No verbete Villa Real do
Brejo de Areia, constante no livro Memórias históricas do Rio de Janeiro e das
Provincias Annexas à jurisdicção do Vice-Rei do Estado do Brasil, de Jozé de
Souza Azavedo Pizarro e Araújo de 1822,
encontramos:
l“No termo d’esta Villa existem a Povoação
do Brejo das Bananeiras, que rival e já opulenta disputa também creada em
Villa, tendo ahi uma capella dedicada a Santa Anna; a de Gorabira, com outra
Capella; a de Boavista também com capella; a de Santo Antonio do
Molunga, com a capella dedicada ao mesmo santo; a de Alagoa Grande que,
igualmente considerável, conserva a capella de Nossa Sra. Da Boavigem. Além d’essas
Capellas há oratórios em Gamelas e Pipirituba”.
Interessante a citação das capelas de Boavista e a de Santo Antonio do Molunga. Quanto a primeira, ao que
tudo indica não se trata de referência a BOA VISTA/PB, uma vez que a primeira capela daquela localidade só começou a se construída no final de 1819, e , naquela
época todos os serviços religiosos eram
prestados por Campina Grande. Além do mais, o livro, apesar de publicado em
1822, demorou 10 anos para ser compilado, não me parecendo crível que tratava-se
de Boa Vista e sim da antiga capela da aldeia de Santo Antonio da Boa Vista
(que tratei em outra postagem e que penso ter sido localizada onde hoje é o
município de MORENO/PB).
Quanto a capela de Santo
Antonio do Molunga não resta nenhuma dúvida que se trata de MULUNGÚ ou MOLUNGA,
como consta no Diccionário Geographico, histórico e descriptivo do Império do
Brasil – J.C.R Millet de Saint- Adolphe de 1845.:
“Molunga – Povoação insignificante
da província da Parahiba no disctrito do Brejo d”Area, com capella da invocação
de Santo Antonio.”
Em “Mulungús”, como muitas
vezes aparece nos livros paroquiais, havia um grande engenho de açúcar e contava
com uma população notável para a época, além da capela que já é citada em 1785, embora a presença de atividade econômica e agrupamento humano date de pelo menos duas décadas antes desta data.
Cabe registrar a presença de
vários portugueses. Todos oriundos da cidade do Porto, localizada ao norte de
Portugal, de onde partiram milhares de imigrantes que buscavam as terras do Brasil. O Porto, como cidade portuária facilitava a travessia do Atlântico.
Neste registro de 1785,
vemos o nascimento de Clara, filha de JOSÉ COELHO DE AZEVEDO, natural da cidade do Porto, e de sua mulher FRANCISCA MARIA DOS ANJOS, natural desta freguezia, foi batizada na Capella dos Mulungús em 18 de novembro de 1785, foram padrinhos JOSÉ PINHEIRO de ALMEIDA e THEREZA de JESUS.
fonte: family search - registro Batismos Mamanguape
Outros registros, da mesma
época, realizados na CAPELLA DOS MULUNGÙS.
fonte: family search - registro Batismos Mamanguape
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IZABEL, filha de JOAM PEREIRA PINTO e de sua mulher MARIA DOS PRAZERES, batizada em 4/11/11785. Padrinhos FRANCISCO PEREIRA e sua mulher JOANNA MARIA.
fonte: family search - registro Batismos Mamanguape
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É sempre bom lembrar que o MANOEL JOSÉ PINTO (que acredito ser pai ou avô do meu pentavô MANOEL JOZÉ PINTO) também residia em MULUNGÚS, conforme tratei em outra postagem. E, como disse, bem significativo o sobrenome da sua mulher ser OLIVEIRA . Eis o registro
fonte: family search - registro Batismos Mamanguape
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