domingo, 24 de abril de 2016

A DEVOÇÃO A SANTA RITA NA CIDADE DE SANTA CRUZ/RN

Terra de Santa Cruz foi o primeiro nome dado ao Brasil pelos portugueses, o que denota a forte influência da religião sobre a cultura da época.
Na verdade, Igreja e Estado se confundiam. Somente em 1889 é que ocorreu a separação dos dois, mas até hoje o país é considerado o que tem maior número de católicos do mundo com aproximadamente 137 milhões.
Em Portugal era costume celebrar o dia de Santa Cruz (3 de maio). Nesse dia os fazendeiros eram orientados a erguerem cruzes, que enfeitavam e rezavam “ arreda e afasta satanás porque essas almas não são suas, ao dia de Santa Cruz direi mil vezes o nome de Jesus”.
Na segunda metade do século XVIII, alguns missionários capuchinhos, entre eles frei Teodore de Lucé, Padre Martin de Nantes e Frei Anastase, percorreram o sertão pernambucano, no brejo da Paraíba e interior do Rio Grande do Norte levando cruzes e edificando altares, sendo provável que o nome da cidade de Santa Cruz/RN seja oriundo de uma dessas cruzes, já que uma lenda diz que um missionário, ao visitar o local, teria mandado fazer uma grande cruz com os ramos de uma árvore chamada inharé e, ao lado, teria cavado um buraco ordenando que todos jogassem suas armas dentro, enterrando-as.
Se a origem do nome dado à cidade é incerta, o mesmo não se pode dizer da sua santa padroeira – SANTA RITA DE CÁSSIA, ou, como é popularmente conhecida Santa Rita das Causas Impossíveis.
Cabe ressaltar que, devido a fé católica, não é nenhuma surpresa a existência de um grande número de capelas e igrejas espalhadas em todo o Brasil, com características muito específicas em função do período de construção e da ordem religiosa.
No Brasil Colonial, alicerçada na fé e no poder milagroso dos santos, capelas foram sendo erguidas. Cada qual com um orago ou padroeiro – santo a quem os fieis dedicavam a localidade.
Em Santa Cruz/RN não foi diferente. Na capela erguida nas primeiras décadas do século XIX foi introduzida uma imagem de Santa Rita de Cássia, que virou padroeira da localidade. A religiosidade esteve presente nas procissões com andores enfeitados, rojões e uma multidão entoando hinos em louvor à santa. Nas procissões os fiéis pediam chuva, boas colheitas ou afastar doenças.

A maior festividade da cidade se encontra justamente na festa da padroeira Santa      Rita que acontece durante treze dias desde a criação da paróquia em 1835, encerrando-se no dia 22 de maio com a procissão.

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