Entre 1850 a 1860 a Paraíba restou
assolada por duas grandes epidemias: de febre amarela e de cólera.
A febre amarela é uma doença
infeciosa transmitida por mosquitos hematófagos contaminados por um vírus. Na
Paraíba se espalhou rapidamente, mas no meio de tantas outras doenças como o
sarampo e a varíola, não deram tanta importância, até que o cólera chegou por
volta de 1856.
O cólera é uma doença causada
por uma bactéria a qual é transmitida principalmente pela água e alimentos
contaminados, causando uma diarreia intensa, que leva á desidratação que pode
levar à morte em poucas horas, sendo assim comum encontrar nos registros de
óbitos antigos como causa da morte diarreia e não cólera.
A epidemia de cólera de 1856
matou mais de 26 mil pessoas na Província da Paraíba, ou seja, cerca de 9 % da
população que não chegava a 300 mil.
Muitos que haviam sobrevivido
à febre amarela pensavam que o cólera não fosse tão avassalador e foram surpreendidos
com a rápida evolução da doença.
Vilas, povoados ou pequenos
agrupamentos de pessoas foram atingidas. Morria-se como morrem moscas.
O governo da Paraíba determinou
então, em 1856, a criação de cemitérios públicos. Em Bananeiras, até então
próspera cidade, uma vez inaugurado o cemitério não havia quem enterrasse os
mortos, pois a população local, verdadeiramente apavorada, abandonou casas e
roçados e acabou seguindo rumo aos locais que a mortandade não havia chegado.
Na vizinha Província do Rio
Grande do Norte, pouco distante de Bananeiras e, muito próxima de Araruna a
tranquila Santa Cruz representava a esperança de dias melhores. A vila não
havia sido atingida pelo cólera e os poucos casos registrados, nem de longe, se
equiparavam aos da Paraíba.
Cruzando a serra, a pé ou
cavalo, uma multidão de retirantes enfrentou os 55 km de distância chegando à
Santa Cruz. Os que chegaram primeiro acolhiam parentes e amigos. Muitos já tinham
famílias em Santa Cruz.
A população quase dobrou de
tamanho em muito pouco tempo. Nasceu assim uma ligação profunda entre as três
cidades: BANANEIRAS, ARARUNA e SANTA CRUZ que irá permanecer por mais de meio
século, através de duas ou três gerações.
Os livros paroquiais de
Santa Cruz registraram a migração, como comprovam os documentos abaixo.
1)Casamento de Lourenço José da Costa e Maria Joaquina da Conceição. Ele filho de Luiz José da Costa e Delfina Maria da Conceição. Ela filha natural de Liandra Maria da Conceição (Natural de Bananeiras). Casamento 2/03/1867.
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2) Casamento de João da Cruz Bezerra de Menesez e Maria da Conceição. Ele filho de Ignácio Bizerra de Menezesz e Maria da Conceição, natural de Bananeiras. Ela filha de Severino dos Santos Bizerra e Maria Bizerra Cavalcante natural de Santa Cruz
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3- Casamento de João José da Costa, filho de José da Costa Souza e Maria José da Incarnação, natural de Bananeiras. Ela filha de Severino Pereira dos Santos e Maria da Conceição, natural de Santa Cruz. 22/09/1869
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4- Casamento de Pedro Jorge Francisco, filho natural de Maria Francisca da Conceição, natural de Araruna e Maria da Silva da Conceição, filho de Manoel José de Souza e Joanna Maria da Conceição.
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