segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

ANTONIO JOSÉ DA COSTA

O ancestral mais remoto que encontrei da família COSTA foi ANTONIO JOSÉ DA COSTA (meu tetravô), nascido aproximadamente em 1781. Era casado com Inácia Maria da Conceição. Faleceu no dia 12/06/1845, em Santa Cruz (RN), onde morava e foi enterrado em Cuité (PB).
Registro de seu óbito:
Aos doze de junho de mil oito centos e quarenta e cinco nesta matriz de Cuité de grades abaixo sepultou-se involto em hábito branco o cadáver de ANTONIO JOSÉ  DA COSTA, de sessenta annos de idade, casado com Ignácia Maria da Conceição da  Freguezia de Santa Rita do Thrahiri, fallecido de estupor sem os sacramentos, por não procuralos a tempo, encomendado por mim, do que para constar faço este assento, que assigno. O condj. Vice-Vigário Manoel Cassiano da Costa Pereira.”(Livro de Óbitos da Paróquia de Cuité).

Até recentemente não havia encontrado nenhuma outra referência dele apesar de ter procurado muito. 
Ciente que na minha família o deslocamento dos membros ocorreu, com muita frequência, entre as localidades da Paraíba e outras bem próximas, mas situadas no Rio Grande do Norte e, que, os documentos que tenho indicam que ANTONIO JOSE DA COSTA era neto de ANTONIO RODRIGUES DA COSTA que, segundo Coriolano de Medeiros no seu “Dicionário Coreográfico do Estado da Paraíba”, requereu terras na região onde fica Araruna/PB, em 24/10/1766, voltei a procurar nos registro paroquias de Mamanguape.
Este mesmo ANTONIO RODRIGUES DA COSTA seria Português e um dos fundadores de Guarabira/PB. 
Sabia que ANTONIO JOSÉ DA COSTA tinha terras no Brejo Paraibano, mas não sabia onde.
Encontrei três pessoas com o mesmo nome, ou seja, homônimos que pelo tempo e lugar verifiquei não se tratarem da pessoa procurada.
Mas, qual não foi minha surpresa ao encontrar um registro de 1818 (ocasião em ANTONIO teria cerca de 36/37 anos), indicando que naquela época estava morando em Serra da Raiz/PB e era o "dono" da escrava Antonia, mão de Pedro, batizado em 26/04/1818.
Eis o registro, onde consta:
"Aos vinte e seis dias do mes de abril do anno de mil oitocentos e dezoito de licença minha no Oratório da Serra da Raiz, filial desta Matriz, o Reverendo Coadjuntor Jozé Moreira da Silva baptizou solenamente  e lhe pos os santos óleos ao parvolo Pedro, filho natural de Antonia, escrava de Antonio Jozé da Costa, morador na Serra da Raiz; forão padrinhos Thomé e Rita, escravos, de que para constar fiz este termo que asignei."
 Imagem: family search

