Em uma carta, datada de 10/10/1863, publicada no Jornal O Tempo, uma queixa de um morador contra a conduta de Jovino, marido da professora (?) da cadeira de primeiras letras do sexo feminino:
"Para o Sr. Diretor da instrução pública ler.
Pede-se ao Illm. Sr. Diretor da instrução pública que
lance suas vistas sobre a cadeira de primeiras letras do sexo
feminino, da vila de Bananeiras, onde as respectivas alunas
estão constantemente expostas a ouvirem as palavras mais
desonestas, devido ao estado de constante embriaguez em
que vive o marido da professora.
É fácil de avaliar quanto se torna prejudicial
semelhante fato a educação das crianças que o presenciam
quase todos os dias, e supomos fazer uni beneficio
denunciando – o pela imprensa e pedindo providencias
contra sua continuação.
Há pouco aconteceu o seguinte caso digno de todo o
reparo, e que foi testemunhado por grande número de
pessoas.
Chegando, pela 3 ou 4 vez, do conhecimento do
subdelegado Manoel Nunes que várias famílias honradas e
honestas eram constantemente insultadas por, Jovino,
marido da professora mencionada, deu ordem o mesmo
subdelegado no cabo José para prende-lo e recolher a cadeia apenas o encontrasse ébrio perambulando da vila. Passados
poucos dias apesar de avisado, apresentou-se no
estado mais deplorável insultando a todos que encontrava,
como de costume.
E-lhe intimado a ordem de prisão, porém
infelizmente não pode ser realizada, em consequência de se
lhe opor João Neves protetor do mesmo Jovino!
Ridicularizada assim publicamente a ordem do
subdelegado Manoel Nunes, segue Jovino cambaleando para casa, onde, não obstante está funcionando a escola, dirige da
porta da aula tantos insultos e imoralidades, que a professora
para poder contê-lo e acabar com tamanho escândalo, deu
imediatamente por findo os seus trabalhos, despedindo as
discípulas às 11 do dia 1.
Findo na proteção de que hoje goza, Jovino tem-se
tornado ainda mais insuportável, ocasião há em que
apresenta-se na escola com a maior indecência...
A vista destes fatos, presenciados aqui por todos, e
que já perdemos a esperança de ver reprimidos, não
podemos deixar de recorrer ao Sr. Diretor, a quem pedimos
com instancia que ponha um paradeiro a tanta imoralidade,
como lhe cumpre, em que beneficio manifesto da mocidade
desta vila.
Bananeiras 10
de outubro de 1863 ,
Um por todos"
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