sexta-feira, 3 de abril de 2015

A GRANDE SECA

Segundo os historiadores a pior seca que a região Nordeste teve foi a de 1791/1793. Conhecida como a GRANDE SECA levou  à morte grande parte da população e quase dizimou todo o gado do sertão.
A situação foi apocalíptica. Sem água e sem comida, restava ao sertanejo alimentar-se de "xique-xique", vegetação da caatinga que resiste à escassez de chuvas.
Com a fome e a desnutrição as doenças se multiplicavam. Dias, meses e anos e nada de chuva para aplacar a seca.
A morte fazia parte do cotidiano. Crianças, jovens, adultos e velhos morriam aos montes. Alguns sequer receberam sepultura digna. Uma cova rasa e nada mais. Não havia tempo de enterrar tantos corpos.
Nas estradas que ligavam os sertões ao agreste, bandos de retirantes caminhavam em busca da vida. Muitos não resistiram e foram simplesmente abandonados à sua própria sorte, servindo seus corpos para aplacar a fome dos animais.
Os poucos que conseguiam terminar a jornada épica, eram tratados como párias nas poucas vilas do agreste. Senhores de engenho contratavam capatazes para "afugentar" de suas terras os flagelados.
Essa seca determinou o destino de muitas das atuais cidades já que no meio do caminho entre o local de origem e o de destino, famílias se fixaram em locais que ainda proporcionavam alguma condição de vida. Uma barragem feita em um rio para reter a pouca água ainda existente era o suficiente para  que o sertanejo ficasse no local.
Esta é  o origem de alguns arraiais, que hoje são cidades.
No século XVIII foi a seca com maior poder de destruição.

Já no século XIX, foram registradas 26 secas de intensidade variável: 1808, 1809,1814, 1816, 1817, 1824, 1825, 1826, 1833,1835, 1837, 1844, 1845, 1846, 1860, 1868, 1869, 1877, 1878, 1879, 1885, 1888, 1891, 1892 e 1899.  Segundo os historiadores, só a de 1877/1879 foi tão terrível como a grande seca de 1791/1793.