domingo, 10 de janeiro de 2016

CARTA ENVIADA SOBRE A CONDUTA DO MARIDO DA PROFESSORA - BANANEIRAS/PB 1863

Em uma carta, datada de 10/10/1863, publicada no Jornal O Tempo, uma queixa de um morador contra a conduta de Jovino,  marido da professora (?) da cadeira de primeiras letras do sexo feminino:

"Para o Sr. Diretor da instrução pública ler. 
Pede-se ao Illm. Sr. Diretor da instrução pública que lance suas vistas sobre a cadeira de primeiras letras do sexo feminino, da vila de Bananeiras, onde as respectivas alunas estão constantemente expostas a ouvirem as palavras mais desonestas, devido ao estado de constante embriaguez em que vive o marido da professora. 
É fácil de avaliar quanto se torna prejudicial semelhante fato a educação das crianças que o presenciam quase todos os dias, e supomos fazer uni beneficio denunciando – o pela imprensa e pedindo providencias contra sua continuação. 
Há pouco aconteceu o seguinte caso digno de todo o reparo, e que foi testemunhado por grande número de pessoas. 
 Chegando, pela 3 ou 4 vez, do conhecimento do subdelegado Manoel Nunes que várias famílias honradas e honestas eram constantemente insultadas por, Jovino, marido da professora mencionada, deu ordem o mesmo subdelegado no cabo José para prende-lo e recolher a cadeia apenas o encontrasse ébrio perambulando da vila. Passados poucos dias  apesar de avisado, apresentou-se no estado mais deplorável insultando a todos que encontrava, como de costume. 
E-lhe intimado a ordem de prisão, porém infelizmente não pode ser realizada, em consequência de se lhe opor João Neves protetor do mesmo Jovino! 
 Ridicularizada assim publicamente a ordem do subdelegado Manoel Nunes, segue Jovino cambaleando para casa, onde, não obstante está funcionando a escola, dirige da porta da aula tantos insultos e imoralidades, que a professora para poder contê-lo e acabar com tamanho escândalo, deu imediatamente por findo os seus trabalhos, despedindo as discípulas às 11 do dia 1. 
Findo na proteção de que hoje goza, Jovino tem-se tornado ainda mais insuportável, ocasião há em que apresenta-se na escola com a maior indecência... A vista destes fatos, presenciados aqui por todos, e que já perdemos a esperança de ver reprimidos, não podemos deixar de recorrer ao Sr. Diretor, a quem pedimos com instancia que ponha um paradeiro a tanta imoralidade, como lhe cumpre, em que beneficio manifesto da mocidade desta vila. Bananeiras 10 de outubro de 1863 ,
Um por todos" 



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