ESTRADA REAL
MAMANGUAPE/AREIA
Durante
muito tempo, os primeiros colonos da Paraíba
se utilizaram de caminhos e trilhas deixados pelos índios. Essas foram as
primeiras vias de comunicação do sertão com o litoral.
De
tais caminhos antigos, pouco ou quase nada se sabe, pois foram esquecidos ao
longo do tempo.
Com
a intensificação do processo de colonização no Nordeste, no século XVII,
apoiada na atividade canavieira do litoral e na pecuária no interior, surgiu a
necessidade de vias de acesso para o transporte de cargas, tanto para o
escoamento da produção como para a sobrevivência do próprio colono. Então, surgiram
os primeiros caminhos, por onde passavam as tropas.
É importante lembrar que, já no século XVII, a atividade criatória torna-se mais
independente, ocupando terras cada vez mais para o interior, pois o
desenvolvimento dos rebanhos exigia grandes extensões de terras para as
pastagens.
O
gado era o grande fator de
exploração, porque, ao mesmo tempo, valia, vivo como dinheiro e era trocado por
mercadorias e bens. E como força de tração, para tanger os engenhos e puxar os
carros de boi.
No
fim do século XVI e começo do século XVII, Mamanguape começou a ser colonizada Uma antiga estrada real ligava Mamanguape a Bruxaxá (Areia). A
estrada acompanhava a margem do rio e saía da Baia da Traição, seguindo pelo
povoado de Montemor até Bruxaxá. De Bruxaxá seguiam outras duas
estradas, uma para o Seridó e outra
para Pernambuco.
Assim,
o Brejo Paraibano era rota de
passagem obrigatória, com tráfego de carros de bois ou tropas de mulas que
transportavam couro, sola, carne-seca e traziam, na volta, tecidos, objetos de
couro e prata, artigos manufaturados e um ou outro negro escravo. Tal tráfego
se intensificou no século XVIII, com as “estradas de boiadas”.
No
período colonial, os viajantes se hospedavam nas casas grandes dos engenhos e
fazendas, mas principalmente nos ranchos que existiam à beira das estradas, que
nada mais eram que alpendres construídos, quase sempre ao lado de um
estabelecimento comercial onde se fornecia alimentos e bebidas.
Muitos
desses ranchos deram origem a povoados que, posteriormente, se tornaram
cidades.
Na
gravura abaixo, de Rugendas, temos uma ideia de como eram os ranchos no início do século XIX.
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