Ao longo dos anos
pesquisando em registros paroquiais já encontrei muita coisa estranha. Mas,
nada se compara ao registro de batismo de Bento, filho da viúva Maria Rosa,
nascido em 12/07/1809 (em Portugal).
O padre fez questão de
deixar registrado, de uma maneira peculiar, que Bento não poderia ser filho do
falecido marido de Maria Rosa, a qual considerou de mulher “não honesta”, que traía
seu marido Vicente da Silva e que logo após o falecimento deste ainda foi “visitada”
pelo “cúmplice” (pai de Bento?).
A transcrição do registro é
esta:
“Bento, filho de Maria Rosa,
viúva que ficou de Vicente da Silva do lugar .... nasceu aos doze dias do mês
de julho de mil oitocentos e nove e foi batizado solenemente aos dezesseis dias
do dito mês. Não me atrevo a afirmar que o batizado seja filho de Vicente da
Silva porquanto este parto excedeu muito as leis ordinárias da natureza, vi
contando de dezessete de setembro de mil oitocentos e oito, dia em que o
faleceu o sobredito até doze de julho de mil oitocentos e nove que foi o dia do
parto e vim a fazer a conta de nove meses e vinte e cinco dias, ajuntando a
isto três semanas pouco ou mais ou menos em que esteve gravemente enfermo tudo
vem arrolar sem escrúpulo algum dez meses e meio e os doutores que escrevem
sobre esta matéria benignamente ampliam o tempo dos partos em favor das
mulheres honestas, circunstância que não se verifica na sobredita viúva MARIA ROSA,
porquanto sendo casada foi por mim repreendida e juntamente o cúmplice e logo
que ficou viúva foi culpada nas visitas, ambos fizeram um termo de confissão,
se algum dia houver disputa sobre este parto aqui fica tudo exposto e declarado
e vamos concluir.”
Imagem parcial do
registro, pois como disse o padre “se algum dia houver disputa sobre o parto”
melhor não se meter na contenda.
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