domingo, 1 de dezembro de 2013

OS 'SILVA PINTO' DESCENDENTES DE MANOEL JOZÉ PINTO

Conforme comprovam os registros paroquiais de Mamanguape e Bananeiras (séculos XVIII e XIX) os casamentos endogâmicos nas famílias PINTO E OLIVEIRA são frequentes, o que as tornam, na verdade, em uma única família.
Primos casados com primos, muitas das vezes uma irmã se torna concunhada de outra, já que ambas se casaram com outros dois irmãos que eram seus primos.
Como os casais tinham muitos filhos, e, os prenomes eram praticamente os mesmos, a dificuldade é muito grande em localizar o membro e sua descendência.
Um João era casado com uma Maria, que por sua vez era irmã de outro João casado com outra Maria, todos primos entre si. Saber quem era quem muitas das vezes se transforma em um verdadeiro quebra-cabeças.
Muitas incógnitas ficam sem resposta, até ser encontrado um documento que esclarece a dúvida.
É o caso de José, filho de MANOEL JOZÉ PINTO (meu pentavô) com sua segunda esposa JOSEFA MARIA DA CONCEIÇÃO. 
José nasceu em 9/10/1942, no Sítio BACOPARI em Bananeiras/PB. E, dele até agora não havia encontrado maiores informções.
Mas, revendo meus documentos encontrei uma anotação sobre outro filho do casal (Manoel e Josefa) JOÃO SIMPLÍCIO DA SILVA PINTO, nascido em 8/7/1844, que se casou com LODOVINA MARIA DA CONCEIÇÃO. Esse casal deixou muitos descendentes em Bananeiras e região, através de seus filhos MANOEL, ANTONIO, JOAQUIM, FRANCISCO E JOSÉ, que como o pai também assinavam o sobrenome SILVA PINTO.
Até agora não encontrei nenhuma explicação plausível para o sobrenome SILVA, embora ele apareça em alguns descendentes de MANOEL JOZÉ PINTO.
No caso de JOÃO SIMPLÍCIO também não encontrei nada que justificasse. Uma vez que o sobrenome do pai era apenas PINTO, e mãe, JOSEFA, era filha de DOMINGOS RIBEIRO DE SOUZA E MARIA FRANCISCA DOS SANTOS (vida postagem no blog sobre a família SOUZA).
Para tornar mais enigmática a “charada” todos os indícios sempre apontaram que FRANCISCO TEIXEIRA DA SILVA PINTO, o CHICO GAGO (vide outra postagem 'A FAMÍLIA PINTO DE BANANEIRAS"), era parente próximo de MANOEL JOZÉ PINTO.
Os filhos de CHICO GAGO assumiram o sobrenome composto SILVA PINTO. 
Além de JOÃO SIMPLÍCIO, encontrei a prova de que outro filho de MANOEL também tinha o mesmo sobrenome.
É JOSÉ, que aparece como JOSÉ DA SILVA PINTO, conforme comprova o registro de seu casamento em 3/2/1890, com JOANNA EULANA DO NASCIMENTO.
Ele tinha 47 anos e a noiva 26.
Imagem family search


sábado, 9 de novembro de 2013

CURRAL DE CIMA - PB



CURRAL DE CIMA- PB

Sabe-se que o nome do município paraibano origina-se da atividade pecuária desenvolvida no local. No entanto, existe controvérsia quanto aos primeiros colonizadores que ali se fixaram.

Nunca é demais lembrar que os currais foram criados a partir da proibição estatal da criação do gado solto devido ao prejuízo que causavam as lavouras.
No início do século XVIII, na Paraíba, a pecuária era desenvolvida em áreas de tabuleiros, que não eram consideradas aptas ao plantio da cana de açúcar. 

Os currais não só serviam para a população local, mas também de pousada para o gado em trânsito, que era transportado vivo do Rio Grande do Norte para Pernambuco, através dos caminhos das boiadas, chegando a jornada diária de aproximadamente 4 léguas, sendo necessário lugar para o recolhimento e descanso do gado entre as jornadas diárias.

Existiam também locais para matança de animais, chamados também de currais, quase sempre afastados das povoações, que mais tarde adquiriram o nome de matadouros. Em determinada época, já no século inicio do XIX, a coroa portuguesa permitiu, através de regulamentos, a matança de animais segundo o “método judaico”, e quase sempre em local afastado do matador público. Tal local era denominado de curral de cima.

Todavia, considerando os antigos registros paroquiais é certo que no caso de CURRAL DE CIMA o local foi utilizado apenas para guarda de animais e não matadouro, muito menos pelo método judaico. 

Muitos desses currais, não só na Paraíba como em todo o Nordeste, foram embriões de futuras cidades, outros desapareceram e deles não se tem notícias.
O certo é que a localidade foi um antigo curral. Posteriormente, por volta de 1780, ali se instalou um engenho com um oratório cujo orago era São Miguel.

imagem family search

1786 -"Thomaz, de idade de dezoito diaz escravo do Ajudante Miguel Angelo da Sylva morador desta freguezia foi baptizado no Oratório do Engenho Curral de Sima, filial desta Matriz, pelo padre Antonio Alvarez Delgado, de minha licença lhe poz os santos oleos ao douze de novembro de mil setecentos e oitenta e seis, forão padrinhos José da Sylva e Josefa da Sylva, solteiros todos desta freguezia de que fiz este termo e naquele assino".


