SOLÂNEA
– SUA HISTÓRIA QUE SE CONFUNDE COM A DE ALGUNS DE MEUS ANCESTRAIS
A
ligação de alguns de meus ancestrais com Solânea
(PB) remonta ao final do século XVIII, podendo ser bem mais antiga se
considerada minha ancestralidade indígena, constatada em testes de DNA, que
acusam entre 3 a 5,2 % de nativos sul-americanos, que só podem ser oriundas de
meu lado paterno, já que o materno é todo de origem europeia.
A
ocupação indígena no território onde hoje está localizado o município de
Solânea (Antiga Chã do Moreno) é antiga, mesmo antes da chegada dos
colonizadores portugueses.
Vários
de meus ancestrais comprovadamente viveram na antiga Moreno. Muitos nasceram
lá, como minha avó materna ISABEL
ALEXANDRINA BORGES (8/09/1902).
Descendo
de antigos colonizadores das famílias Borges,
Pinto, Oliveira, Lima, Souza e Costa, que através de enlaces matrimoniais
sucessivos (endogamia) deixaram inúmeros descendentes, não só em Solânea, como
pelo mundo agora.
Necessário
esclarecer que não se sabe ao certo quando começou a ocupação daquele
território, nem pelos indígenas e muito menos pelos portugueses.
O
que se sabe com certeza é que Duarte Gomes da Silveira, que foi um rico senhor
de engenho na Paraíba, com ânsia de conquistar terras para a agricultura e
criação de gado, destruiu totalmente várias aldeias indígenas, entre elas a que
foi chamada de “Vila de Ararembé” que era uma grande aldeia, cujo líder era
chamando Ararembé (alguns chamam de Zorababé) que foi capturado por Duarte
Gomes da Silveira em 1587, depois que destruída a aldeia dele.
Essa
aldeia era “localizada na Serra da Copaoba, que é um dos contrafortes da
Borborema a qual corta a Paraíba de Norte a Sul, começando no Rio Grande do
Norte e termina em Pernambuco.
Foi
nessa serra onde ocorreram muitas das “guerras” entre os potiguaras e os
portugueses.
O
mapa de Marcgrave (1643) indica onde seria localizada a aldeia de Ararembé, o
que acredito ter sido no município de Solânea.
Mas,
pode ter sido no território de Pilões.
O
interessante é que quase um século depois de sua destruição surge um aldeamento
indígena, que segundo Domingos Monteiro da Rocha (in relação dos lugares e
povoações de Mamanguape de 1757) ficava localizado na “Serra das Bananeiras” a
qual chamavam de Boa Vista, que posteriormente ficou conhecida como “Aldeia de
Santo Antônio da Boa Vista”.
Esse
aldeamento já era conhecido por volta de 1700 e estava a cargo dos religiosos
de Santa Tereza.
Acredito
que por conte desse aldeamento o colonizador português se viu atraído pelo
lugar. Terras boas para o cultivo, índios pacificados disponíveis para o
trabalho (mão de obra) e serviço religioso eram atrativos que não poderiam ser desprezados
pelo colonizador.
Durante
algumas décadas a vida na aldeia seguia tranquila, e em 1780 já era notável o
número de habitantes nas redondezas. Meus ancestrais, como de muitas outras
famílias antes de se fixarem nesses “sítios de terra” passaram pela Alagoa do
Pahó (atual Alagoa Grande) que era a porta de entrada para o Brejo Paraibano.
Por
Brejo entende-se a região intermediária entre o litoral e o sertão e abrange a
Serra da Borborema.
Mas,
é necessário dizer que em os Sucurús conseguiram sesmaria em 1718, próximos ao
lugar em que já estavam aldeados.
Consta
que, em 1744, o Conselho Português escreveu carta ao rei sobre a devassa que se
instaurou na Paraíba e, pelos ferimentos causados aos índios no “distrito de
Bananeiras”, o qual nessa época pertencia a Mamanguape.
Esse
conflito resultou na morte de 8 indígenas e 3 feridos, fato que teria
acontecido em 14/11/1739 na “aldeia dos índios”.
Vemos
assim que o passado de Solânea (antiga Moreno) está ligado aos agrupamentos
indígenas, mais precisamente a localidade denominada ALDEIA, que ainda hoje
carrega esse nome e faz parte no município de Solânea.
Território
que compreendia desde a “Chã de Santa Tereza” (nome dado pelos religiosos por
conta de sua Ordem) até à Aldeinha entre os riachos das Lages e o da Gruta de
Santa Tereza.
Na
Aldeia existiram várias fontes de água que eram chamados de “olhos d’agua “ e
abasteciam a população local e suas criações.
Quanto
ao nome originalmente dado –Chã do Moreno – acredita-se ter sido dado em razão
de colonizador que lá se fixou que alguns dizem que seria descendente do
Gregório da Costa Soares, que teria feito uma doação de terras para a
construção da Capela de Bananeiras em 1763.
