Terra de Santa Cruz foi o
primeiro nome dado ao Brasil pelos portugueses, o que denota a forte influência
da religião sobre a cultura da época.
Na verdade, Igreja e Estado
se confundiam. Somente em 1889 é que ocorreu a separação dos dois, mas até hoje
o país é considerado o que tem maior número de católicos do mundo com aproximadamente
137 milhões.
Em Portugal era costume
celebrar o dia de Santa Cruz (3 de maio). Nesse dia os fazendeiros eram
orientados a erguerem cruzes, que enfeitavam e rezavam “ arreda e afasta satanás porque essas almas não são suas, ao dia de
Santa Cruz direi mil vezes o nome de Jesus”.
Na segunda metade do século
XVIII, alguns missionários capuchinhos, entre eles frei Teodore de Lucé, Padre
Martin de Nantes e Frei Anastase, percorreram o sertão pernambucano, no
brejo da Paraíba e interior do Rio Grande do Norte levando cruzes e edificando
altares, sendo provável que o nome da cidade de Santa Cruz/RN seja oriundo de
uma dessas cruzes, já que uma lenda diz que um missionário, ao visitar o local, teria
mandado fazer uma grande cruz com os ramos de uma árvore chamada inharé e, ao
lado, teria cavado um buraco ordenando que todos jogassem suas armas dentro,
enterrando-as.
Se a origem do nome dado à
cidade é incerta, o mesmo não se pode dizer da sua santa padroeira – SANTA RITA
DE CÁSSIA, ou, como é popularmente conhecida Santa Rita das Causas Impossíveis.
Cabe ressaltar que, devido a
fé católica, não é nenhuma surpresa a existência de um grande número de capelas
e igrejas espalhadas em todo o Brasil, com características muito específicas em
função do período de construção e da ordem religiosa.
No Brasil Colonial,
alicerçada na fé e no poder milagroso dos santos, capelas foram sendo erguidas.
Cada qual com um orago ou padroeiro – santo a quem os fieis dedicavam a
localidade.
Em Santa Cruz/RN não foi
diferente. Na capela erguida nas primeiras décadas do século XIX foi
introduzida uma imagem de Santa Rita de Cássia, que virou padroeira da
localidade. A religiosidade esteve presente nas procissões com andores
enfeitados, rojões e uma multidão entoando hinos em louvor à santa. Nas
procissões os fiéis pediam chuva, boas colheitas ou afastar doenças.
A maior festividade da
cidade se encontra justamente na festa da padroeira Santa Rita que acontece durante treze dias desde
a criação da paróquia em 1835, encerrando-se no dia 22 de maio com a procissão.