domingo, 23 de março de 2014

CACIMBA DE DENTRO - PB

CACIMBA DE DENTRO - PB
A ocupação do lugar teve início na primeira década o século XIX, após 1808, ocasião em que as primeiras famílias ali se fixaram atraídos por uma cacimba, uma fonte de água potável que resistia aos longos períodos de estiagem muito comuns na região.
Mas, foi a partir de 1850 que surgiram as primeiras casas que deram origem a futura cidade.
Os registros paroquiais, tanto de Bananeiras/PB como de Araruna/PB, demonstram que os primeiros habitantes eram considerados "pardos", o que significa dizer que eram fruto da miscigenação, provavelmente descendentes tanto das etnias indígenas que habitavam a região antes da colonização portuguesa com o próprio colonizador português.
O certo é que a localidade era denominada de SÍTIO CACIMBA DE DENTRO. 
A palavra "sítio" era utilizada para indicar uma extensão de terras maior do que "uma parte de terras". Bem diferente do sentido atual da palavra "sítio" que equivale a uma pequena fazenda.
Nesses sítios viviam várias famílias, geralmente ligadas por algum vínculo de parentesco. Cada qual explorando seu pedaço de terra, mas muito próximas uma das outras.
A historiografia "oficial" alega que a fundação da cidade está ligada a um cobrador de impostos chamado José da Rocha, que teria uma propriedade no local por volta de 1880.
No entanto, impossível desconsiderar o fato de que muito antes do ano apontado, várias famílias já estavam ali fixadas. Portanto, esse não foi o fundador da cidade.
Apenas para exemplificar, temos as famílias FERREIRA DE MELLO, ARAÚJO, CORDEIRO DE LIMA E COSTA, que lá estavam pelo menos três décadas antes do ano apontado como de fundação da cidade. 
1) Antonio, pardo, filho de Manoel Fernandes da Silva e Antonia Ferreira de Mello. Nasceu em 17/01/1856. Padrinhos Joaquim José de Vasconcellos e sua mulher Maria Ferreira de Mello.

 fonte: family search
 2) José, filho de José Ignácio de Araújo e Joanna Felinta de Araújo. Nasceu em 22/02/1856. Padrinhos: Francisco Guilherme de Araújo e sua irmã Narciza Maria da Conceição.

 fonte: family search

Duas décadas depois, a população já era considerável. Alguns exemplos:
1877 - Simplício, filho de Anacleto Rosendo e Josefa maria da conceição. Padrinho Francisco José dos Santos. Batismo: 24/04/1877.
fonte: family search
Manoel - filho de Miguel Francisco da Sila e Antonia Maria da Conceição. Padrinho Sérvulo d'Araújo Costa e Florentina Pontes. Batismo: 24/04/1877.
Sérvulo = filho de Servulo d'Araújo Costa e Florentina Pontes. Padrinhos:José Ferreira de Pontes e Francisca Laurina. Batismo: 24/04/1877.

fonte: family search
Hermenegildo - filho de Alexandre da Costa e Maria Marcolina do Espírito Santo. Padrinhos: Miguel Soares dos Anjos e Laurinda Maria da Conceição. Batismo: 24/04/1877.  
fonte: family search 
João - filho de Manoel Cordeiro de Lima e Anna Joaquina das Dores. Padrinhos: Pedro Ricardo da Costa .  
      
fonte: family search

quarta-feira, 5 de março de 2014

BATISMO DE ÍNDIOS EM BANANEIRAS/PB (1810/1813)

