domingo, 14 de junho de 2015

A EPIDEMIA DE CÓLERA DE 1856

Entre 1850 a 1860 a Paraíba restou assolada por duas grandes epidemias: de febre amarela e de cólera.
A febre amarela é uma doença infeciosa transmitida por mosquitos hematófagos contaminados por um vírus. Na Paraíba se espalhou rapidamente, mas no meio de tantas outras doenças como o sarampo e a varíola, não deram tanta importância, até que o cólera chegou por volta de 1856.
O cólera é uma doença causada por uma bactéria a qual é transmitida principalmente pela água e alimentos contaminados, causando uma diarreia intensa, que leva á desidratação que pode levar à morte em poucas horas, sendo assim comum encontrar nos registros de óbitos antigos como causa da morte diarreia e não cólera.
A epidemia de cólera de 1856 matou mais de 26 mil pessoas na Província da Paraíba, ou seja, cerca de 9 % da população que não chegava a 300 mil.
Muitos que haviam sobrevivido à febre amarela pensavam que o cólera não fosse tão avassalador e foram surpreendidos com a rápida evolução da doença.
Vilas, povoados ou pequenos agrupamentos de pessoas foram atingidas. Morria-se como morrem moscas.
O governo da Paraíba determinou então, em 1856, a criação de cemitérios públicos. Em Bananeiras, até então próspera cidade, uma vez inaugurado o cemitério não havia quem enterrasse os mortos, pois a população local, verdadeiramente apavorada, abandonou casas e roçados e acabou seguindo rumo aos locais que a mortandade não havia chegado.
Na vizinha Província do Rio Grande do Norte, pouco distante de Bananeiras e, muito próxima de Araruna a tranquila Santa Cruz representava a esperança de dias melhores. A vila não havia sido atingida pelo cólera e os poucos casos registrados, nem de longe, se equiparavam aos da Paraíba.
Cruzando a serra, a pé ou cavalo, uma multidão de retirantes enfrentou os 55 km de distância chegando à Santa Cruz. Os que chegaram primeiro acolhiam parentes e amigos. Muitos já tinham famílias em Santa Cruz.
A população quase dobrou de tamanho em muito pouco tempo. Nasceu assim uma ligação profunda entre as três cidades: BANANEIRAS, ARARUNA e SANTA CRUZ que irá permanecer por mais de meio século, através de duas ou três gerações.

Os livros paroquiais de Santa Cruz registraram a migração, como comprovam os documentos abaixo.   

1)Casamento de Lourenço José da Costa e Maria Joaquina da Conceição. Ele filho de Luiz José da Costa e Delfina Maria da Conceição. Ela filha natural de Liandra Maria da Conceição (Natural de Bananeiras). Casamento 2/03/1867.
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2) Casamento de João da Cruz Bezerra de Menesez e Maria da Conceição. Ele filho de Ignácio Bizerra de Menezesz e Maria da Conceição, natural de Bananeiras. Ela filha de Severino dos Santos Bizerra  e Maria Bizerra Cavalcante natural de Santa Cruz
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3- Casamento de João José da Costa, filho de José da Costa Souza e Maria José da Incarnação, natural de Bananeiras. Ela filha de Severino Pereira dos Santos e Maria da Conceição, natural de Santa Cruz. 22/09/1869 
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4- Casamento de Pedro Jorge Francisco, filho natural de Maria Francisca da Conceição, natural de Araruna e Maria da Silva da Conceição, filho de Manoel José de Souza e Joanna Maria da Conceição. 
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