sábado, 7 de setembro de 2013

ESTRADA REAL MAMANGUAPE/AREIA

ESTRADA REAL MAMANGUAPE/AREIA

Durante muito tempo, os primeiros colonos da Paraíba se utilizaram de caminhos e trilhas deixados pelos índios. Essas foram as primeiras vias de comunicação do sertão com o litoral.
De tais caminhos antigos, pouco ou quase nada se sabe, pois foram esquecidos ao longo do tempo.
Com a intensificação do processo de colonização no Nordeste, no século XVII, apoiada na atividade canavieira do litoral e na pecuária no interior, surgiu a necessidade de vias de acesso para o transporte de cargas, tanto para o escoamento da produção como para a sobrevivência do próprio colono. Então, surgiram os primeiros caminhos, por onde passavam as tropas.
É importante lembrar que, já no século XVII, a atividade criatória torna-se mais independente, ocupando terras cada vez mais para o interior, pois o desenvolvimento dos rebanhos exigia grandes extensões de terras para as pastagens.
O gado era o grande fator de exploração, porque, ao mesmo tempo, valia, vivo como dinheiro e era trocado por mercadorias e bens. E como força de tração, para tanger os engenhos e puxar os carros de boi.
No fim do século XVI e começo do século XVII, Mamanguape começou a ser colonizada Uma antiga estrada real ligava Mamanguape a Bruxaxá (Areia). A estrada acompanhava a margem do rio e saía da Baia da Traição, seguindo pelo povoado de Montemor até Bruxaxá. De Bruxaxá seguiam outras duas estradas, uma para o Seridó e outra para Pernambuco.
Assim, o Brejo Paraibano era rota de passagem obrigatória, com tráfego de carros de bois ou tropas de mulas que transportavam couro, sola, carne-seca e traziam, na volta, tecidos, objetos de couro e prata, artigos manufaturados e um ou outro negro escravo. Tal tráfego se intensificou no século XVIII, com as “estradas de boiadas”.
No período colonial, os viajantes se hospedavam nas casas grandes dos engenhos e fazendas, mas principalmente nos ranchos que existiam à beira das estradas, que nada mais eram que alpendres construídos, quase sempre ao lado de um estabelecimento comercial onde se fornecia alimentos e bebidas.
Muitos desses ranchos deram origem a povoados que, posteriormente, se tornaram cidades.
Na gravura abaixo, de Rugendas, temos uma ideia de como eram os ranchos no início do século XIX.


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