Para o colonizador português os índios constituíram um sério problema para a vida colonial. Quase sempre a relação entre os colonos e os indígenas era de grande hostilidade. A escravidão indígena perdurou no século XVI e garantiu mão de obra para os engenhos da Bahia e Pernambuco.
Devido a pressão dos jesuítas com o passar do tempo acabou por ser suprimida. Mas, os conflitos permaneceram, até que no século XVII  foi implantada a política de aldeamento.     Um local era escolhido, bem como um governador militar. Os índios eram batizados e catequizados segundo os preceitos da Igreja católica.
Os índios trabalhavam na agricultura e pequenas criações. Indígenas de diferentes etnias eram agrupados nesses aldeamentos, sem nenhum respeito a cultura de cada um.
É óbvio que os aldeamentos não poderiam dar certo. Os indígenas tinham hábitos e costumes próprios. Eram acostumados à natureza. A caça e a pesca eram fundamentais para a sobrevivência.
Natural que não se acostumaram com a disciplina rígida de trabalho e orações. Muitos fugiam e retornavam para as matas, longe do "homem branco" que acima de tudo disseminava doenças. 
Em todo Brasil foram criados tais aldeamentos. Na capitania da Paraíba, cerca de 12, e somente 5 deram origem a núcleos urbanos. Após 1760, quando já não se falava mais em aldeamentos, mas em "vilas de índios", cuja população "branca" também já era considerável, persistiram as práticas do batismo e catequese.
No início do século XIX, ainda constavam nos livros paroquiais de Mamanguape, a quem pertencia Bananeiras,  várias referências de batismo de índios. Casamentos também.
Exemplo disso:
Francisco Correia e sua mulher Anna Maria.  Índios da Villa de San José (antigo aldeamento localizado no Rio Grande do Norte que data de 1630 e transformado em vila em 1762 - São José do Mipibu). Foi batizado em 25 de julho de 1811. Padrinhos o Capitão Antonio José da Assunção e Francisca Maria.

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JOAQUIM, filho de Bernarda Guedes, índios solteiros, foi batizado em 13/12/1813, na capella de Bananeiras. Padrinhos Floriano Perreira e sua mulher Florinda Maria.

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segunda-feira, 3 de março de 2014

HENRIQUE EMIGDIO DE SOUZA PINTO

HENRIQUE EMíGDIO DE SOUZA PINTO 


Ainda tenho dúvidas quanto a data de seu nascimento. Em alguns documentos consta como nascido em 1876, em outros em 1872. Uma diferença de quatro anos ainda não explicada.
O certo é que nasceu em Santa Cruz/RN, sendo um dos 16 filhos do casal EMIGDIO JOSÉ DE SOUZA PINTO e ISABEL  FRANCISCA DE LIMA cujo casamento ocorreu em 14/06/1870, em Santa Cruz - RN.
Ainda era um adolescente quando passou a trabalhar com o pai, e  aos 15 anos de idade era o encarregado de dois armazéns: um na cidade de Moreno (atual Solânea) e outro em Santa Cruz. 
Como comerciante transitava pelas cidades próximas, tanto da Paraíba como no Rio Grande do Norte, onde seus parentes maternos e paternos residiam naquela época. Família grande que mantinha laços afetivos e de negócios. 
Creio que foi assim que veio a conhecer sua futura esposa RAIMUNDA CAROLINA DE OLIVEIRA LIMA, filha de  MANOEL SOARES RAPOSO DA CÂMARA e MARIA ESMIRNA DE OLIVEIRA LIMA, sobrinha do capitão BENTO JOSÉ DE OLIVEIRA LIMA.      .
Raimunda Carolina, mais conhecida como Sinhazinha, nasceu em Goianinha/RN em 1886, e era prima de segundo grau de Henrique, ou seja, era da mesma família de sua mãe Isabel Francisca, filha de Manoel Francisco de Oliveira.
O casamento de Henrique e Raimunda Carolina ocorreu em  Araruna, em 19/10/1905, sendo padrinhos o Capitão Bento José de Oliveira Lima (tio da noiva) e Leonardo Bizerra Cavalcante amigo e sócio do noivo.
 *Assinaturas do livro de casamento.

O casal teve 12 filhos: JOSÉ, ARTHUR, CORNÉLIO, ANTONIO, LAURA, ARNALDO, PEDRO, DÉBORA, HENRIQUE, AFONSO, JÚLIA e CARLOS.
Henrique foi dono de lojas de tecidos tanto em Araruna como em Bananeiras. Como podemos comprovar neste informativo de 1931. Naquela época a população de Araruna era de 28 mil habitantes, mas tinha apenas 810 eleitores.

* fonte Hemeroteca Digital - Almanak Adminstrativo Mercantil e Industrial - 1891 a 1940.
Vemos que outros irmãos de Henrique, Manoel e José, também se dedicavam ao comércio naquela cidade.
Segundo informações, confirmadas por relatos de pessoas da família, Henrique, assim como seu pai Emígdio, era maçom. Infelizmente, até a presente data não encontrei prova documental. Mas, se assim o for, Henrique era a terceira geração de maçons, iniciada com Joaquim, seu avô.
Henrique, Raimunda Carolina e filhos 1915