VIAGEM
A MAMANGUAPE
(Extraído
do livro Memórias, contendo a Biographia do Vice Almirante Luiz da Motta Feo e Torres*
- por J. C. Feo Cardozo de Castello
Branco e Torres – 1825, Pariz, Fantin Livreiro,
1825).
“No dia 22 de fevereiro de
1805, pelas 4 horas da tarde, sahi da cidade da Paraíba, com os Officiais
das minhas Ordens. Passamos a váo do Rio Paraíba, que nesta occazião o permettia,
paramos no Engenho do Meio, e fomos dormir em Gargaú, caminhamos 9 legoas,
entre taboleiros de terrenos cultivados, vadeamos os Rios de Meriri e de
Mamangoape, e entramos às 8 da manhã, na Povoação deste nome, onde achamos
já reunidos o Povo, e ao principal gente dos seus destrictos.
Está a Capitania de Mamangoape,
situada a borda do Mar, onde tem dois portos, com boa entrada e ancoradoro,
para toda a quantidade de navios e outro na Barra do rio Mamangoape (que lhe dá
o nome) para embarcações pequenas, como barcos, sumacas, etc, que por elle
sobem, até duas légoas da Povoação do seu nome.
Tem esta Capitania, 30
legoas de extensão para o seu interior e 12 de largura na costa. Comprehende
duas villas, huma povoação maior, e outras pequenas em diversos Destrictos a
saber, Camaratuba, Brejo da Area, Serra da Raiz, Bruxava e Bananeiras; as villas são, São Miguel da
Bahia da Traição, e Montemor, ambas povoadas de índios, e cada huma com sua
freguezia, e a povoação maior he Mamanguape.”
Luiz da Motta Feo foi
governador da Paraíba e fez várias viagens ao interior da capitania recolhendo
donativos dos homens mais ricos para a coroa portuguesa. Em 1825, João Carlos
Feo, seu filho, manda imprimir em Paris um livro contendo a biografia do pai. O
livro, que é rico em relatos, proporciona uma visão da situação da capitania na
época através das anotações das viagens do governador.
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