De Antonio  - 1786
imagem: family search


Ao que tudo indica o engenho funcionou, pelo menos até 1818, já que é mencionado neste registro do Batizado de Miguel - Escravo adulto
"Aos deiz dias de janeiro do anno de mil oito centos e dezoito de licença minha no Oratório de São Miguel do Ingenho do Curral de Cima, filial desta Matriz o Reverendo  Vigário de Monte Mor José Antonio Lima baptizou solenemmente e após logo lhe pôs os santos oleos a Miguel adulto do Gentio de Angol, escravo do Capitão Joaquim de Sant'Anna desta freguezia; forão padrinhos Antonio e Izabel, escravos do Sargento Mor Domingos José de Carvalho, do que para constar fiz este termo que asigno."

imagem: family search

 

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

VIAGEM A MAMANGUAPE - 1805 (LUIZ DA MOTA FEO)



VIAGEM A MAMANGUAPE 
(Extraído do livro Memórias, contendo a Biographia do Vice Almirante Luiz da Motta Feo e Torres* -  por J. C. Feo Cardozo de Castello Branco e Torres – 1825, Pariz,  Fantin Livreiro, 1825).

No dia 22 de fevereiro de 1805, pelas 4 horas da tarde, sahi da cidade da Paraíba, com os Officiais das minhas Ordens. Passamos a váo do Rio Paraíba, que nesta occazião o permettia, paramos no Engenho do Meio, e fomos dormir em Gargaú, caminhamos 9 legoas, entre taboleiros de terrenos cultivados, vadeamos os Rios de Meriri e de Mamangoape, e entramos às 8 da manhã, na Povoação deste nome, onde achamos já reunidos o Povo, e ao principal gente dos seus destrictos.

Está a Capitania de Mamangoape, situada a borda do Mar, onde tem dois portos, com boa entrada e ancoradoro, para toda a quantidade de navios e outro na Barra do rio Mamangoape (que lhe dá o nome) para embarcações pequenas, como barcos, sumacas, etc, que por elle sobem, até duas légoas da Povoação do seu nome.

Tem esta Capitania, 30 legoas de extensão para o seu interior e 12 de largura na costa. Comprehende duas villas, huma povoação maior, e outras pequenas em diversos Destrictos a saber, Camaratuba, Brejo da Area, Serra da Raiz, Bruxava  e Bananeiras; as villas são, São Miguel da Bahia da Traição, e Montemor, ambas povoadas de índios, e cada huma com sua freguezia, e a povoação maior he Mamanguape.”

Luiz da Motta Feo foi governador da Paraíba e fez várias viagens ao interior da capitania recolhendo donativos dos homens mais ricos para a coroa portuguesa. Em 1825, João Carlos Feo, seu filho, manda imprimir em Paris um livro contendo a biografia do pai. O livro, que é rico em relatos, proporciona uma visão da situação da capitania na época através das anotações das viagens do governador.

domingo, 3 de novembro de 2013

SERRARIA - PB



SERRARIA – PB
A origem da povoação, segundo Coriolano de Medeiros, decorre de uma antiga serraria que existiu no local instalada por volta de 1850.
No entanto, ao que tudo indica o local já era habitado por colonizadores desde o início do Século XIX.
A primeira capela, cujo orago era Nossa Senhora da Boa Morte, foi durante muitos anos palco de celebrações religiosas dos habitantes locais.
Registro de batizado de Josefa, parda, filha natural de Monica, escrava de Francisco Galdino dos Santos, morador no Jacaré, nasceu a dezenove de agosto de mil oito sentos e setenta e dois, de minha licença o R.do Pe. Manoel Correa de Souza Lima batipzou solenemente aos vinte nove do mesmo mês e anno, na capela de Nossa Senhora da Boa Morte, desta freguezia, foram padrinhos Antonio Sabino da Cruz e sua mulher Raimunda Honoria da Conceição.
 imagem family search

