno del Brasile Accadute tra la Corona de Portogallo e la Republica de Olanda, do Frei Gioseppe Santa Teresa em 1698.

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