Tenho encontrado nos livros paroquiais de óbitos muitos registros de pessoas centenárias. Um fato que sempre me causa espanto. Idosos que teriam vivido além da expectativa de vida daquela época.
É bom lembrar que até os meados do século XIX a expectativa de vida no Brasil não passava de 40 anos. Esse quadro só mudou quando Pasteur, na segunda metade do século XIX, conseguiu provar a relação existente entre várias doenças e a higiene pessoal. Passando no início do século XX a 50 anos.
Segundo o IBGE, o fato mais notável relacionado com a expectativa de vida dos brasileiros ocorreu ao longo do século XX. Em 1940, a expectativa de vida da região Nordeste era 38,2 anos, só em 1990 é que o Nordeste atingiu seu maior valor 64,3 anos.
Assim, fico na dúvida se as idades registradas estão corretas ou não.
Alguns exemplos:
1) Em ARARUNA/PB
Em um só livro do ano de 1866, encontrei:
MARIA JOSÉ DAS NEVES, parda, de noventa e oito anos de idade, viúva de JOÃO DE DEUS DE ARAÚJO (2/8/1866)
imagem: arquivo pessoal
LUIS, criolo, com cento e cinco anos de idade, casado com VICTORIA, livres (16/02/1866)
imagem: arquivo pessoal
ANNA ROZA DA CONCEIÇÃO, com cento e seis anos de idade, viúva de COSME SOARES (16/07/1866).
imagem: arquivo pessoal
II) EM SANTA CRUZ/RNANNA FRANCISCA DA CONCEIÇÃO, com cento e dez anos, viúva ( 20/01/1873).
imagem: arquivo pessoal
imagem: arquivo pessoal
E, finalmente, um recorde de IGNÁCIA FRANCISCA DA CONCEIÇÃO, viúva, com cento e vinte anos (24/06/1880).
imagem: arquivo pessoal
Um comentário:
Parabéns pelo trabalho! Não duvido de todos os registros visto a prova de minha família. Meu pai viveu 101 anos, nasceu em 1904, na então Serraria, em um domingo de Ramos (como sempre contava); dos meus tios e tias, faleceram com mais de 80 anos e ainda tenho viva uma prima com 92 anos completos, pessoa super saudável e ativa.
O nome é que me intriga, como viramos Arruda? Meu pai contava que se tratava de uma vontade de meu avô em recuperar o nome perdido da família. Entre meus bisavós, encontrei Fernandes, Oliveira, Rozário e Rabino.
Sobre o local, hoje é região do Araça e Cuite em Arara e também aparece o nome Matinhas quando ainda pertencia a Serraria.
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