Não se sabe ao certo quando a capela de Nossa Senhora da Boa Morte deixou de existir. O certo é que foi criada uma comissão para erigir outra capela, sob a invocação da Santíssima Virgem da Conceição, conforme notícia publicada no jornal a União, de 24/10/1895, sendo que tudo indica que esta capela foi construída em 1896, mas desta feita sob a invocação do Sagrado Coração de Jesus.
 Fonte: Hemeroteca Digital - Biblioteca Nacional

De capela virou igreja e logo se tornou matriz, ao mesmo tempo em que a povoação se tornou vila, em 1897. s
  Fonte: Hemeroteca Digital - Biblioteca Nacional - A união 14/10/1897

Antigos moradores (1870 a 1900)
-Joaquim Ferreira Lima e Francisca Maria
- Pedro José dos Santos e Antonia
- Archanjo Martins de Oliveira e Zeferina Barbosa
- Felix Antonio Ferreira Cabral e Bernarda Lyra
- Manoel Mendes da Silva Coutinho e Etelvina
- Manoel Hortêncio da Cunha e Luzia Maria
- Manoel Liandro de Lima e Maria Francisca
- Antonio Jose Raposo e Maria Aurora Guedes
- Emygdio Marques de Araújo e Isabel Rosimira 
- Ildefonço Filgueira de Menezes e Bernarda
- Antonio Targino de Araújo Dias
- Antonio Bento Duarte dos Santos
- João Pereira de Sá Serrão
- Euzebio Joaquim da Silva Coelho
- João Gomes do Nascimento Lyra
- Joaquim José Pereira de Mello

sábado, 19 de outubro de 2013

PROVÍNCIA DO RIO GRANDE DO NORTE – 1839

PROVÍNCIA DO RIO GRANDE DO NORTE – 1839
Segundo o relatório apresentado pelo presidente da Província, Manoel de Assis Mascarenhas, o Rio Grande do Norte tinha 2 comarcas, 14 municípios e 40 distritos de paz.

COMARCA DE NATAL
Termo                                                          Distritos de Paz
1) Cidade do Natal                         Cidade do Natal
                                                           Jundiahi
  
2) Villa de São Gonçalo                Villa de São Gonçalo
                                                           Utinga

3) Villa de Extremos                       Villa de Extremos
                                                           Picada do Ceará-Meirim
                                                           Murici
  
4) Villa dos Touros                         Villa dos Touros
                                                           Caissara

5) Villa de São José                       Villa de São José
                                                           Santa Cruz
                                                           Papari
  
6) Villa de Goianinha                     Villa de Goianinha
                                                           Arés
                                                           Serra de São Bento
  
7) Villa Flor                                      Villa Flor
                                                           Tamatanduba         
                                                           Anta Esfolada


COMARCA DO ASSÚ
 Termo                                                          Distritos de Paz
 1) Villa da Princeza                        Villa da Princeza
                                                           Ilha de Manoel Gonçalves
                                                           Officinas
                                                           Povoação de Campo Grande

2) Villa de S. Anna dos Matos      Villa de S. Anna dos Matos

3) Villa de Angicos                         Villa de Angicos
                                                           Povoação de Guamaré

4) Villa do Príncipe                         Villa do Príncipe
                                                           Jardim de Piranhas
                                                           Serra Negra

5) Villa do Acari                               Villa do Acari
                                                           Conceição
                                                           Curraes Novos

6) Villa do Apudi                             Villa do Apudi
                                                           Patu

7) Villa de Portalegre                     Mossoró
                                                           Villa de Portalegre
                                                           Barriguda
                                                           Páo dos Ferros
                                                           São Miguel
                                                           Serra dos Martins

                                                           Serra de Luiz Gomes