O
documento da época diz que ele tinha idade avançada. Pode ser o mesmo que era
chamado de Gregório Soares Moreno.
Na
verdade, MORENO podia ser apenas uma alcunha, como era comum naquela época. Mas,
nada encontrei a esse respeito, apesar de ser crível que seja o mesmo, já que
Chã do Moreno era vizinha da Aldeia e também de Bananeiras. Provavelmente, eram
terras dele, daí o nome. Mas, isso é apenas especulação.
O
que não é especulação é o fato de que a mais antiga capela da região foi
erigida na Aldeia de Santo Antônio da Boa Vista e o orago, como não poderia
deixar de ser era Santo Antônio.
Essa
capela também era chamada de Capela da Boa Vista foi utilizada até, pelo menos
1836, já que encontrei registro que apontava batizado em seu interior.
Mas,
a partir de 1780, quando os sucurus foram transferidos para o litoral por ordem
do Governador de Pernambuco os serviços religiosos diminuíram, somando-se a
isso uma recém construída capela em local próximo (Nossa Senhora do Livramento
em Bananeiras).
Uma
outra capela foi construída por volta de 1866 devido ao crescimento
populacional da povoação. Essa Capela foi construída no lugar onde foi
edificada a Matriz de Santo Antônio.
Infelizmente,
a autorização consta nos livros que estão localizados na Cúria de Recife dos
quais não tive acesso.
Quanto
a própria ocupação do território de Moreno, a mais antiga prova que encontrei
(em 2011) foi o registro do batismo de Domingos, filho de Simplício do
Nascimento e Lourença Alvares, moradores no MORENO, o qual foi batizado na
Capela de Bananeiras, em 26/04/1785, pelo reverendo Antônio Feliz Barreto
(conta no meu livro Genealogia Sertaneja, publicado em 2012).
Embora
tenha dado ampla publicidade desse registro, até hoje, nenhuma outra pesquisa
foi feita e a história do município de Solânea continua sendo contada de forma
totalmente destoante da realidade.
Na
verdade, não me importo muito com isso, já que minhas pesquisas se baseiam em
documentos e sempre tive a preocupação de resgatar a história de meus
ancestrais.
Em relação a esses, posso dizer com segurança
que desde o início de século XIX já estavam em Moreno (famílias Pinto, Lima,
Borges e Souza).
Meu
quinto avó Manoel José Pinto tinha
terras na Aldeia e em Chã do Moreno.
Essas
terras, por sucessivas heranças chegaram até a minha bisavó ALEXANDRINA DE SOUZA PINTO, que faleceu
em Moreno em 1908, deixando casa e terra na Aldeia, conforme comprova o inventário
dela.
Alexandrina
era bisneta de MANOEL JOSÉ PINTO, filha de Emygdio José de Souza Pinto, que
era comerciante em Solânea. Consta que além de fazer comércio com fumo,
também plantava café e se dedicava a fabricação e venda de fogos de artificio
(antigamente chamados de pirotécnicos). No inventário dele constam pés de café
e cordas de fumo e, na Aldeia duas casas, uma de tijolos ( que era mais raro na
época).
Residia
em Moreno em 1890, quando registrou no cartório de Bananeiras sua filha Rita (12/10/1890).
Por
outro lado, meu trisavô Pedro Paulino Borges também morava na Aldeia, pelo
menos desde 1855.
Enfim,
a ligação de minha família com Solânea é antiga.
A
cada dia que passa encontro novos parentes. Muitos que residem lá descendem do
mesmo tronco familiar que eu, mas desconhecem tanto a história local como de
seus antepassados.
Infelizmente, o livro de registros de terras de Bananeiras se perdeu e, até hoje, não consegui acesso aos registros cartorários que possam comprovar a da cadeia dominial das terras da antiga Moreno.
Nesses longos 16 anos de pesquisa não encontrei material suficiente sobre o município, cuja história é riquíssima (sem falar nas inscrições rupestres ). Sempre aguardando novos interessados em pesquisas, trabalhos acadêmicos, etc.
A minha esperança persiste.
5 comentários:
Que bacana Isabel meus parentes !
Minha esposa descende de José da Costa Monteiro, pai de Ludovico da Costa Monteiro, avô de Ludovico da Costa Monteiro Junior, todos de Bananeiras.
Essa senhora Isabel Alexandrina Borges parece muito com minha avó Alexandrina Maria da Conceição que no final devido aos vários casamentos passou se chamar Alexandrina Maria de Souza faleceu em campina grande PB mas seus parentes eram todos de Solânea
Minha avó se chamava Maria Alexandrina da Conceição será que nós não somos parentes
Ela é de Solânea morreu 02/01/1987
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