Segundo
os historiadores a pior seca que a região Nordeste teve foi a de 1791/1793.
Conhecida como a GRANDE SECA levou à
morte grande parte da população e quase dizimou todo o gado do sertão.
A
situação foi apocalíptica. Sem água e sem comida, restava ao sertanejo
alimentar-se de "xique-xique", vegetação da caatinga que resiste à
escassez de chuvas.
Com
a fome e a desnutrição as doenças se multiplicavam. Dias, meses e anos e nada
de chuva para aplacar a seca.
A
morte fazia parte do cotidiano. Crianças, jovens, adultos e velhos morriam aos
montes. Alguns sequer receberam sepultura digna. Uma cova rasa e nada mais. Não
havia tempo de enterrar tantos corpos.
Nas
estradas que ligavam os sertões ao agreste, bandos de retirantes caminhavam em
busca da vida. Muitos não resistiram e foram simplesmente abandonados à sua
própria sorte, servindo seus corpos para aplacar a fome dos animais.
Os
poucos que conseguiam terminar a jornada épica, eram tratados como párias nas
poucas vilas do agreste. Senhores de engenho contratavam capatazes para
"afugentar" de suas terras os flagelados.
Essa
seca determinou o destino de muitas das atuais cidades já que no meio do
caminho entre o local de origem e o de destino, famílias se fixaram em locais
que ainda proporcionavam alguma condição de vida. Uma barragem feita em um rio
para reter a pouca água ainda existente era o suficiente para que o sertanejo ficasse no local.
Esta
é o origem de alguns arraiais, que hoje
são cidades.
No
século XVIII foi a seca com maior poder de destruição.
Já
no século XIX, foram registradas 26 secas de intensidade variável: 1808,
1809,1814, 1816, 1817, 1824, 1825, 1826, 1833,1835, 1837, 1844, 1845, 1846,
1860, 1868, 1869, 1877, 1878, 1879, 1885, 1888, 1891, 1892 e 1899. Segundo os historiadores, só a de 1877/1879
foi tão terrível como a grande seca de 1791/1793.